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domingo, 20 de junho de 2021

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA! 


Bertolt Brecht (1898 - 1956): dramaturgo e poeta alemão.

(A imagem acima foi copiada do link Jornal USP.) 

terça-feira, 7 de novembro de 2017

100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA (I)

Aprenda um pouco sobre essa revolução ocorrida há exatos 100 anos, mas que continua a influenciar na contemporaneidade

Domingo Sangrento: trabalhadores em manifestação pacífica são recebidos
com tiros pelas forças do czar.


Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista

Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.

Fonte: Só História.

(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

LAIKA, A CADELA ASTRONAUTA

Conheça a pioneira da exploração do universo sideral

Você sabia que o primeiro ser vivo mandado ao espaço não foi uma pessoa, mas uma cadela russa, que ficou conhecida como Laika? Ela subiu ao espaço há 53 anos, no dia 3 de novembro de 1957, a bordo da nave espacial Sputnik II.

O projeto que mandou Laika para o espaço – no bom sentido, lógico – foi desenvolvido pela União Soviética (URSS), que na época disputava com os Estados Unidos a Corrida Espacial.

A Corrida Espacial foi uma disputa entre URSS e EUA para ver quem tinha a melhor tecnologia para explorar o universo. Ela era reflexo de outra disputa maior, a Guerra Fria, que foi uma contenda entre o Bloco Socialista, liderado pela Rússia, e o Bloco Capitalista, comandado pelos EUA. Mas esse já é outro assunto...

Os soviéticos saíram na frente, enviando o primeiro satélite (Sputnik I) e o primeiro ser vivo (cachorra Laika). Os Estados Unidos, tempos depois, mandaram o primeiro homem à Lua.

Com o fim da Guerra Fria, a desfragmentação da União Soviética, a derrota do Socialismo e a consolidação do Capitalismo, os gastos com a corrida espacial caíram drasticamente, principalmente no lado russo.

Alguns anos depois, EUA e Rússia colocaram suas desavenças de lado e ajudaram a criar um outro projeto espacial maior ainda: a Estação Espacial Internacional, que conta com a participação de vários países – inclusive o Brasil.

Na Estação Espacial, ou ISS (sigla em inglês) já passaram mais de cem pessoas, de diversas nacionalidades, que fizeram experimentos no espaço e testaram a capacidade humana de sobreviver fora do planeta Terra. A ISS, num futuro não muito distante, servirá como base de apoio à exploração do universo.

E todo esse avanço se deu graças a uma frágil cadelinha, Laika, que há 53 anos chegou onde nenhum cachorro – ou ser humano – havia chegado: no espaço sideral. E como todo herói, Laika faleceu cumprindo sua missão...

Os cientistas soviéticos não conseguiram trazer em segurança a cápsula de transporte onde o animal estava. Devido o forte atrito ao passar pela atmosfera do nosso planeta, a cápsula se incendiou e matou a cachorrinha.


(A imagem acima foi copiada do link Dum Pendebat Filius.)