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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

STRESS E PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO

Entenda porque os profissionais da comunicação vivem tão estressados


O stress pode ser definido genericamente como uma situação de tensão aguda e crônica que produz no portador uma mudança comportamental física ou no estado cognitivo – emocional. 

Na rotina da vida moderna todos nós estamos expostos a este mal que é considerado por muitos especialistas na área de saúde - física e mental – como a doença da modernidade. Diversos profissionais sofrem em seus respectivos empregos a tensão para que sejam cumpridos os prazos, atingidas as metas ou superadas as expectativas. Entretanto, nenhum trabalhador está mais propenso a desenvolver o stress do que os profissionais que atuam na área da comunicação. 

É própria dessas ocupações a cobrança por resultados. O profissional dessa área é acometido de uma verdadeira avalanche de assuntos, matérias, pautas e coisas mil para serem investigadas. O repórter, por exemplo, sempre trabalha no limite da sua capacidade, tendo que se adiantar em relação aos outros (concorrentes) para não perder um furo de reportagem, ficar para trás e, consequentemente, correr o risco de sair do emprego. 

Mas essa cobrança tem um preço. Muitos comunicadores sofrem de problemas de saúde relacionados diretamente ao stress: insônia, dificuldade para se concentrar em determinada tarefa, indigestão, manchas na pele, dores de cabeça, perda do apetite (alimentar e sexual), dentre outros. 

Para o repórter, escritor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Bira Nascimento, há uma relação desproporcional entre número de matérias, estrutura física oferecida ao profissional pelos meios de comunicação, e tempo para entregar reportagens. E quem sai em desvantagem e sofre com isso é o repórter. Segundo ele, se as redações fossem melhor estruturadas os jornais fariam uma cobertura mais detalhada dos fatos, as matérias ganhariam em conteúdo e os leitores seriam mais bem informados. 

Infelizmente, não é isso que acontece. A cobrança por parte dos editores acaba prejudicando o bom desempenho do jornalista, muitas matérias ficam incompletas e sem sentido, e o assédio moral nas redações é constante. 

Jornalismo pode ser feito sem pressão ou gritaria. Estas são duas características que já estão arraigadas ao profissional da comunicação, mas se tivéssemos os meio necessários para desempenhar um bom trabalho essa imagem de estressado que o jornalista tem, cairia por terra. Uma reportagem boa é aquela que você pode sentar para planejar a apuração e escutar todos os envolvidos para evitar a parcialidade. Sempre cito como exemplo o caso do repórter Zuenir Ventura que teve tempo para fazer uma reportagem numa favela e, com o material recolhido acabou publicando um livro (Cidade Partida) de grande sucesso”, argumenta Bira. 

Mas até que os chefões midiáticos se importem com a saúde dos nossos intrépidos comunicadores, ainda teremos muitos casos de jornalistas perdendo noites de sono para entregar a matéria a tempo...


(A imagem acima foi copiada do link Vila Boa de Goiás.)