
Estávamos eu, um terceiro sargento infante e um cabo também infante, de serviço no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal. Apareceu uma emergência no Hospital Naval e escalaram nós três para irmos até lá tentar resolver. 
Era um fuzileiro que tinha bebido além da conta e estava tumultuando no hospital. 
Chegamos lá quinze minutos depois, mas o problema já estava resolvido: o "naval" fora medicado e dormia tranquilamente. 
Para não ter que voltar ao o quartel e ficar  fazendo faxina, o sargento - mais antigo dos três -, disse que ficaríamos dentro da viatura, em frente ao hospital, "dando cobertura". 
Beleza. Íamos passar a tarde toda  sem fazer nada. 
Meia hora depois, cansado do silêncio, o sargento começa a puxar assunto. Fala que é casado há oito anos mas sempre traiu a "dona Maria" (esposa)... Esta nunca percebeu, porque ele dava "assistência" em casa e "se garantia" com as outras. Sempre foi "pegador", atuador", "comia geral" no Rio de Janeiro e aqui em Natal as "mulé" davam muito mole para ele. 
O cabo, para não ficar por baixo, completou dizendo que era um verdadeiro garanhão. Transava com mais de cinco mulheres por semana. Saia pra farra e a mulher dele nem percebia. 
E eu, de saco cheio daquela conversa machista, apenas observava sem dar opiniões. Até que o sargento olhou para mim e perguntou se eu não tinha alguma história parecida para contar. 
Eu, na minha humildade de cearense, respondi: 
- Não sargento, não tenho nada interessante. A única coisa que faço é "dar assistência" para mulheres casadas quando os maridos delas saem para farrear.... 
O sargento ficou pálido de vergonha, o cabo, idem. Eles se entreolharam e depois disfarçaram, fingindo que observavam os respectivos relógios... 
O sargento, encabulado, disse então: 
- Ei, está ficando tarde. Vamos! 
O cabo concordou e fomos para o quartel. 
Naquele dia, os dois militares machistas aprenderam o seguinte: 
1. não se deve contar vantagem na frente de um cearense; 
2. não se deve sair comentando as puladas de cerca; e, 
3. enquanto se está com uma amante, sua mulher pode estar sozinha, ou não....
(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)
2 comentários:
Isso é típico do militar, achar que só ele tá se dando bem. Só que os militares não lembram que quando estão trabalhando suas esposas estão em casa, sem nada a fazer.
E mente vazia a gente já sabe o resultado...
kkkk
André, seu malvado.
;)
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