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terça-feira, 8 de novembro de 2022

OAB - XXXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (IV)

(Ano: 2022. Banca: FGV Órgão: OAB. Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase) O Juízo da 10ª Vara Criminal do Estado Alfa, com base nos elementos probatórios dos autos, defere medida de busca e apreensão a ser realizada na residência de João. Devido à intensa movimentação de pessoas durante o período diurno, bem como para evitar a destruição deliberada de provas, o delegado de polícia determina que as diligências necessárias ao cumprimento da ordem sejam realizadas à noite, quando João estaria dormindo, aumentando as chances de sucesso da incursão. Sobre o caso hipotético narrado, com base no texto constitucional, assinale a afirmativa correta.   

A) A inviolabilidade de domicílio, embora possa ser relativizada em casos pontuais, não autoriza que as diligências necessárias ao cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência de João sejam efetivadas durante o período noturno. 

B) A incursão policial na residência de João se justificaria apenas em caso de flagrante delito, mas, inexistindo a situação de flagrância, o mandado de busca e apreensão expedido pelo Juízo da 10ª Vara Criminal do Estado Alfa é nulo. 

C) O cumprimento da medida de busca e apreensão durante o período noturno é justificado pelas razões invocadas pelo Delegado, de modo que a inviolabilidade de domicílio cede espaço à efetividade e à imperatividade dos atos estatais. 

D) A inviolabilidade de domicílio não é uma garantia absoluta e, estando a ordem expedida pelo Juízo da 10ª Vara Criminal devidamente fundamentada, o seu cumprimento pode ser realizado a qualquer hora do dia ou da noite.


Gabarito: opção A. O enunciado trata da chamada inviolabilidade do domicílio. A resposta, encontramos no disposto da Constituição Federal, art. 5º, inciso XI. In verbis:  

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 

Entende-se por "dia", o período de tempo que vai das 6h às 18h. Este critério físico-astronômico compreende a aurora e o crepúsculo, respectivamente. 

Já "casa", de acordo com a doutrina e a jurisprudência, abrange não apenas o domicílio propriamente dito, mas também o escritório, oficinas, garagens e até quartos de hotéis. Vejamos:

"Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito normativo de 'casa' revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, § 4º, II), compreende, observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel (...)" (RHC 90.376, Rel. Min. Celso de Mello, j. 03.04.2007, DJ de 18.05.2007).  

Vale salientar o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que, ao julgar o tema 280 da repercussão geral, firmou a seguinte tese: 

"a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados" (RE 603.616, j. 05.11.2015, DJE de 10.05.2016).      

Finalmente, a ordem que determina a entrada na casa é ORDEM JUDICIAL. Não cabendo, portanto, determinação de autoridade administrativa ou mesmo policial (delegado).


Fonte: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292 p.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 21. ed. - São Paulo: Saraiva, 2017. Coleção esquematizado, p. 1155.


(A imagem acima foi copiada do link Images Google.) 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

GÊNESIS - ORIGEM DO POVO DE DEUS (XII)

ABRAÃO, O HOMEM DA FÉ

19 15 Ao raiar da aurora, os anjos insistiram com Ló, dizendo: "Levante-se, tome sua mulher e suas duas filhas que aqui se encontram, para que não pereçam no castigo da cidade".

16 Como Ló não se decidisse, os visitantes o tomaram pela mão, junto com a mulher e as duas filhas, pois Javé tinha compaixão dele. Eles o fizeram sair e o deixaram fora da cidade.

17 Quando estavam fora, um deles disse: "Procure salvar-se, e não olhe para trás. Não pare em lugar nenhum da planície; fuja para a montanha, para não morrer".

18 Ló respondeu: "Não, meu Senhor. 19 Teu servo encontrou graça a teus olhos, e mostraste grande misericórdia por mim, salvando-me a vida. Mas eu receio que não poderei salvar-me na montanha antes que a calamidade me atinja e eu morra. 20 Vê! Aqui perto há uma pequena cidade, onde posso refugiar-me e escapar do perigo. Permite que eu vá para lá. Como a cidade é pequena, aí eu estarei a salvo".

21 Ele respondeu: "Concedo o que você está pedindo: não destruirei a cidade da qual você está falando. 22 Depressa, fuja para lá, porque nada posso fazer enquanto você não chegar lá".

É por isso que se deu a essa cidade o nome de Segor. 

23 O sol estava nascendo quando Ló chegou a Segor. 

24 Então Javé fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra; 25 destruiu essas cidades e toda a planície, com os habitantes das cidades e toda a vegetação do solo.

26 A mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa estátua de sal.

27 Abraão levantou-se de madrugada e foi ao lugar onde estivera com Javé.

28 Olhou para Sodoma, para Gomorra e para toda a planície, e viu a fumaça subir da terra, como a fumaça de uma fornalha.

29 Assim, ao destruir as cidades da planície, DEUS se lembrou de Abrão, e retirou Ló do meio da catástrofe, quando arrasou as cidades onde Ló habitava.


Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Gênesis, capítulo 19, versículos 15 a 29 (Gn. 19, 15 - 29).

(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)