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segunda-feira, 11 de maio de 2020

QUERIDA


Longa é a tarde
Longa é a vida
De tristes flores
Longa ferida
Longa é a dor do pecador, querida

Breve é o dia
Breve é a vida
De breves flores
Na despedida
Longa é a dor do pecador, querida
Breve é a dor do trovador, querida

Longa é a praia
Longa restinga
Da Marambaia a Joatinga
Breve é a fé do pescador, querida
E a longa espera do caçador, perdida

O dia passa e eu nessa lida
Longa é a arte
Tão breve a vida
Louco é o desejo do amador, querida
Querida

Longo é o beijo do amador, bandida
Belo é um jovem mergulhador na ida
Vasto é o mar, espelho do céu, querida...
Querida

Tom Jobim
Esta música foi tema de abertura da novela O Dono do Mundo (1991), exibida pela Rede Globo. 
Curta a música no link YouTube.

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

“Eu não vim para este mundo para trabalhar. Eu vim para aproveitar a minha vida. Eu não quero morrer no meu escritório. Eu quero morrer na praia”.

Jack Ma: foi recusado em 30 empregos e hoje é o homem mais rico da China!!!

Jack Ma Yun (1964 - ): empresário, investidor, filantropo e magnata chinês. Jack Ma é cofundador e presidente executivo do conglomerado multinacional de tecnologia Alibaba Group. Persistente, dedicado e nunca se contentando com um 'não', ele já foi recusado em 30 empregos!!! Hoje, com uma fortuna estimada em US$ 39 bilhões (cerca de 146 bilhões de reais!), ele é o homem mais rico da China e o 23º do mundo. Exemplo vivo de que não devemos desistir quando levamos um 'não' - nem quando recebemos 30 'nãos'.

(A imagem acima foi copiada do link Link to Leaders.)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (VII)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Há 519 anos o Brasil era descoberto... Saiba mais!

Então tornou-se o Capitão aquém do rio, e logo acudiram muitos à beira dele.

Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim nos corpos, como nas pernas, que, certo, pareciam bem assim.

Também andavam, entre eles, quatro ou cinco mulheres moças, nuas como eles, que não pareciam mal. Entre elas andava uma com uma coxa, do joelho até o quadril, e a nádega, toda tinta daquela tintura preta; e o resto, tudo da sua própria cor. Outra trazia ambos os joelhos, com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência descobertas, que nisso não havia nenhuma vergonha.

Também andava aí outra mulher moça com um menino ou menina de colo, atado com um pano (não sei de quê) aos peitos, de modo que apenas as perninhas lhe apareciam. Mas as pernas da mãe e o resto não traziam pano algum. 

Depois andou o capitão para cima ao longo do rio, que corre sempre chegado à praia. Ali esperou um velho, que trazia na mão uma pá de almadia. Falava, enquanto o Capitão esteve com ele, perante nós todos, sem nunca ninguém o entender, nem ele a nós quantas coisas que lhe demandávamos acerca de ouro, que nós desejávamos saber se na terra havia.

Trazia este velho o beiço tão furado, que lhe caberia pelo furo um grande dedo polegar, e metida nele uma pedra verde, ruim, que cerrava por fora esse buraco. O Capitão lhe fez tirar. E ele não sei que diabo falava e ia com ela direito ao Capitão, para lhe meter na boca. Estivemos sobre isso rindo um pouco; e então enfadou-se o Capitão e deixou-o. E um dos nossos deu-lhe pela pedra um sombreiro velho, não por ela valer alguma coisa, mas por amostra. Depois houve-a o Capitão, segundo creio, para, com as outras coisas, a mandar a Vossa Alteza.

Andamos por aí vendo a ribeira, a qual é de muita água e muito boa. Ao longo dela há muitas palmas, não muito altas, em que há muito bons palmitos. Colhemos e comemos deles muitos.

Então tornou-se o Capitão para baixo para a boca do rio, onde havíamos desembarcado. 

Além do rio, andavam muitos deles dançando e folgando, uns diante dos outros, sem se tomarem pelas mãos. E faziam-no bem. Passou-se então além do rio Diogo Dias, almoxarife que foi de Sacavém, que é homem gracioso e de prazer; e levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu-se com eles a dançar, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem, fez-lhes ali, andando no chão, muitas voltas ligeiras, e salto real, de que eles se espantavam e riam e folgavam muito. E conquanto com aquilo muito os segurou e afagou, tomavam logo uma esquiveza como de animais monteses, e foram-se para cima.

E então o Capitão passou o rio com todos nós outros, e fomos pela praia ao longo, indo os batéis, assim, rente da terra. Fomos até uma lagoa grande de água doce, que está junto com a praia, porque toda aquela ribeira do mar é apaulada por cima e sai a água por muitos lugares. 

E depois de passarmos o rio, foram uns sete ou oito deles andar entre os marinheiros que se recolhiam os batéis. E levaram dali um tubarão, que Bartolomeu Dias matou, lhes levou e lançou na praia.

Bastará dizer-vos que até aqui, como quer que eles um pouco se amansassem, logo duma mão para outra se esquivavam, como pardais, do cevadoiro. Homem não lhes ousa falar de rijo para não se esquivarem mais; e tudo se passa como eles querem, para os bem amansar. 
     

Fonte: Acervo Digital.

(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)