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segunda-feira, 22 de junho de 2020

CORONAVÍRUS - DESABAFO DE UM SOBREVIVENTE

Brasil ultrapassa marca de 50 mil mortes por Covid-19 | VEJA

Prezados,

Nossos irmãos, irmãs, pais, mães, filhos, filhas, sobrinhos, primos, genros, noras, vizinhos, vizinhas, conhecidos, desconhecidos... estão morrendo, às centenas, diariamente. E ninguém faz nada!!! A vida humana se tornou descartável; a morte, foi banalizada; e de maneira estúpida e descarada, o Presidente da República está mais preocupado em defender-se a si mesmo e sua "familícia" de crimes cometidos do que tomar uma estratégia para combater a crise.

O País está um caos; perdemos o rumo; já chegamos ao fundo do poço, mas continuamos afundando cada vez mais; já ultrapassamos todos os limites. Chegamos à beira do abismo e ainda estamos caindo... A paciência já acabou. Estamos abandonados, desamparados, clamando por ajuda. Nossas autoridades, não estão dando a mínima, Ninguém vem. Talvez DEUS nos escute.

Mas, para o senhor presidente, a culpa é dos comunistas, ou dos petistas. Ele sequer tem a humildade de reconhecer os próprios erros, as próprias falhas do seu desgoverno. É lamentável, meus caros, mas, além da esperança, também estamos perdendo a capacidade de nos indignarmos.

Mais de cinquenta mil brasileiros morreram, não por causa da pandemia, mas devido aos delírios de um chefe do Poder Executivo que, eleito democraticamente, agora ataca as instituições da democracia. Dá apoio e incentiva manifestações públicas antidemocráticas e já fala, explicitamente, em golpe militar.

Nosso chefe do Executivo Federal, além de não ajudar no combate ao Covid-19, só atrapalha. Já demitiu dois Ministros da Saúde que discordavam das sua ideias tresloucadas para combater a pandemia; incentivou e conclamou, em discurso televisionado, seus apoiadores para invadirem os hospitais que estão socorrendo as vítimas do coronavírus; fica ministrando tratamento e receitando remédios cuja eficiência e eficácia só existem na cabeça dele...

Vamos deixar isso acontecer? Vamos deixar que tomem nossa liberdade, a duras penas conquistada? Será que vamos assistir, inertes, o autoritarismo e o fanatismo tomarem conta do nosso país? Vamos esperar, passivamente, que mais vidas inocentes sejam tolhidas? E se fosse seu pai, sua mãe, seu irmão... e se fosse você?

DEUS me livrou da morte. Deu-me outra chance, outra oportunidade para seguir vivendo. Mas nem todos tiveram a mesma sorte, a mesma fortuna que me sorriu. Não podemos continuar assim. Não merecemos isso. O Presidente deve sair. Impeachment já!!! É a única saída.


(A imagem acima foi copiada do link Veja.)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A CULPA É DA POLÍCIA

Durante o tempo em que fui policial militar passei pelas mais diversas situações. Algumas engraçadas, outras tristes, algumas pitorescas. Certo dia, aconteceu uma digna de registro, que compartilho a seguir: 



Brasileiro adora tecer comentários e fazer críticas sobre os mais variados assuntos - mesmo que não entenda nada a respeito. Temos o mal costume, também, de reclamar por serviços mal prestados a quem não tem nada a ver com a história.

Dentre as muitas situações vividas como servidor público selecionei uma digna de ser relembrada.

Estava eu e um colega trabalhando numa base comunitária da PM no bairro de Bela Vista 2, bairro este, disputado pelos municípios de Parnamirim e Macaíba. Éramos recém formados e sempre nos colocavam nos lugares onde os policiais veteranos não queriam ir.

A dita base comunitária era na verdade um depósito abandonado de um supermercado ao lado, cuja dona, querendo eleger-se vereadora e economizar com segurança privada, conseguiu policiamento para a área.

Não tinha nada na base: o patrulhamento era feito a pé, já que não havia viatura; o banheiro não funcionava; a água para higiene pessoal tinha que ser carregada de balde lá do mercadinho e a água para beber era conseguida de um vizinho homossexual que sempre dava em cima da gente.

A comida vinha de quentinha lá de Parnamirim. Uma viatura fazia a distribuição nas bases comunitárias e, como éramos os últimos do itinerário, a refeição sempre chegava fria e sem talheres.

Apesar das vicissitudes, levávamos o serviço a sério. A maioria das ocorrências que chegavam até nós eram resolvidas na conversa - que era tudo o que podíamos fazer. Mas um dia…

Uma senhora chega indignada lá na base. Reclamava que o país era uma bagunça, os políticos eram todos ladrões e que ninguém se importava com os pobres. O palavreado dela era tão forte que chamou a atenção dos que ali passavam.

Uma pequena aglomeração começou a se formar em torno daquela mulher. Aproximei-me da senhora e tentei acalmá-la; saber o que havia causado-lhe tamanha indignação. Mas ela não quis conversa, parecia estar gostando daquele espetáculo.

Foi então que uma conhecida da dita cuja chegou até mim e explicou que esta estava nervosa porque a filha doente não fora atendida num posto de saúde em Parnamirim por morar em Bela Vista - bairro pertencente a Macaíba.

Aproximei-me novamente da mulher e tentei consolá-la, mas antes que eu abrisse a boca ela gritou em alto e bom tom:

- E a culpa de tudo isso é da polícia, que não faz p@#* nenhuma!!!

Moral da história: naquele dia aprendi que: 

I - o Estado estava falido, não proporcionava saúde, educação, infraestrutura, absolutamente nada! Só cobrava impostos;

II - os policiais, que eram honestos e levavam a sério o juramento, deveriam "se virar", caso quisessem prestar um serviço de qualidade à população; 

III - as autoridades não se importavam com a polícia, a população não se importava com a polícia, a imprensa não se importava com a polícia, NINGUÉM se importava com a polícia;

IV - todos queriam que a polícia resolvesse seus problemas, mesmo que não tivesse nada a ver com as atribuições da polícia; e,

V - eu deveria sair da polícia...

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)