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sexta-feira, 12 de abril de 2019

"O dinheiro não traz felicidade - para quem não sabe o que fazer com ele".

Machado de Assis (1839 - 1908): contista, cronista, crítico literário, dramaturgo, jornalista, escritor e poeta brasileiro. Considerado um dos maiores ícones da literatura, não apenas brasileira, mas mundial.




(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

CONHEÇA CECÍLIA MEIRELES


Cecília Meireles (1901-1964): poeta, jornalista, professora e pintora brasileira. Considerada uma das vozes líricas mais importantes da língua portuguesa. 

Apesar de viver sob a influência do Modernismo, apresentava também em sua poesia traços de outras escolas literárias como Simbolismo, Classicismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo, Surrealismo e Gongorismo. Por causa disso sua obra é considerada atemporal. 

Alguns de seus trabalhos: 
Ou Isto ou Aquilo, 
Romanceiro da Inconfidência, 
Viagem, Vaga Música, 
Nunca Mais, 
Poesia de Israel, 
Flores e Canções, 
Escolha o Seu Sonho, 
Antologia Poética. 

Obras infantis: 
Sonhos da Menina, 
O Cavalinho Branco, 
Leilão de Jardim. 

Por ser católica fervorosa, escreveu também: Pequeno Oratório de Santa Clara e O Romance de Santa Cecília.

(A imagem acima foi copiada do link Alto Astral.)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena".


Fernando Pessoa (1888 - 1935): renomado filósofo, escritor e poeta, tanto da língua portuguesa, quanto da inglesa. Nasceu e morreu em Lisboa, Portugal.

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

domingo, 19 de outubro de 2014

OS TRÊS MAL - AMADOS


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papeis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés.  Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999), poeta e diplomata brasileiro. Nascido no Recife (Pernambuco), foi primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, são algumas de suas obras: Pedra do Sono, Os Três Mal-Amados, Morte e Vida Severina, A Educação Pela Pedra, Auto do Frade, Agrestes, Tecendo a Manhã. 


(A imagem acima foi copiada do link Frases Globo.com.)

sábado, 20 de setembro de 2014

MOTIVO


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugídias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles (1901-1964): poeta, jornalista, professora e pintora brasileira. 


(A imagem acima foi copiada do link Mensagens Com Amor.)

terça-feira, 28 de maio de 2013

ÁGUA-FORTE



Amanhece.
A louca caminha
no meio da rua.
Os braços abertos.
Os olhos nas mãos.
A voz baixa
como se estivesse rezando.
Sozinha contra a cidade adormecida.
 

Luís Carlos Guimarães (1934-2001), poeta brasilerio nascido em Currais Novos/RN. 


(A imagem acima foi copiada do link Substantivo Plural.)

terça-feira, 14 de maio de 2013

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.


Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão. 


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.


Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.


Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente. 


Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem. 


Traduzir-se uma parte
na outra parte
– que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?
 

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira: poeta, tradutor, crítico de arte, ensaísta e biógrafo brasileiro. Nascido em 10 de setembro de 1930, em São Luís/MA, é um dos fundadores do Neoconcretismo.


(A imagem acima foi copiada do link Editora Ática.)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

OUVIDO MASCULINO


Muitas vezes se ouve dizer que as mulheres falam demais... Mas não tem problema. Porque o ouvido masculino (seletivo) escuta somente o que interessa.... Preste atenção!
O que a mulher diz:
- Esse lugar está uma bagunça, amor!
Você e eu precisamos limpar isto.
Suas coisas estão jogadas no chão
E você vai ficar sem roupas
Pra usar se não lavá-las agora mesmo.
O que o homem escuta:
- blah, blah, blah, blah, AMOR,
blah, blah, blah, blah, VOCÊ E EU,
blah, blah, blah, blah, NO CHÃO,
blah, blah, blah, blah, SEM ROUPAS,
blah, blah, blah, blah, AGORA MESMO.
Percebem a diferença?

Texto de Carlos Drummond de Andrade. Poeta, contista e cronista brasileiro nascido em Itabira - MG, em 31 de outubro de 1902 e falecido no Rio de Janeiro - RJ, em 17 de agosto de 1987.


(A imagem que ilustra o texto acima foi copiada do link dzai.com.)