terça-feira, 21 de outubro de 2014

"A liberdade começa onde termina a ignorância".

Victor-Marie Hugo, mais conhecido como Victor Hugo (1802 - 1885): poeta, dramaturgo, artista e estadista francês. Ativista pelos direitos humanos e figura de grande atuação política em seu país, é o autor de diversas obras, sendo, as mais famosas, Les Misérables (Os Miseráveis) e Notre-Dame de Paris. Artista de grande aceitação popular, quando de sua morte até as prostitutas de Paris fizeram luto.

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A LOIRA DO CASSINO

Em época de baixa temporada, o cassino estava às moscas. Os assistentes já não aguentavam mais de tédio. 

Foi quando entrou no salão uma loira espetacularmente gostosa. Imediatamente, o pessoal do cassino se animou. Ela se aproximou de uma das mesas e disse aos assistentes que apostaria 20 mil dólares e que acertaria os números em um único arremesso de dados. 

Os caras anotaram a aposta. 

Foi quando a loira disse: 

— Olha, espero que vocês não se importem, mas tenho mais sorte quando estou nua. 

Os assistentes aceitaram imediatamente e ficaram olhando aquela loiraça, tirar a roupa. Completamente nua, deixando todo o seu corpo à mostra, a loira gritou: 

— Mãezinha, preciso de novas roupas! 

Fez o arremesso e logo em seguida comemorou: 

— Viva! Viva! Eu venci! Eu venci! 

Saltitante, a loira abraçou e beijou cada um dos ajudantes. Pegou todo o dinheiro, as roupas e se mandou. Os ajudantes, ainda boquiabertos, se entreolharam. Até que um deles perguntou:

— Que número deu nos dados? 

— Não sei, pensei que você estivesse olhando! 


Moral da história: Nem todas as loiras são burras, mas homens são sempre homens...

Autor desconhecido.

(A imagem acima foi copiada do link Alô Esporte.)

domingo, 19 de outubro de 2014

OS TRÊS MAL - AMADOS


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papeis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés.  Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999), poeta e diplomata brasileiro. Nascido no Recife (Pernambuco), foi primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, são algumas de suas obras: Pedra do Sono, Os Três Mal-Amados, Morte e Vida Severina, A Educação Pela Pedra, Auto do Frade, Agrestes, Tecendo a Manhã. 


(A imagem acima foi copiada do link Frases Globo.com.)

sábado, 18 de outubro de 2014

PASSAGEM DAS HORAS

Trago dentro do meu coração,

Como num cofre que não se pode fechar de cheio,

Todos os lugares onde estive,

Todos os portos a que cheguei,

Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,

Ou de tombadilhos, sonhando,

E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.


Álvaro de Campos, alter ego de Fernando Pessoa (1888 - 1935): escritor, poeta e filósofo português.


(A imagem acima foi copiada do link InfoEscola.)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

PRIORIDADES EM NOSSA VIDA

                                                

Um professor de filosofia parou na frente da classe e, sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio e o encheu com pedras de uns 2 cm de diâmetro. Olhou para os alunos, e perguntou se o vidro estava cheio. 

Todos disseram que sim. 

Ele então, pegou uma caixa com pedregulhos bem pequenos, jogou-os dentro do vidro agitando-o levemente, os pedregulhos rolaram para os espaços entre as pedras. 

Tornou a perguntar se o vidro estava cheio. 

Os alunos concordaram: agora sim, estava cheio! 

Dessa vez, pegou uma caixa com areia e despejou dentro do vidro preenchendo o restante. 

Olhando calmamente para os alunos o professor disse: 

- Quero que entendam que isto simboliza a vida de cada um de vocês. As pedras são as coisas importantes: DEUS, sua família, seus amigos, sua saúde, seus filhos, coisas que preenchem a vida. 

Os pedregulhos são as outras coisas que importam: como o emprego, a casa, um carro... 

A areia, representa o resto: as coisas pequenas... 

Experimentem colocar a areia primeiro no vidro, e verão que não caberá as pedras e os pedregulhos... O mesmo vale para suas vidas. Priorizem cuidar do que realmente importa. Estabeleçam suas prioridades. O resto é só areia! 

Após fazer essa explanação, o professor tornou a perguntar: 

- E agora, vocês concordam que o vidro está realmente cheio?

Todos responderam em coro: 

- Sim, está!  

Então, ele derramou uma xícara de café dentro do vidro. A areia ficou ensopada, pois o líquido foi preenchendo todos os espaços restantes, e fazendo com que o vidro, desta vez, ficasse realmente cheio. 

Todos ficaram surpresos e pensativos, ao que o professor tornou a explicar:

- Não importa quanto atarefado você seja ou o quão cheio de problemas sua vida se apresente. Sempre arranje tempo para tomar um cafezinho com alguém que você considera especial.

Autor desconhecido, com adaptações.

(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

MEU NOME É FELICIDADE



Meu nome é felicidade.

Faço parte da vida daqueles que têm amigos, pois ter amigos é ser feliz. Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você, pois viver assim é ser feliz! 

Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje é uma dádiva de Deus - por isso se chama presente. 

Faço parte da vida daqueles que acreditam na força do amor, que acreditam que para uma história bonita não há ponto final. 

Eu sou casada, sabiam? Sou casada com o Tempo. Ah! O meu marido é lindo! Ele é responsável pela resolução de todos os problemas. Ele reconstrói corações, ele cura machucados, ele vence a Tristeza… 

Juntos, eu e o Tempo tivemos três filhos: a Amizade, a Sabedoria e o Amor. 

A Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda, sincera e alegre. Ela brilha como o Sol, une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar. 

A do meio é a Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao pai, o Tempo. A Sabedoria e o Tempo andam sempre juntos! 

O caçula é o Amor. Ah! Como ele me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar… Eu vivo dizendo: "Amor, você foi feito para morar em dois corações, não em apenas um". O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo! Quando começa a fazer estragos, chamo logo o pai dele, o Tempo, e então o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu! 

O poeta uma vez disse: 

“Tudo no final sempre dá certo. Se ainda não deu, é porque não chegou ao final”. Por isso, acredito sempre na minha família. Confio no Tempo, na Amizade, na Sabedoria e, principalmente, no Amor. Aí, com certeza um dia, eu, a FELICIDADE, baterei à sua porta! 

Ah, e mais uma coisa: Tenha tempo para os sonhos. Eles conduzem sua carruagem para as estrelas.

Autor desconhecido, com adaptações.


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54. )

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

BEIJINHO NO OMBRO


Desejo a todas inimigas vida longa
Pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória
Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba
Aqui dois papos não se cria e nem faz história

Acredito em Deus e faço ele de escudo 
Late mais alto que daqui eu não te escuto 
Do camarote quase não dá pra te ver 
Tá rachando a cara, tá querendo aparecer

Não sou covarde, já tô pronta pro combate
Keep Calm e deixa de recalque
O meu sensor de periguete explodiu
Pega sua inveja e vai pra…
(Rala sua mandada)

Beijinho no ombro pro recalque passar longe
Beijinho no ombro só pras invejosas de plantão
Beijinho no ombro só quem fecha com o bonde
Beijinho no ombro só quem tem disposição

Valesca Popozuda


Postei a letra dessa música em resposta aos invejosos que me criticam e falam mal de mim. Não fazem nada por si próprios, não trabalham, não estudam, não correm atrás... Só reclamam, só reparam na vida dos outros, só fofocam... Ah, meu, vai se foder e deixa minha vida em paz!!!  

Confira aqui o clip oficial de Beijinho no Ombro.


(A imagem acima foi copiada do link Portal 27.)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

STRESS E PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO

Entenda porque os profissionais da comunicação vivem tão estressados


O stress pode ser definido genericamente como uma situação de tensão aguda e crônica que produz no portador uma mudança comportamental física ou no estado cognitivo – emocional. 

Na rotina da vida moderna todos nós estamos expostos a este mal que é considerado por muitos especialistas na área de saúde - física e mental – como a doença da modernidade. Diversos profissionais sofrem em seus respectivos empregos a tensão para que sejam cumpridos os prazos, atingidas as metas ou superadas as expectativas. Entretanto, nenhum trabalhador está mais propenso a desenvolver o stress do que os profissionais que atuam na área da comunicação. 

É própria dessas ocupações a cobrança por resultados. O profissional dessa área é acometido de uma verdadeira avalanche de assuntos, matérias, pautas e coisas mil para serem investigadas. O repórter, por exemplo, sempre trabalha no limite da sua capacidade, tendo que se adiantar em relação aos outros (concorrentes) para não perder um furo de reportagem, ficar para trás e, consequentemente, correr o risco de sair do emprego. 

Mas essa cobrança tem um preço. Muitos comunicadores sofrem de problemas de saúde relacionados diretamente ao stress: insônia, dificuldade para se concentrar em determinada tarefa, indigestão, manchas na pele, dores de cabeça, perda do apetite (alimentar e sexual), dentre outros. 

Para o repórter, escritor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Bira Nascimento, há uma relação desproporcional entre número de matérias, estrutura física oferecida ao profissional pelos meios de comunicação, e tempo para entregar reportagens. E quem sai em desvantagem e sofre com isso é o repórter. Segundo ele, se as redações fossem melhor estruturadas os jornais fariam uma cobertura mais detalhada dos fatos, as matérias ganhariam em conteúdo e os leitores seriam mais bem informados. 

Infelizmente, não é isso que acontece. A cobrança por parte dos editores acaba prejudicando o bom desempenho do jornalista, muitas matérias ficam incompletas e sem sentido, e o assédio moral nas redações é constante. 

Jornalismo pode ser feito sem pressão ou gritaria. Estas são duas características que já estão arraigadas ao profissional da comunicação, mas se tivéssemos os meio necessários para desempenhar um bom trabalho essa imagem de estressado que o jornalista tem, cairia por terra. Uma reportagem boa é aquela que você pode sentar para planejar a apuração e escutar todos os envolvidos para evitar a parcialidade. Sempre cito como exemplo o caso do repórter Zuenir Ventura que teve tempo para fazer uma reportagem numa favela e, com o material recolhido acabou publicando um livro (Cidade Partida) de grande sucesso”, argumenta Bira. 

Mas até que os chefões midiáticos se importem com a saúde dos nossos intrépidos comunicadores, ainda teremos muitos casos de jornalistas perdendo noites de sono para entregar a matéria a tempo...


(A imagem acima foi copiada do link Vila Boa de Goiás.)

domingo, 12 de outubro de 2014

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Coisas que todo cidadão e concurseiro deveriam saber


O comportamento dos servidores públicos civis do Poder Executivo Federal é orientado pelo Código de Ética Profissional – Decreto n° 1.171/94, que deve ser seguido pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta. 

Para fins de apuração do comprometimento ético, o referido decreto considera como servidor público todo aquele que preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, a qualquer órgão do poder estatal, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.  

Segundo o Código de Ética, o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, deve sempre primar pela dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais. A moralidade na Administração Pública, contudo, não se limita apenas à distinção entre o bem e o mal, mas sim a ideia de que o fim será sempre o bem comum. 

São deveres do servidor público, dentre outros: 

1) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas; 

2) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; 

3) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social; 

4) ser assíduo e frequente ao serviço. 

É vedado ao servidor público, dentre outras coisas: 

1) o uso do cargo ou função para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;  

2) permitir que simpatias, antipatias, caprichos ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; 

3) pleitear, solicitar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 

4) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 

5) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. 

Pelo decreto, o servidor que desrespeitar as normas, princípios e orientações acima elencados receberá a pena de censura, aplicada por uma Comissão de Ética

No quotidiano, infelizmente, temos percebido que o Código de Ética na maioria das vezes não é seguido – alguns servidores sequer o conhecem. Cabe a nós, cidadãos pagadores de impostos, buscarmos nossos direitos e exigirmos um atendimento digno e eficiente.


(A imagem acima foi copiada do link Blog do Concurseiro Solitário.)

sábado, 11 de outubro de 2014

PAI E PSICÓLOGO


O menino chega ao consultório de um renomado psicólogo e sem pedir licença, entra.

- Paiêêêê...

- Agora não Joãozinho, responde o pai que atendia um paciente, papai está ocupado.

- Mas pai, é importante. Eu preciso de ajuda para um trabalho da escola.

O pai retira os óculos do rosto e reflete: “se eu não o ajudar agora ele vai continuar implicando; por outro lado, se o fizer, o paciente pode se sentir menosprezado. Mas se eu não ajudar meu filho, este não vai me deixar continuar com a consulta, mas..”

- Tudo bem, responde o paciente, eu não me incomodo em esperar. Também tenho filhos e sei o sufoco que é quando eles colocam uma ideia na cabeça.

O menino dá um sorriso e continua explicando:

- Pai, é para uma pesquisa da escola. A professora pediu para perguntarmos aos nossos pais sobre o que eles fazem nos empregos deles e qual a importância disso para a sociedade em geral.

- Tá bem Joãozinho, mas comece logo. Não tenho o dia todo.

O menino retira uma caneta e um caderno de anotações do bolso e inicia uma entrevista:

- O que o senhor faz?

- Sou psicólogo, que é o profissional formado em psicologia.

O menino vai anotando o mais rápido que suas mãozinhas conseguem.

- E o que é a psicologia, pai? Quer dizer, doutor!

- Ora, é a ciência que estuda o comportamento humano e...

- Mas como isso é possível, interrompe o menino, existem tantos comportamentos. Existe o comportamento de homem, de mulher, de criança, comportamento de idoso, de adolescente...

- Você está certo. Por isso a psicologia foi subdividida em outros grupos que se especializaram, cada um, na sua respectiva área: temos a psicanálise que estuda o subconsciente, tem a gestalt, tem a “sócio-histórica”, tem o behaviorismo que é aplicado na educação e no trabalho. Entendeu? Mas nunca se sabe o bastante sobre o comportamento e a mente do ser humano.

- Quer dizer que se eu me formar em psicologia não vou saber psicologia?

- Não... Você vai ter de escolher uma área na qual se especializar...

- Ah, bom... Mas se existem tantos ramos da psicologia, os “médicos” de cada área não brigam com os médicos das outras áreas?

- Não meu filho, veja bem: você lembra da União Soviética? Ela era composta por quinze repúblicas socialistas e autônomas entre si, e que obedeciam a um poder central. Essas repúblicas não brigavam entre si, pelo contrário, se ajudavam mutuamente. Do mesmo jeito é a psicologia e seus vários segmentos.

- Mas papai, quando a União Soviética se fragmentou as repúblicas que a compunham começaram uma disputa interna, cada uma querendo mandar nas outras...

- Foi, mas, na psicologia é diferente. Ela deriva da filosofia, ciência esta que deu origem a outras ciências como a política, o direito, a economia...

- Vem cá, a filosofia não foi fundada por aquele cara...

- Sócrates.

- Isso, que dizia que “só sei que nada sei...”

- É, mas ele tentava explicar com isso...

- E também diziam que ele era homossexual...

- Talvez.

- Você é gay, papai?

- Claro que não, menino! Você está entendendo tudo errado!

- É porque essa ciência é muito complicada.

- Não é. Olha, a psicologia está impregnada com as ideias dos seus estudiosos, por exemplo: se um psicólogo francês vai fazer uma pesquisa na área da psicologia social o resultado que ele encontrará será diferente do resultado encontrado por um estudioso norte-americano, entendeu?

- Mais ou menos. Quer dizer que se alguém é considerado louco aqui no Brasil pode não o ser lá na China?

- Não Joãozinho. Preste atenção. Você já estudou biologia. Lembra do sistema circulatório? Pois a psicologia segue o mesmo esquema. Não existe uma psicologia mais importante que a outra. Todas são importantes, trabalham unidas, uma complementa a outra e formam um vasto sistema de pesquisas do comportamento humano, entendeu?

- Sim, mas, e se esse sistema tiver uma parada cardíaca?

O psicólogo fica sem resposta. Percebendo a aflição do pai e achando que aquela entrevista não levaria a lugar nenhum, o menino pára de escrever e comenta:

- Tá bom pai, vou entrevistar a mamãe. Acho que o emprego dela é mais interessante.

Constrangido com aquela situação, o “doutor” psicólogo olha para o paciente e o convida:

- E então, vamos continuar a terapia?

André


(A imagem acima foi copiada do link Sintcvapa.)