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domingo, 10 de outubro de 2021

EXPLICANDO GÊNESIS 35, 01 - 15

Leia também: GÊNESIS - ORIGEM DO POVO DE DEUS (LVIII).


O tom da narrativa é profundamente religioso: o próprio deslocamento de Jacó é descrito como se fosse uma procissão ou romaria e termina com uma teofania, isto é, manifestação de DEUS.

Quer salientar um dos lugares de culto para Israel: o futuro santuário de Betel, que se tornou o centro religioso das tribos do Norte, quando estas se separaram do reino do Sul, após a morte de Salomão (cf. 1Rs 12, 26 - 33).

O texto salienta que o DEUS adorado em Betel é o mesmo DEUS dos pais, o DEUS da promessa.


Fonte: Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), p. 49.

(A imagem acima foi copiada do link Revista Virtual Herança Judaica.) 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

DOIS IRMÃOS - ANÁLISE (III)

Fragmento de texto a ser utilizado na disciplina (optativa) TEORIA DA NARRATIVA, da UFRN, 2019.2.

Teatro Amazonas: símbolo de uma época de ouro proporcionada pelo Ciclo da Borracha.

Quando falamos em clímax estamos a nos referir ao momento de maior tensão da narrativa, ou seja, quando o conflito alcança seu auge de dramaticidade. Ora, na obra Dois Irmãos podemos afirmar que não encontramos apenas um, mas alguns momentos de grande tensão. 

A personagem Lívia é considerada o pivô do ódio entre os gêmeos. Esse ódio chega ao clímax quando numa sessão de cinema, na casa de amigos, Lívia beija Yaqub, por sua vez Omar, com raiva, corta o rosto do irmão com uma garrafa quebrada. Outro momento de clímax se dá quando Domingas, antes de morrer, revela ao filho Nael que este é fruto de um estupro cometido por Omar. Outro ponto na trama merecedor do epíteto de clímax é quando o indiano Rochiram, após sofrer pesado prejuízo ensejado por Omar, pede a casa da família como pagamento.

Por fim, em toda narrativa que se preze, temos o desfecho, que é quando os conflitos são resolvidos. Todavia, em que pese o brilhantismo do autor Milton Hatoum, na breve análise que fizemos da obra, observamos que, neste aspecto específico, o autor deixou lacunas, situações não resolvidas.

Pode-se até mesmo dizer que o desfecho acaba sendo algo um pouco deprimente, talvez decepcionante, que não atendeu às expectativas do leitor. Não estamos com isso desmerecendo a obra, muito pelo contrário. Acontece que da forma como a trama foi se desenrolando, esperava-se que os irmãos fizessem as pazes. Pelo menos aparentemente, como no conto machadiano Esaú e Jacó.

Ao contrário, Yaqub morre sem ter feito as pazes com Omar. Domingas, mãe de Nael, adoece e também morre, mas não antes de revelar ao filho que ele é fruto de um estupro, praticado por Omar. Este, por sua vez, até encena um pedido de perdão a seu filho Nael, mas recua. Até a casa, onde o patriarca Halim se orgulhava de manter viva a tradição do país de origem da família (Líbano) é reclamada em pagamento de dívida, pelo indiano Rochiram.


Até mesmo a cidade Manaus não vive mais seus dias de glória. O autor deixa transparecer para o leitor mais atento que, aquela que já viveu uma época de ouro, marcada pelo Ciclo da Borracha, agora enfrenta um lento, porém inevitável, declínio. 

Fonte: disponível em Oficina de Ideias 54.

(A imagem acima foi copiada do link Dicas Free.)

terça-feira, 26 de novembro de 2019

DOIS IRMÃOS - ANÁLISE (II)

Esboço de texto a ser apresentado na disciplina (optativa) TEORIA DA NARRATIVA, da UFRN, 2019.2.



Ao analisarmos, detidamente, a obra Dois Irmãos, podemos concluir que o tema principal da narrativa é o drama familiar ocasionado pela disputa entre os gêmeos Omar e Yaqub. O leitor mais atento há de concordar - embora não aceitando - que o motivo central da narrativa é este. Obviamente, este fato não descarta, como é observável na leitura mais atenta, que existem outros ‘sub-temas’, apresentando ao leitor outras histórias, também importantes, mas que acabam por desempenhar um papel secundário no enredo.

Não que este papel de coadjuvante tire o brilho das outras personagens - longe disso! Mas o que se vê é que todas as outras histórias parecem ‘orbitar’ em torno do drama familiar engendrado pelas disputas entre Yaqub e Omar. Outro ‘sub-tema’, por exemplo, de bastante relevo na história é a perseguição pelos militares aos que são contrários ao ‘novo regime’. O fato mais marcante é, sem dúvida, o espancamento, prisão e morte do professor do liceu Antenor Laval.

No que concerne aos conflitos, podemos afirmar, sem medo de errar, que a obra Dois Irmãos está repleta deles. Ora, os conflitos são situações de antagonismos ou choques entre os personagens, situações estas elaboradas para dar mais dramaticidade ao texto. Obviamente, como dito alhures, a maior importância é dada aos conflitos familiares, resultante do relacionamento insustentável dos irmãos manauaras Omar e Yaqub. Tal conflito fica patente, dentre outras situações, quando Zana, mãe dos gêmeos, no próprio leito de morte pergunta: “Meus filhos já fizeram as pazes?

Podemos inferir, a partir da leitura da obra de Hatoum, que os conflitos familiares entre os gêmeos acontecem porque um é o oposto do outro. Enquanto Yaqub é disciplinado e estudioso, revelando-se um excelente matemático, Omar é indisciplinado e irrequieto. Enquanto Yaqub se torna engenheiro, pela politécnica de São Paulo, Omar vira um desordeiro e ‘mexe’ com contrabando. Yaqub denuncia Omar à polícia, que havia fugido. Ao retornar, Omar acaba sendo preso, apanhando da polícia e fica quase três anos no cárcere.

      Resumidamente, também merecem destaque os seguintes conflitos: Yaqub na rede com Domingas, Omar quase o mata; Omar rasgando os projetos de Yaqub; indiano Rochiram pedindo a casa da família como pagamento; Omar, que não pede perdão a seu filho Nael.


Fonte: disponível em Oficina de Ideias 54.

(A imagem acima foi copiada do link Fronteiras do Pensamento.)

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

DOIS IRMÃOS - ANÁLISE (I)

Esboço de texto a ser apresentado na disciplina (optativa) TEORIA DA NARRATIVA, da UFRN, 2019.2.

O escritor manauara Milton Hatoum: escreveu a obra "Dois Irmãos", um excelente livro. Recomendo!!!  

No livro “Dois Irmãos”, objeto de análise do presente trabalho, observamos constantes todos os elementos do ENREDO descritos alhures. A obra é de autoria do escritor MILTON HATOUM, e foi lançada no ano 2000. Aclamado pela crítica, o livro ganhou o Prêmio Jabuti - mais tradicional prêmio literário do Brasil - em 2001.

O livro conta a história da rivalidade de dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, sob a perspectiva do narrador/personagem Nael. Ora, Nael é filho da empregada doméstica Domingas, e protagoniza o grande enigma da narrativa ao tentar descobrir qual dos gêmeos é o seu pai. 

Quando se fala em irmãos gêmeos, brigando entre si, quase que instantaneamente nos vem à mente a lembrança de outros gêmeos ‘famosos’, Pedro e Paulo, do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis. Mas, afora estas características, o romance de Milton Hatoum não guarda outras semelhanças com o já citado romance machadiano.

Hatoum nasceu em Manaus (1952) e é descendente de libaneses. Identificamos elementos pessoais da vida do autor no enredo ao longo da obra “Dois Irmãos”. A obra, segundo alguns, demonstra um estilo enxuto, mas é recheada de sutilezas. É um romance histórico, pode-se dizer não linear, com “flashbacks” que, ora servem para elucidar questionamentos suscitados pelo autor, ora servem para deixar o leitor ainda mais “perdido” (opinião própria).

A narrativa desenrola-se ao longo do século XX, e usa alguns acontecimentos históricos importantes como pano de fundo: 

a) mostra Manaus como uma cidade próspera, por volta da década de 1940, que colhe os frutos do chamado Ciclo da Borracha; 

b) a Segunda Guerra Mundial, no trecho que narra o porto do Rio de Janeiro apinhado de familiares dos ‘pracinhas’ e dos oficiais que lutaram na Europa; 

c) a ditadura militar de 1964 e sua perseguição implacável contra os opositores do ‘regime’ que redundou, inclusive, na morte do personagem professor Antenor Laval. Logo após o golpe militar, o professor Laval é espancado por policiais em praça pública e, dois dias depois, sabe-se que está morto;

d) a implantação, em meados dos anos 1970, da chamada Zona Franca de Manaus, que causa “o fim dos igarapés e da cidade flutuante”. 


Fonte:

Dois Irmãos, de Milton Hatoum. Disponível em: <https://www.passeiweb.com/estudos/livros/dois_irmaos>. Acessado em 23 de novembro de 2019;

Dois Irmãos, de Milton Hatoum. Disponível em: <https://gvcult.blogosfera.uol.com.br/2015/06/26/dois-irmaos-de-milton-hatoum/>. Acessado em 25 de novembro de 2019;

Dois Irmãos (romance). Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Dois_Irm%C3%A3os_(romance)>. Acessado em 25 de novembro de 2019;

Milton Hatoum, Literatura. Disponível em: <http://umbigoliterario.com.br/milton-hatoum/>. Acessado em 23 de novembro de 2019;

Prêmio Jabuti. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Jabuti>. Acessado em 25 de novembro de 2019; 

Significado de enredo. Disponível em: <https://www.significados.com.br/enredo/>. Acessado em 23 de novembro de 2019.


(A imagem acima foi copiada do link Estante Virtual.)

domingo, 24 de novembro de 2019

ENREDO

Apontamentos de texto a ser apresentado na disciplina (optativa) TEORIA DA NARRATIVA, da UFRN, 2019.2.

Resultado de imagem para roda de leitura

O dicionário define enredo de várias formas: confusão, intriga, trama. No contexto narrativo, o enredo é o encadeamento dos fatos narrados em um texto, sendo um dos elementos da estrutura de um conto, de uma novela ou de um romance. É a trama, a sequência dos fatos, as situações vivenciadas pelos personagens durante o desenrolar de uma história. A partir do enredo temos o tema, o conflito, o clímax e o desfecho. 

No contexto narrativo, o enredo é o encadeamento dos fatos narrados em um texto, sendo um dos elementos da estrutura de um conto, de uma novela ou de um romance. É a trama, a sequência dos fatos, as situações vivenciadas pelos personagens durante o desenrolar de uma história. 

A partir do enredo temos o tema, o conflito, o clímax e o desfecho, os quais, de maneira sucinta, podem assim ser explicados:

Tema: é o motivo central de uma narrativa;

Conflito: são as situações de antagonismos ou choques entre os personagens. São elaboradas para dar mais dramaticidade ao texto;

Clímax: momento de maior tensão da narrativa, ou seja, quando o conflito alcança seu auge de dramaticidade; 

Desfecho: quando os conflitos são solucionados.



(A imagem acima foi copiada do link Só Escola.)