Alguns apontamentos sobre as Teorias Neoclássicas da Firma e da Distribuição de Renda - fragmento retirado do trabalho apresentado como conclusão da terceira unidade da disciplina Economia Política, curso de Direito Bacharelado noturno, da UFRN.
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O britânico Alfred Marshall: seu livro "Princípios de Economia", tornou-se presença obrigatória nas universidades mais renomadas de língua inglesa. |
Pela
perspectiva da utilidade, o processo econômico é visto a partir de dois pontos
focais importantes, a saber: a família e a firma. Ora, as famílias são vistas
como proprietárias dos chamados “fatores de produção” e como consumidoras dos
bens de consumo finais. São as famílias que vendem seus fatores de produção às
firmas e comprarão de volta os bens de consumo.
Existem
dois fluxos circulares e contínuos entre a firma e a família: um fluxo real e um fluxo monetário. O primeiro, nada mais é do que um fluxo do uso de
fatores de produção das famílias para as firmas e um fluxo de retorno dos bens
de consumo das firmas para as famílias. O segundo, representa a renda monetária
auferida pelas famílias com a venda do uso de seus fatores de produção, a qual
retorna às firmas, como pagamento dos bens de consumo comprados pelas famílias.
A
família é o centro do fluxo real, sendo a utilidade
o que está sendo racionalmente maximizado. A firma, por seu turno, é o centro
do fluxo monetário, e o lucro é o
que se encontra racionalmente maximizado.
O
matemático londrino, que mais tarde se tornou economista, Alfred Marshall (1842 - 1924) formulou a ideia de utilidade
marginal decrescente, tendo discorrido sobre as condições necessárias para a
maximização da utilidade do consumidor por meio da troca. Sua principal obra, Princípios de Economia, tornou-se o livro
de Economia com presença obrigatória nas universidades mais renomadas de língua
inglesa e muitas de suas formulações da teoria neoclássica até hoje continuam
soberanas no ensino introdutório de teoria microeconômica neoclássica.
Segundo
Marshall, quando o trabalho era vendido, sempre haveria um ponto além do qual a
desutilidade marginal do trabalho aumentava com qualquer aumento de sua
quantidade. Essa desutilidade crescente do trabalho poderia surgir da fadiga,
de instalações laborais precárias, do convívio com maus colegas.
Outra
contribuição dele foi a substituição, em Economia, do termo “abstinência” por
“espera”, com a seguinte justificativa: “O sacrifício do prazer presente pelo prazer futuro tem sido chamado de
abstinência pelos economistas… Como, porém, o termo se presta a mal-entendidos,
podemos evitar-lhe o uso com vantagem e dizer que a acumulação de riqueza é, em
geral, o resultado de um adiamento do prazer ou de uma espera”.