sexta-feira, 18 de junho de 2010

CRIMES-NOVELA! O QUE É ISSO?

Quase somos levados às lágrimas pela imprensa televisiva quando ela aborda certas ocorrências criminais. A mídia dos grandes centros urbanos brasileiros, particularmente São Paulo e Rio de Janeiro, domina e define a forma como serão veiculadas as matérias que irão contribuir para a opinião de todos os grupos sociais. No caso dos crimes que são tipificados como homicídios, há uma seleção daqueles que serão transformados detalhadamente em verdadeiros shows de projeções, especulações e, o mais terrível, de sensacionalismo forjado.

Nos últimos anos, assistimos comovidos ao desenrolar da investigação e julgamento até antecipados de crimes que ganharam status de novela, nos quais os atores são criados, moldados, ridicularizados, execrados e julgados. Por outro lado, na mesma trama, outros atores emergem vitimados, injustiçados e encarnados como seres do bem e da paz, são figuras quase divinizadas pela dor grandiloquente na imprensa. Mas o que é isso? Por que os casos das brasileiras Isabella Nardoni e Mércia Nakashima, este que ainda está em processo de investigação, ganharam tal dimensão?

Seríamos insensíveis do ponto de vista dos direitos humanos, da ética, da moralidade e da defesa da justiça em solidariedade à dor das famílias se minimizássemos a importância desses crimes tão brutais e de características cruéis. No entanto, será que estamos sendo insensíveis com outros crimes de menor ou maior abrangência no seio da nossa sociedade? Por que o caso de crianças que foram brutalmente assassinadas em outras regiões do Brasil, fora da região Sudeste, não ganhou o mesmo status, como o caso da criança Maisla, que foi assassinada e esquartejada em 2009 na cidade de Natal no Rio Grande do Norte?

Nós estamos nos comovendo mais com esse ou aquele caso por que a mídia televisiva das grandes metrópoles decidiu? Por que a vítima dos crimes-novela fazia parte de uma classe média e tinha parentes influentes nos meios do judiciário e até mesmo da própria polícia brasileira?

Essas vítimas selecionadas são mais humanas do que as vítimas de outros centros urbanos que acabam sendo esquecidas, e o trabalho de investigação não passa da precariedade e, por conseguinte, não acontece um julgamento digno? Por que as famílias dos casos de crimes-novela devem ter mais atenção e solidariedade humana do que as famílias que nunca tiveram a chance de ver a elucidação da morte dos seus entes queridos?

Que polícia criminal é esta que menospreza o trabalho de inteligência e avilta os procedimentos de investigação sob a técnica e observação rigorosa da ética, como vimos no caso de Mércia Nakashima em 2010? Que polícia é essa que comunga com os ditames e orientações da imprensa criminal e torna o trabalho de investigação de um crime atabalhoado? Que polícia é essa que já estabelece um discurso afinado com a imprensa no pré-julgamento dos indivíduos que ainda não passaram pelo processo transitado em julgado? Que polícia é essa que participa da montagem dos crimes-novela para o deleite da imprensa preconceituosa, segregadora e sedenta pela audiência de todos os grupos sociais, fazendo uma exibição cinematográfica, sensacionalista e irresponsável?

Precisamos nos sensibilizar mais com os crimes cometidos com Isabella Nardoni, Mércia Nakashima, entre outros. Isso significa o repúdio ao sensacionalismo barato e irresponsável. Contudo, devemos nos sensibilizar também com os crimes de outras vítimas que não fazem parte da classe média, não moram nos grandes centros urbanos e não têm sobrenomes importantes.

Quando deixamos a imprensa criminal nos sensibilizar com seus crimes-novela estamos inversamente nos tornando mais insensíveis porque esquecemos os arrabaldes, as comunidades periféricas, isto é, os outros espaços onde o crime também acontece com o mesmo sinistro, a mesma dor, as mesmas lágrimas e a mesma sede de justiça. Será que precisamos democratizar também a exibição dos crimes na imprensa televisiva?

O texto acima é de autoria de Arlan Eloi Leite Silva, Bacharel e Licenciado em História – UFRN, Pós-Graduando em Metodologia do Ensino de História e Geografia – UNINTER, Instrutor da disciplina História da PM no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar – CFAPM/RN, e Soldado da PM/RN.


(A imagem que ilustra o texto foi copiada do link Imagens Google.)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

BAFANAS SÃO ABAFADOS

Uruguai vence sul-africanos e cala as vuvuzelas

Iniciando a segunda rodada desse mundial, o Uruguai enfrentou a África do Sul na tarde de ontem no estádio Loftus Versfeld, em Pretória. Os uruguaios levaram a melhor e venceram os donos da casa por 3 X 0.

A vitória da Seleção Uruguaia começou a ser construída já no primeiro tempo. Diego FORLÁN (10), aos 24 minutos, acerta um potente chute da intermediária e abre o marcador para os sul-americanos.

Com o gol, a torcida sul-africana dá uma ‘esfriada’ nas vuvuzelas, e o time anfitrião fica nervoso em campo: erra a passada de bola e não consegue armar contra-ataque.

Na segunda etapa, os uruguaios continuam mandando no jogo e a equipe da África do Sul não consegue se encontrar na partida. O tempo passa, o Uruguai tem maior tempo de posse de bola e o time da casa começa a entrar em desespero.

E esse desespero chega ao máximo aos 35 minutos. KHUNE (16), goleiro da África do Sul derruba Luiz SUAREZ na área. O árbitro da partida marca penalty e expulsa KHUNE, que passa ser o primeiro goleiro a receber cartão vermelho nesse mundial.

Carlos Alberto Parreira (técnico dos Bafana Bafana), visivelmente abatido, substitui o goleiro. Diego FORLÁN (10) vai para a cobrança e aumenta para os uruguaios: 2 X 0. Com isso, FORLÁN assume a artilharia provisória da competição - dois gols.

A torcida local se cala. Muitos torcedores começam a deixar o estádio e nem veem o terceiro gol dos sul-americanos. A. PEREIRA (11), que tinha acabado de entrar, faz mais um aos 50 minutos.

Com o resultado o Uruguai, que tinha vencido a última partida em mundiais da FIFA na copa de 1990, tem grandes chances de passar para as oitavas de final.

Já a África do Sul depende de uma série de resultados para continuar na competição: tem que torcer por um empate entre México e França; devem rezar para que o Uruguai vença o México; e tem que ganhar da França.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

16 DE JUNHO

Dia de aprender com os erros do passado

Hoje é feriado nacional na África do Sul. É dia da juventude. A data foi escolhida porque nesse dia, em 1976, um protesto pacífico feito por estudantes foi violentamente reprimido pela polícia [dos brancos].

Cerca de quinze mil estudantes se reuniram em Soweto, bairro pobre de Johannesburgo, para protestarem contra o apartheid. Os estudantes foram recebidos a bala. Mais de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

O apartheid, que na língua dos colonizadores significa separação, foi um sistema de segregação racial. Tal sistema, oficializado em 1948, impedia o acesso dos negros à propriedade da terra e à participação política. Proibia, ainda, o casamento e relações sexuais entre negros e brancos, e obrigava aqueles a viverem em zonas residenciais separadas desses.

Tudo era separado. Os lugares nos ônibus, nos supermercados, nas escolas, nas igrejas. Um negro que fosse pego bebendo água no local destinado a um branco era punido, no mínimo, com prisão.

O fim do apartheid se deu em 1992, com forte militância de Nelson Mandela. Mandela, por sua luta e esforços contra o regime de segregação, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993, e em 1994 foi eleito primeiro presidente negro da África do Sul.

Com ele os sul-africanos iniciaram uma nova era de prosperidade, paz e diálogo inter-racial que dura até os dias de hoje. Todavia, nem brancos nem negros esqueceram daquele fatídico 16 de junho, onde pensou-se que se poderia calar os gritos de liberdade de um povo com tiros e cacetetes.


(A imagem acima foi copiada do link Tutor2u.net. A legenda foi colocada posteriormente.)

A PRIMEIRA ‘ZEBRA’ DA COPA

Suíços surpreendem e derrotam atuais campeões da Europa

Por um placar magro de 1 X 0, a Suíça venceu a poderosa Espanha no último jogo da rodada inicial dessa copa. O jogo, que está sendo considerado como a primeira ‘zebra’ dessa competição, aconteceu hoje pela manhã no estádio Moses Mabhida, em Durban.

A Seleção Espanhola chegou com amplo favoritismo à essa Copa da África, afinal, o time é o atual campeão da Eurocopa. Mas os espanhóis não contavam com a retranca e os contra-ataques do time suíço.

O primeiro tempo do jogo foi parecido com os dos demais desse mundial: times jogando na retranca e se aproveitando dos vacilos dos adversários para contra-atacarem. Tanto Espanha quanto Suíça só levaram perigo de gol um ao outro no segundo tempo.

E foi no início da segunda rodada que o gol saiu. Gelson FERNANDES, camisa 16, aos sete minutos surpreende a campeã da Europa e abre o marcador. Aos 24 minutos os espanhóis mandam uma bola na trave dos suíços, que respondem com uma bola na trave da meta espanhola aos 29. E ficou só nisso.

A Seleção Espanhola estava invicta há doze jogos. E nas eliminatórias para esse mundial, venceu todas as dez partidas que disputou. Já a Suíça, que nunca ganhou da Espanha numa partida de futebol, não vencia na estreia de um torneio da FIFA desde 1954, quando sediou uma copa e venceu a Itália por 2 X 1.

Em compensação, o time suíço está há cinco jogos sem perder em Copas do Mundo - cerca de oito horas invicto. A última derrota aconteceu em 2006 (Alemanha), quando eles perderam, nos penaltys, para a Croácia ainda na primeira fase.

A Espanha, uma das favoritas para ganhar essa copa, estreou perdendo. E nunca na história dos mundiais a seleção vencedora iniciou com derrota. Isso é péssimo para os espanhóis, e excelente para o Brasil.

A DEFESA MAIS DIFÍCIL DA COPA

Honduras perde, mas sai de cabeça erguida

Abrindo o grupo H desse mundial, Honduras e Chile se enfrentaram na manhã de hoje no estádio Loftus Versfel, em Pretória. A equipe chilena venceu por 1 X 0, mas o que marcou o confronto foi uma bela defesa de VALADARES, goleiro hondurenho.

O único gol da partida foi convertido aos 33 minutos do primeiro tempo. BEAUSEJOUR (15) abriu o placar para os chilenos. E só ficou nisso.

O lance mais emocionante do jogo se deu aos 18 minutos da segunda etapa. VALADARES, goleiro hondurenho, pegou uma bola indefensável do ataque chileno. Honduras não venceu a disputa, mas saiu de campo com o orgulho de ter no seu elenco o goleiro que fez a defesa mais difícil dessa copa.

Se passar para a próxima fase, o Chile pode pegar a Seleção Brasileira. E aí levamos vantagem. A última vez que as duas equipes se enfrentaram em Copas do Mundo foi em 1998 (França). Na época o Brasil pegou o Chile nas oitavas de final e deu uma ‘pisa’ de 4 X 1. O gol de honra dos chilenos foi marcado pelo atacante ZAMORANO.

Tomara que esse resultado se repita.

ESTREIA VITORIOSA

Brasil começa ganhando e se aproxima do hexacampeonato

Não foi a goleada que nós brasileiros esperávamos… Mas o Brasil venceu a Coreia do Norte por 2 X 1 e é líder isolado do grupo G. O jogo aconteceu no estádio Ellis Park (Johannesburgo), palco da vitória brasileira na Copa das Confederações no ano passado.

O jogo começou como a maioria das partidas dessa copa: os times tocando bola e chegando com perigo no gol adversário apenas através de contra-ataques. Os gols só foram marcados no segundo tempo.

O primeiro foi da equipe brasileira. MAICON (02), aos cinco minutos, avança pela direita, chuta sem ângulo e converte. Abraçado pelos companheiros de equipe, o jogador chora muito e beija a aliança de casamento durante a comemoração.

A partir daí o Brasil, que tinha o maior tempo de posse de bola, começa a pressionar o time norte-coreano. A seleção passa a mostrar aquele futebol que a tornou o melhor time do mundo, e o gol não tarda a sair.

Aos 27 minutos ROBINHO (11) lança para ELANO (07), que avança pela ponta direita, toca na saída do goleiro coreano e faz o segundo dos brasileiros.

Todo mundo achava que a Seleção Norte Coreana ia se retrair para evitar uma goleada. Ledo engano. Os asiáticos - num golpe de sorte - passam pela defesa ‘canarinha’ e balançam as redes do melhor goleiro do mundo. JI YUN NAM (08) aos 43 minutos do segundo tempo, marca para a Coreia do Norte e entra para a história futebolística daquele país.

Os torcedores norte-coreanos não viram a seleção deles jogar. O país vive uma ditadura militar sob o comando de Kim Jong Il, e o único canal de TV aberta é estatal e só vai transmitir a partida hoje. A explicação para isso era o medo que as autoridades locais tinham de ver o time, um símbolo nacional, passar vexame.

Mas com o bom resultado, é bem capaz de o governo mandar fazer uma estátua de bronze para JI YUN e presentear toda a delegação com um suprimento anual de carne - o país passa por uma escassez crônica de alimentos que já matou de fome mais de dois milhões de pessoas!

Já aqui no Brasil, só alegria. O país inteiro parou. Bancos, lojas, repartições públicas. Todos vibraram e se emocionaram com a primeira partida que a seleção do Dunga fez rumo ao hexacampeonato.

Dá-lhe Brasil. E que venha a Costa do Marfim - e o resto do mundo!

UMA VERGONHA PORTUGUESA, COM CERTEZA!

Portugal sofre para empatar com Costa do Marfim

Em futebol, favoritismo não ganha jogo. E Portugal sentiu isso na pele ontem, ao empatar em 0 X 0 com a Costa do Marfim. O jogo foi no estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth e abriu o grupo G - grupo do Brasil.

O jogo mais pareceu uma “pelada” de fim de semana. O único lance perigoso de Portugal aconteceu ainda na primeira etapa: uma bola na trave de Cristiano RONALDO. E só. Os demais lances da partida se restringiram a contra-ataques criados em cima dos erros de ambos os times.

O jogador mais aplaudido em campo foi o craque marfinense DROGBA. Motivo: mesmo com o cotovelo quebrado, o atacante entrou na partida no meio do segundo tempo.

A Seleção da Costa do Marfim estreou nas Copas do Mundo em 2006 (Alemanha) e caiu no chamado “grupo da morte”, com Sérvia e Montenegro, Argentina e Holanda. Foi eliminada já na primeira fase e terminou o mundial na 19a colocação.

Portugal tem um retrospecto relativamente melhor. Participou em 1966 (3o lugar), 2002 e 2006 (4o lugar). Mas tem um favoritismo que eu, particularmente, não sei explicar.

A Seleção Portuguesa nunca venceu um mundial da FIFA, nem levou a Eurocopa. Então, por que esse alvoroço todo em torno dos lusitanos?

Em todas as competições das quais participa, Portugal promete mostrar para os adversários seu talento. Acaba o torneio e continuamos a esperar o belíssimo futebol dos portugueses.

É sempre assim. Sempre foi assim. E não será diferente nessa copa.

OUTRO EMPATE

Neozelandeses e eslovacos empatam em 1 X 1

Nova Zelândia e Eslováquia fizeram ontem o jogo dos anônimos. As duas seleções não estão cotadas entre as favoritas desse mundial. Mesmo assim fizeram um placar melhor que o de muito time com tradição: 1 X 1.

O jogo foi em Rutensburgo, no estádio Royal Bafokeng e os gols só saíram no segundo tempo.

O primeiro foi da Seleção Eslovaca. Aos quatro minutos, Robert VITTEK (11), de cabeça, abre o placar. O segundo gol foi marcado já nos acréscimos. REID (04), também de cabeça, marca para os neozelandeses e deixa tudo igual.

As duas equipes voltam a jogar próximo dia 20 (domingo). A Eslováquia enfrenta o Paraguai, em Bloemfontein; e a Nova Zelândia pega a tetracampeã Itália, em Nelspruit.

Com o empate de ontem, o grupo F se tornou o mais embolado da copa. Cada time tem um jogo, fez um gol, sofreu um gol e marcou apenas um ponto. Todas as quatro seleções têm, portanto, chances matemáticas de passar para a próxima fase.

terça-feira, 15 de junho de 2010

QUE SAUDADE DO ‘SEU ANDRÉ’

Há um ano o melhor pai do mundo entrava para a eternidade

Meu pai se chamava Francisco André Pereira e partiu para junto de Deus há um ano atrás. Foi casado com minha mãe, dona Maria, por mais de cinquenta anos. Tiveram dezoito filhos, dos quais doze permanecem vivos.

A morte de minha mãe (06/10/08) contribuiu para o agravamento dos problemas de saúde do meu pai. Ele, que por cinco décadas teve uma companheira fiel a seu lado, ao se encontrar sem a mesma caiu numa profunda tristeza.

No dia 15/06/09, exatos oito meses e nove dias após a ‘partida’ de minha mãe, “seu André”, meu pai, também se foi.

Hoje, em que se celebra um ano do seu falecimento, não consigo sentir tristeza. Que me perdoem os familiares, amigos ou leitores. Mas é porque meu pai sempre foi uma pessoa alegre, brincalhona, extrovertida e que gostava de prosear com todo mundo.

Às vezes me pego pensando nele e nas coisas engraçadas que fazia e dou boas gargalhadas. Quem o conheceu sabe do que estou falando.

Meu pai foi um homem bom, de coração humilde e que sempre ajudou a todos - mesmo os que não mereciam. Por causa dessa generosidade toda, chegou a levar várias broncas da minha mãe. E com razão.

Ele costumava emprestar tudo o que lhe pedissem: material de construção, ferramentas variadas, roupas, calçados, dinheiro, até os utensílios de cozinha! Muitas das pessoas que meu pai ajudava, devolviam os objetos que recebiam emprestados. Outros, no entanto, além de não devolverem, ainda falavam mal dele. Mas tudo bem, seu André não guardava rancor, parecia criança, e sempre tornava a emprestar.

Mas ele também tinha lá seus defeitos. Como algumas mulheres dizem até hoje, ele era um velho enxerido e sem-vergonha, e por causa disso fez raiva à minha mãe por diversas vezes. Mas ela, em vida, já o perdoou.

Uma das poucas coisas que tirava meu pai do sério era quando alguém o chamava de velho, senhor ou coisas do tipo. Ele não gostava. Nem quando os netos o chamavam de vovô. Dizia ele que só tinha trinta e poucos anos, e que por causa disso só “queria conversa com mulher nova”. Também achava ruim quando alguém pegruntava-lhe como andava a saúde. Ele dizia que não sentia nada. Colesterol alto, diabetes, hipertensão? Para ele era tudo besteira, tinha uma saúde de ferro.

Mas o que tornou sua marca registrada foram as promessas de presentes que ele fazia. Ele costumava prometer queijo, capote (galinha d’angola), carneiro, milho verde e novilho gordo das fazendas que dizia ter no sertão. Algumas pessoas até acreditavam. A maioria, conhecedora dos causos do meu pai, fingia acreditar, concordava com ele e agradecia a gentileza.

Depois que ele se foi muita gente sentiu sua falta, não apenas os familiares. Aquelas pessoas acostumadas com suas prosas, com seus empréstimos generosos ou presentes imaginários, perceberam que aquele senhor que animava suas vidas não existia mais.

Hoje, um ano após sua partida, não sinto tristeza, mas saudade e arrependimento. Saudade pelos bons momentos que passamos juntos e arrependimento por não ter desfrutado mais tempo com ele.

Meu pai teve muitos nomes, apelidos e alcunhas. Para uns era ‘seu André’, para outros era 'vô'André, ou tio André, ou padrinho, ou ainda compadre André, amigo, ou então velho enxerido. Mas para mim e os outros onze filhos ele não foi apenas um pai. Ele foi O MELHOR PAI DO MUNDO.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

SUFOCO ITALIANO

Atual campeã mundial, Itália, sofre para conseguir empate com Paraguai

Abrindo o grupo E dessa copa, Itália e Paraguai se enfrentaram hoje à tarde no estádio Green Point, na Cidade do Cabo. A atual campeã da copa passou um sufoco, mas conseguiu empatar com os paraguaios em 1 X 1.

O jogo começou equilibrado. Os dois times tocavam a bola, sem armar grandes jogadas, como se estivessem com medo de levar gol. A partida continuou sem maiores emoções. Nem parecia que uma seleção tetra campeã estava em campo.

A Itália, favoritíssima, não conseguia chegar com perigo à meta paraguaia. Em futebol, “quem não faz, leva”. E foi exatamente o que aconteceu. Aos trinta e nove minutos do primeiro tempo, Antolin ALCARAZ (número 21), faz de cabeça para o Paraguai e silencia a torcida italiana, maioria no estádio.

No segundo tempo a história se repetia: jogo sem grandes lances, nenhum dos times sem levar perigo. Até que DE ROSSI (camisa 06) aos dezessete minutos faz o seu e impede que a ‘Azurra’ passe vexame.

O resultado foi ruim para as duas equipes, que tem que vencer as próximas partidas se quiserem continuar na competição.

O Paraguai sonha com a taça porque seria a primeira. Já os italianos almejam o troféu para se igualarem ao Brasil no número de conquistas: cinco. Sai para lá olho grande!