Assunto para universitários, pesquisadores e pessoas interessadas em aumentar seus conhecimentos.
Merleau-Ponty: um dos expoentes da Fenomenologia. |
A fenomenologia da percepção em Merleau-Ponty: o sentir
Fenomenologia
é o estudo de um conjunto de fenômenos e como estes se manifestam. Consiste em
explicar a essência das coisas e como essas coisas são percebidas no mundo. Ela
está presente desde muito tempo em nosso meio. Seus estudiosos são influenciados por Sócrates
e Aristóteles, mas também por Marx, Freud e Nietzsche.
A palavra fenomenologia surgiu a partir do grego “phainesthai”, que
significa "aquilo que se apresenta ou que se mostra", e “logos”, que
quer dizer "estudo". Para a fenomenologia, tudo o que podemos saber e
aprender do mundo resume-se a esses fenômenos, sejam materiais (objetos) ou
imateriais (existentes na mente).
O matemático, lógico e filósofo alemão Edmund Husserl é
considerado o fundador desse método de investigação filosófica. Foi ele também
quem lançou as bases da Fenomenologia, estabelecendo os principais conceitos e
métodos que influenciariam outros estudiosos, tais como: Max Scheler, Martin Heidegger,
Maurice Marleau-Ponty e Jean-Paul Sartre.
Um desses conceitos é a Redução Fenomenológica – “epoche” –
processo no qual tudo o que é informado pelos sentidos (audição, tato, visão,
paladar e olfato) é transmudado em uma experiência de consciência, em um
fenômeno que consiste em estar ciente de alguma coisa. Seria algo como
desconsiderar o mundo real e colocá-lo “entre parênteses”.
Um dos estudiosos que mais se dedicou a esta dicotomia entre
sentidos e consciência foi o francês Maurice Marleau-Ponty. Em sua obra
“Fenomenologia da Percepção”, ele aborda um assunto presente na Filosofia,
desde os primórdios da Grécia Antiga: homem e natureza, consciência e mundo,
sujeito e objeto, alma e corpo.
Marleau-Ponty, que foi também um dos expoentes do
Existencialismo, corrente filosófica cuja base foi a Fenomenologia, apresenta
no capítulo “O Sentir”, de sua obra o corpo humano não apenas como objeto
material descrito pela ciência, mas como um conjunto perceptivo pronto para
interagir com o mundo que o cerca.
Segundo ele, a ciência jamais terá o mesmo sentido de ser que o
mundo percebido, pela simples razão de que ela – a ciência – é uma explicação
do mundo. Sendo assim, o real deve ser descrito e sentido, não construído ou
constituído.
E a percepção não é uma ciência do mundo, uma vez que, enquanto
somos consciência, a sensação que alguém tem de uma cor, por exemplo, pode não
ser a mesma sensação percebida por outro. Portanto, não é preciso perguntar-se
se nós percebemos de verdade o mundo, ao contrário, o mundo é aquilo que nós
percebemos.
Na
visão de Ponty, o mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo. O
mundo fenomenológico é o sentido que transparece na interseção das experiências
pessoais do indivíduo com o mundo e das experiências do indivíduo com o outro,
sendo, portanto, inseparável da subjetividade e da intersubjetividade. Assim,
para o filósofo francês, a verdadeira
filosofia é reaprender a ver o mundo.
Texto base para a apresentação em grupo da avaliação da 3a unidade, da disciplina de Filosofia I, da turma 2016.2, turno noturno, do curso de Direito da UFRN.
Referências:
MERLEAU-PONTY, Maurice. O sentir. In: _____. Fenomenologia da Percepção. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 279-325 (Parte 2, cap. I);
http://oficinadeideias54.blogspot.com.br/2015/06/blog-post_6.html;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia;
https://www.significados.com.br/fenomenologia/;
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=dUiI5VWF7m8
(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)