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domingo, 30 de outubro de 2016

DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL - UM BREVE HISTÓRICO

Ciclo da cana-de-açúcar: gerou disparidades que até hoje estão presentes na nossa sociedade. 

O processo de formação do Estado brasileiro privilegiou pequenos grupos, as chamadas elites, que ao longo dos séculos tinham como única preocupação a defesa de seus próprios interesses.

Tal sistema gerou um processo social excludente cujas raízes remontam ao tempo da colonização. Naquela época a Coroa Portuguesa, não possuindo recursos suficientes para explorar as terras recém descobertas, repassou a tarefa para particulares, através das Capitanias Hereditárias.

 Cada capitania, que eram vastas faixas de terras nas quais a colônia fora dividida, era de propriedade de um único dono, que podia dispor dela como bem entendesse. Foi daí que surgiu o latifúndio e os grandes módulos rurais, responsáveis pela concentração de terras e os problemas agrários que perduram hodiernamente. 
  
Ainda na época da colonização, os habitantes que já viviam nas terras ocupadas pelos portugueses – os indígenas – tiveram suas propriedades tomadas e foram obrigados a trabalharem na exploração do pau-brasil, madeira nobre, bastante valorizada na Europa.

Posteriormente, com a descoberta de pepitas de ouro na região sudeste, veio o ciclo do ouro. Com o declínio das minas, surgiu no nordeste outra atividade: o ciclo da cana-de-açúcar. Ambas as atividades geraram riquezas incomensuráveis para uma pequena minoria, aumentando ainda mais o abismo entre as classes sociais.

Mas os indígenas, antes utilizados na exploração do pau-brasil, não se adaptaram ao trabalho compulsório dos ciclos do ouro e da cana-de-açúcar. Era preciso dispor de uma mão de obra mais forte, resistente e lucrativa. A saída foi a utilização de negros africanos nessas atividades econômicas, dando origem no Brasil à escravidão, uma prática vergonhosa que perdurou por mais de trezentos anos na nossa história.

Após o declínio do ciclo da cana-de-açúcar uma nova riqueza começou a ser explorada, especialmente na região sudeste: o café. Este novo ciclo econômico foi o responsável – como a cana-de-açúcar fora no nordeste – de uma acentuada concentração de terras, através das fazendas de café, que expulsou pequenos agricultores de suas terras e fez surgir a figura do barão do café.

Com o fim da escravidão, surgiu o instituto do trabalho assalariado, principalmente nas fazendas de café. Contudo, os negros libertos não partilharam desse instrumento e, sem possuírem terras, foram empurrados para as periferias e se alojaram em morros urbanos. Nasciam as favelas, com suas casas de palafita, que até hoje são presença marcante dos grandes centros urbanos.

A crise financeira mundial de 1929 pôs um fim ao glorioso ciclo do café, mas fez surgir uma nova fase econômica: a industrialização. Com um mercado consumidor em ascensão, os pioneiros do capitalismo nacional fizeram fortuna e se tornaram verdadeiros magnatas industriais.

Por outro lado, os louros desfrutados pelos donos das indústrias não se refletiam na grande massa de operários, que se matavam de trabalhar nas fábricas, recebiam uma esmola e não dispunham de nenhuma garantia de que continuariam trabalhando.

Todos esses modelos de exploração econômica, associados ao descaso do poder público, influenciaram negativamente no desenvolvimento da nossa sociedade, tornando-a excludente, desigual e com elevada concentração de riquezas.  

Nesse contexto, aqueles grupos que historicamente ficaram à margem desse processo, como índios, negros, pequenos produtores rurais e trabalhadores assalariados, acabaram sendo prejudicados por injustiças históricas e, até hoje, lutam por melhores perspectivas de desenvolvimento e para saírem dessa situação de excluídos.

Como resolver o problema da exclusão social no nosso país? A saída não é fácil, uma vez que se trata de um processo que perdura há séculos. A resposta é começar com pequenas atitudes capazes de permitir que tais grupos excluídos sejam capazes de uma melhor ascensão e representação social.




Fonte: introdução do trabalho em grupo, de conclusão da 3a unidade, da disciplina de Ciência Política, do curso Direito (Bacharelado), da UFRN, turma 2016.2.  




(A imagem acima foi copiada do link Historiar.)


sábado, 25 de junho de 2011

UM POUCO DE HISTÓRIA POTIGUAR


Entenda a importância da pecuária para o Rio Grande do Norte

A pecuária, como atividade econômica, sempre exerceu um papel muito importante na ocupação e povoamento do sertão e agreste norte-riograndenses. O gado já tinha seu valor na época da colonização.

Nas capitanias hereditárias ele exerceu, inicialmente, o papel de economia subsidiária à cana de açúcar. Entretanto, devido ao rápido desenvolvimento da pecuária, essa passou a competir com os engenhos. Não podendo mais dividir o mesmo espaço com aqueles, as fazendas de gado passaram a se deslocar para o interior das capitanias. Dava-se início ao processo de ocupação do sertão norte-riograndense.

A interiorização das fazendas invadiu os territórios ocupados por povos indígenas. Essa ocupação gerou disputas entre fazendeiros e índios, que culminou com a chamada Guerra dos Bárbaros.

Somente após esse conflito – e consequente derrota indígena – é que se deu a consolidação da ocupação das chamadas “ribeiras”, que originaram algumas cidades interioranas: Pau dos Ferros, Caicó, Currais Novos, entre outras.

Até o final do século XIX a pecuária era a atividade econômica mais importante do agreste e do sertão potiguares. Através de suas oficinas de carne seca e fazendas leiteiras, a pecuária gerou empregos e trouxe lucros para a economia do estado.

Entretanto, com a ocorrência de secas periódicas, que dizimaram os rebanhos, e a transferência das oficinas de carne seca para a região sul do país, a atividade pecuária entrou em decadência no Rio Grande do Norte.

Com o declínio da pecuária, outras novas atividades econômicas começaram a ser exploradas. Mas esta, caros leitores, já é outra história…

(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)