Não é segredo o fato
de o apóstolo Valdemiro Santiago enfrentar problemas na Justiça por falta de
pagamento de aluguéis de diversos templos da sua Igreja Mundial do Poder de
Deus. Os casos de inadimplência, porém, foram ofuscados, recentemente, por uma
crise maior.
Em janeiro, a Rede Bandeirantes (BAND) acionou a Mundial cobrando
judicialmente uma dívida de R$ 10.156.259,57 pelo não pagamento de mensalidades
relativas à cessão de espaço na programação do canal. Na ação, solicitou o
bloqueio de bens da igreja e, um mês e meio depois, obteve uma decisão
favorável. Entre os dias 20 e 22 deste mês, seis contas bancárias da Mundial
foram vasculhadas, para cumprir a ordem do juiz Carlos Eduardo Borges
Fantacini, da 26ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e
foram bloqueados R$ 2.133.103,80 de duas delas.
A Mundial e a TV
Bandeirantes têm relações comerciais desde 2010. Em 1º de janeiro de 2013,
acertaram um contrato de quatro anos. Desde então, a igreja deveria pagar R$ 3
milhões mensais para que a emissora divulgasse diariamente, das 4h às 6h50, os
programas produzidos pela instituição religiosa. Esse acordo foi cancelado no
fim do ano passado, justamente por atrasos contumazes e reincidentes.
Na ação,
foi alegado falta de pagamento das parcelas de setembro e outubro de 2013 e de
parte das de agosto e novembro do mesmo ano. Pessoas a par do acordo comercial
entre o apóstolo e a família Saad, dona da BAND, contam que a relação
entre as partes começou a ruir em 2011. Desde então, os valores em atraso da
Mundial chegaram a variar de R$ 12 milhões a R$ 20 milhões. “A igreja atrasava
o pagamento, renegociava e pagava com cheques parcelados. E vários cheques
voltaram sem fundos, com valores que variavam de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão”,
contou uma pessoa com acesso às tratativas.
Dona de sete mil
templos espalhados pelo mundo e empregadora de 2.500 funcionários, a igreja
fundada em 1998 pelo apóstolo Valdemiro, um ex-líder da hoje rival Igreja
Universal do Reino de Deus tem outras pendências financeira. Dados recentes de uma
instituição que avalia quem tem crédito na praça apontam a existência de 378
protestos contra a igreja, (em uma dívida total de R$ 9.478.900), 195
pendências financeiras (no valor de R$ 127.109) e 20 cheques sem fundos (que
somam R$ 14.590.923).
Fonte: Jusbrasil, com adaptações.