Alguns apontamentos sobre o contexto em que viveu Malthus e como isso influenciou em suas teorias econômicas, fragmento retirado do trabalho apresentado como conclusão da segunda unidade da disciplina Economia Política, curso de Direito Bacharelado noturno, da UFRN.
Thomas Malthus (1766 - 1834): o
economista inglês Malthus viveu num período de efervescência e grandes
transformações no cenário econômico, político e social, tanto a nível local
(Inglaterra), quanto a nível mundial.
Malthus: defendeu ideias que interessavam
à sua classe social, a aristocracia. |
Historicamente,
a Inglaterra perdera a posse recente das treze colônias da América do Norte,
que mais tarde se transformariam na grande potência militar e econômica que são
hoje os Estados Unidos. Contudo, o ‘’Império Britânico” continuava, ainda, a
exercer grande influência nos cinco continentes. Os ingleses eram uma potência
econômica e política cuja hegemonia não se via abalada por nenhuma outra nação.
Seu vasto império era tão extenso que costumava-se dizer que o “sol nunca se
punha no Império Britânico”.
Some-se a isso
a euforia da recente também “Revolução Industrial”, a qual representou um
incremento na produção, enchendo os mercados mundiais de produtos ingleses,
tornando a Inglaterra uma verdadeira ‘oficina’ do mundo e deixando os súditos
de sua majestade tremendamente ricos.
O aumento da
produção na indústria, causado pela Revolução Industrial, proporcionou a
criação de inúmeras vagas de empregos nas fábricas, localizadas nas cidades, e
deu um incremento no consumo. Também foi responsável por uma maior produção de
alimentos, beneficiada pela mecanização da lavoura e a introdução de novas
técnicas de cultivo.
Todo esse
contexto social pelo qual a Inglaterra vinha passando teve, dentre outras, as
seguintes consequências:
·
Êxodo do campo para as cidades, com a
consequente superlotação destas e encarecimento do ‘custo de vida’;
·
Exploração do trabalho dos operários pelos donos
das fábricas, que impunham extensas jornadas de trabalho – as quais passavam
das doze horas diárias –, utilizavam crianças no chão da fábrica e pagavam
salários às mulheres inferiores aos pagos aos homens;
· Crescimento exacerbado da população; e
· Escassez de alimentos.
Ora, apesar de
ser pastor anglicano e ter feito longas viagens pela Europa, Thomas Malthus era
filho de um rico proprietário de terras, era membro da aristocracia
(frequentando os altos círculos sociais) e, como não podia deixar de ser,
deixou sua origem abastada influenciar nos seus estudos econômicos.
Grosso modo, e
de maneira bem simplificada, ele defendia ideias que hoje são apontadas por
muitos como preconceituosas e racistas. Ele dizia que a diferença de classes
era algo normal e uma consequência inevitável do capitalismo.
Postulava, ainda, que a vida era como uma
loteria; quem nascera pobre não tinha tirado um ‘bilhete premiado’ e deveria se
conformar com isso. Concluía dizendo que a pobreza e o sofrimento eram o
destino para a maioria das pessoas. Essas ideias de Malthus foram muito bem
recebidas entre seus pares (aristocratas) e serviam para justificar seus
estilos de vida opulentos às custas da exploração dos pobres.
(A imagem acima foi copiada do link Colégio Web.)
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