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domingo, 26 de maio de 2013

"PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES"

Geraldo Vandré: um gênio da música brasileira. Pena que os cantores e compositores da minha geração não aprenderam nada com ele...

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Refrão:
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
ainda fazem da flor seu mais forte refrão
e acreditam nas flores vencendo o canhão

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam a antiga lição
de morrer pela pátria e viver sem razão

Nas escolas, nas ruas, campos construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não 

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição


Belíssima canção de Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedroso de Araújo Dias, paraibano de João Pessoa, nascido em 12 de setembro de 1935. Geraldo é advogado e um dos maiores cantores e compositores da música brasileira. A música Para Não Dizer Que Não Falei de Flores foi censurada pela ditadura, assim como as composições de outros artistas como Adoniran Barbosa, Blitz, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Odair José, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, dentre outros. É assim que atua a repressão durante um regime de exceção. Loucura, estupidez, burrice. Vê-se subversão em toda parte...


Acompanhe o clipe no link YouTube.


(A imagem acima foi copiada do link Outubro, blog de Nei Duclós.)