Resumo a partir de um texto de Bernard Range & Cols.
O
autor inicia seus argumentos apontando a influência da relação terapêutica no
sucesso do tratamento psicoterapêutico, fato que já constitui um consenso na
literatura especializada. Percebe-se, ainda, que o autor se refere àquele
recebedor da terapia como ‘paciente’, mas com o desenvolvimento das ideias,
chama-o de ‘cliente’.
Vemos
que, independentemente da abordagem teórica do profissional, o estilo
defensivo, bem como a falta de empatia do terapeuta na relação com o paciente,
compromete a autoestima deste, bem como impedem o progresso a contento do
tratamento. Tais conclusões são tiradas de Auerbach e Burns (1996) e Safran
(2002).
Outro
teórico (Newman, 2007) aponta em seus estudos os efeitos positivos da terapia
cognitiva em indivíduos depressivos. Constatou-se que a melhora na aliança
terapêutica é responsável pela redução dos sintomas depressivos, e vice-versa.
Para
corroborar tais resultados, Brotman, DeRubeis e Gibbons (2005) defendem que as
psicoterapias, em especial a TCC (terapia cognitivo-comportamental), cujas
técnicas específicas quando bem-sucedidas, promovem uma boa relação terapêutica.
Essa posição é diametralmente contrária ao que postulam os defensores dos
fatores comuns ou não específicos.
Dessa
feita, o autor considera plausível que técnicas específicas (apesar de não
citá-las no texto lido) e a relação terapêutica são variáveis mutuamente
influentes no processo psicoterápico.
Caso sejam
bem empregadas, as técnicas específicas geram no paciente alívio de sintomas, o
qual passará a experimentar sentimentos de gratidão e segurança dirigidos ao
clínico, o que favorece mais ainda o vínculo. No que concerne à relação
terapêutica, uma interação empática, acolhedora e calorosa da parte do
terapeuta facilitará a adesão do paciente às técnicas, ajudando na mudança.
Resumidamente,
o autor aponta, baseando-se em Bennett-Levy e Thwaites (2007) e Falcone (2004;
2006) que o terapeuta deve possuir durante o processo psicoterápico – além do
conhecimento analítico e técnico, obviamente – um rol de habilidades
interpessoais, quais sejam: “respeito, consideração, empatia, capacidade para
identificar sinais sutis de ruptura terapêutica e, principalmente, disposição
para reconhecer e explorar as próprias emoções envolvidas na relação com o
paciente” (p. 145).
E
encerra sua introdução argumentando que a prática da psicoterapia é uma via de
mão dupla, pois trata-se de um processo de influência social em que o profissional
influencia o cliente, e vice-versa. Nessa díade, terapeuta e paciente são ambos
pacientes.
(A imagem acima foi copiada do link Ansiedade e Pânico.)
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