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domingo, 24 de novembro de 2019

ENREDO

Apontamentos de texto a ser apresentado na disciplina (optativa) TEORIA DA NARRATIVA, da UFRN, 2019.2.

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O dicionário define enredo de várias formas: confusão, intriga, trama. No contexto narrativo, o enredo é o encadeamento dos fatos narrados em um texto, sendo um dos elementos da estrutura de um conto, de uma novela ou de um romance. É a trama, a sequência dos fatos, as situações vivenciadas pelos personagens durante o desenrolar de uma história. A partir do enredo temos o tema, o conflito, o clímax e o desfecho. 

No contexto narrativo, o enredo é o encadeamento dos fatos narrados em um texto, sendo um dos elementos da estrutura de um conto, de uma novela ou de um romance. É a trama, a sequência dos fatos, as situações vivenciadas pelos personagens durante o desenrolar de uma história. 

A partir do enredo temos o tema, o conflito, o clímax e o desfecho, os quais, de maneira sucinta, podem assim ser explicados:

Tema: é o motivo central de uma narrativa;

Conflito: são as situações de antagonismos ou choques entre os personagens. São elaboradas para dar mais dramaticidade ao texto;

Clímax: momento de maior tensão da narrativa, ou seja, quando o conflito alcança seu auge de dramaticidade; 

Desfecho: quando os conflitos são solucionados.



(A imagem acima foi copiada do link Só Escola.)

sábado, 17 de agosto de 2019

ESAÚ E JACÓ - COMENTÁRIOS (II)

Breve comentário da obra Esaú e Jacó, de Machado de Assis. Fragmento de texto a ser apresentado na disciplina Teoria da Narrativa, do curso de Letras, da UFRN, semestre 2019.2.
Esaú E Jacó
Já no que concerne às personagens, percebemos que o autor não só descreve os atributos/características físicas. Pelo contrário, ele vai além, fazendo uma espécie de análise psicológica das personagens, elencando qualidades, defeitos, sentimentos, pensamentos, angústias, esperanças.

Por fim, cabe ressaltar um traço observável na obra machadiana, também presente em Esaú e Jacó: a importância dada às personagens secundárias. Ora, o autor se detém e esmiúça, com grande riqueza de detalhes, personagens tidos como secundários, os quais também são de suma importância para o desenrolar do romance.

Logo no início, temos a figura da cabocla que é vidente, a qual faz uma premonição (coisas futuras!) que será lembrada ao longo da história. Temos ainda o pedinte, que recebe uma “esmola de felicidade” (capítulo III) – esse mesmo pedinte aparece bem mais adiante no romance (capítulo LXXVI).

O autor também dá uma atenção especial aos pais dos personagens principais, Natividade e Santos, pais dos gêmeos; e D. Cláudia e Batista, pais de Flora. Nesses pais o autor coloca traços característicos aos pais, em todas as épocas: preocupação com o futuro dos filhos; fantasiar os filhos já adultos, quando ainda são bebês; angústia das mães ao corrigirem as traquinagens dos filhos.

De todos os personagens ditos secundários, talvez o mais importante, e o que causa mais fascínio, admiração e mistério é o conselheiro Aires. Este, com seu jeito educado, discreto, galanteador e inteligente, aparece-nos como um solteirão convicto, sem filhos ou sem esposa, mas que coleciona um rosário de conquistas. Ex-diplomata e já em idade avançada, pode-se dizer que ele é um personagem misteriosos no romance, disposto a ajudar com seus conselhos e julgamentos, na relação conturbada de Pedro e Paulo.

A pergunta deixada pelo autor é: o conselheiro age de maneira apaziguadora apenas pensando no bem dos gêmeos, ou estaria ele com outros interesses pessoais? Isso, Machado de Assis não revela, mas esse tom de mistério, segredo e lacunas a serem preenchidas pelo leitor é que dão beleza à obra Esaú e Jacó.



(A imagem acima foi copiada do link Livraria Traça.)