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domingo, 28 de junho de 2020

"São nos pequenos atos que a gente vê como a pessoa é de verdade. Casal que conversa, não briga. E se briga, resolve na cama".

Luis Fernando Veríssimo - Biografia e principais obras do autor

Luiz Fernando Veríssimo (Porto Alegre - RS, 26 de setembro de 1936), escritor - conhecidíssimo por seus textos e crônicas de humor -, tradutor, cartunista, roteirista de televisão, autor de teatro, romancista e músico (saxofonista). Seu pai foi outro grande escritor brasileiro, Érico Veríssimo.


(A imagem acima foi copiada do link Estudo Prático.)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DESABAFO DE UM BOM MARIDO



Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.
Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'.
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.
No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.
Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.
'- Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.'
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.

Texto atribuído a Luis Fernando Veríssimo (1936 -): autor de teatro, cartunista, escritor, futebolista, músico, romancista tradutor e roteirista de televisão brasileiro.


(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)



sábado, 14 de março de 2015

“TIPO ASSIM...”

Tô ficando velho! Um dia destes, às 2 (horas) da manhã, peguei o carro e fui buscar minha filha adolescente, na saída de um show de rock.

Ela e as amigas estavam eufóricas e eu ali, meio dormindo, meio de pijama, tentei entrar na conversa:

- E aí, o show foi legal?

A resposta veio de uma mais exaltada no banco de trás:

- Cara! Tipo assim, foda!

E outra emendou:

- Tipo foda mesmo!

Fiquei tipo assim, calado o resto do percurso, cumprindo minha função de motorista.


Tô precisando conversar um pouco mais com minha filha, senão, daqui a pouco, vamos precisar de tradução simultânea. Pra piorar ainda mais, inventaram as redes sociais, essa praga da Internet, onde os adolescentes ficam horas e horas escrevendo abobrinhas uns pros outros, em código secreto que não leva a absolutamente nada.

Tipo assim:

“kct! vc tmb nunk tah trank, kra. Eh d+, sl. T+ Bjoks. Jubys”.

Em português:

“Cacete! Você também nunca está tranquila, cara. É demais, sei lá. Até mais, beijocas. Jubys”. Jubys, que deve ser pronunciado “diúbis”, é isso mesmo que você está imaginando, a assinatura. Só que o nome de batismo é Júlia, um nome bonito, cujo significado é “cheia de juventude”, que eu e minha mulher escolhemos, sentados na varanda, olhando a lua...

Pois, Jubys, é hoje essa personagem de cabelo cor de abóbora, cheia de furos na orelha, um monte de arames na cara, mais parecendo um bicho. Sem falar nas malditas pragas das tatuagens que tanto marginalizam os jovens.

Tô ficando velho!

Há anos tento convencer minha família a ver “Cantando na Chuva”, mas, sempre fica para depois. Um dia, cheguei entusiasmado em casa, com a fita de um filme francês que marcou minha infância: A Guerra dos Botões. Juntei toda a família para a exibição solene e a coisa não durou cinco minutos!

O guri foi jogar bola, Jubys inventou “um trabalho de história sobre a civilização greco-romana que tem que entregar, tipo assim, até amanhã, senão perde ponto”.

E até minha mulher, de quem eu esperava um mínimo de solidariedade, se lembrou que tinha um compromisso com hora marcada e se mandou. Fiquei ali, assistindo sozinho e lembrando do tempo em que eu trocava gibi.

Uma amiga me contou que o filho de 10 anos ficou espantado quando viu um telefone de discar. Sabe, telefone de discar? É, tipo assim, um aparelho sem teclas, geralmente preto, com um disco no meio, todo furado, onde cada furo corresponde a um algarismo. Esse aparelho serve para conversar com outras pessoas, como qualquer telefone comum.        

Há pouco tempo, João, meu filho de oito anos, pegou um LP e ficou fascinado! Botei pra tocar e mostrei a agulha rodando, dentro do sulco de vinil. Expliquei que aquele atrito gerava o som que estávamos escutando...

Mas aí, ele já estava jogando vídeo-game. Não é que ele seja desinteressado... eu é que fiquei patinando nos detalhes. Ele até que é bastante curioso e adora ouvir as “histórias do tempo em que eu era criança”.

Quando contei que a TV, naquela época, era toda em preto e branco, ele “viajou” na ideia de que o mundo todo era em preto e branco e só de uns tempos para cá as coisas começaram a ganhar cores.

Acho que, de certa forma, ele tem razão. “Tipo assim”...

A dúvida que me corrói é: “cara”, será que nosso país tem futuro com jovens “Tipo assim...” Tipo FODA???


Luís Fernando Veríssimo, com adaptações.


(A imagem acima foi copiada do link Helduakzeukesan.) 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

UM HOMEM INTELIGENTE FALANDO DAS MULHERES

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.

Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

1. Habitat Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

2. Alimentação correta Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

3. Flores Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

4. Respeite a natureza Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

5. Não tolha a sua vaidade É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

6. Cérebro feminino não é um mito Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

7. Não faça sombra sobre ela Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

E meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire GAY.

Só tem mulher, quem pode!



Autor: Luiz Fernando Veríssimo (Porto Alegre - RS, 26 de setembro de 1936), escritor - conhecidíssimo por seus textos e crônicas de humor -, tradutor, cartunista, roteirista de televisão, autor de teatro, romancista e músico (saxofonista). Seu pai foi outro grande escritor brasileiro, Érico Verissimo.



(As imagens acima foram copiadas do link Google Images. O texto foi enviado por Márcia Roxana, um amor de pessoa - menos quando está com ciúmes...)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A GAFE DA TRIBUNA DO NORTE

Jornal comete gafe e posta data errada


Cometer gafe significa dá uma mancada, cometer um erro.

O jornal potiguar Tribuna do Norte cometeu uma gafe, e das boas, essa semana: colocou a data errada. A edição de terça feira, 27 de abril, estampou no cabeçalho a data de quinta feira, 29 de abril. Os leitores que perceberam o erro não souberam confirmar se a gafe foi cometida em toda a tiragem do jornal.

O escritor, jornalista, humorista e cronista brasileiro, Luis Fernando Veríssimo, afirmou certa vez: “Às vezes, a única coisa verdadeira em jornal é a data”. Mas agora com essa mancada da Tribuna, fica difícil acreditar…


(A imagem acima foi copiada do link 4.bp)