Tautologia ou redundância é um vício de linguagem que consiste em usar palavras diferentes para expressar uma mesma ideia, com um mesmo sentido. Conhecida popularmente com ‘encher linguiça’, esse erro gramatical deve ser evitado, uma vez que não acrescenta nada de novo ao discurso e ainda o deixa mais longo e chato.
Nos exames de seleção (concursos públicos, vestibulares, ENEM’s) que trazem prova de redação, a tautologia/redundância deve ser evitada, uma vez que, por se constituir em erro de português, pode diminuir valiosos pontos da nota do candidato.
Quem quiser escrever uma redação, deve ficar atento para não falar de forma redundante. Numa conversa entre amigos você pode passar vergonha. Numa entrevista de emprego, isso pode custar sua vaga. Numa ‘cantada’, você pode levar um fora...
As tautologias ou redundâncias clássicas são:
entrar para dentro, sair para fora, descer para baixo e
subir para cima. Confira mais alguns exemplos:
acabamento
final (Se é acabamento, não pode ser inicial...)
a razão é porque (Nesse caso, dispensa-se o porque.)
amanhecer o dia (Ué, e amanhece a noite?)
anexo junto à carta (Nesse caso, dispensa-se o junto.)
certeza absoluta (Se é certeza, é certeza e pronto!!!)
conviver junto (E tem como conviver separado? Se tiver, me ensina...)
criação nova (Toda criação é nova, pelo menos que eu saiba. Com exceção da nossa República, que já nasceu Velha. Mas isso é assunto para a disciplina de História. Elói, me acode aqui...)
detalhes minuciosos (Uma coisa detalhada já é minuciosa, ora bolas!)
demasiadamente excessivo (Tudo o que é demasiado é excessivo. As duas palavras no mesmo enunciado causam redundância.)
déficit negativo (Todo déficit é negativo. Se fosse positivo, seria superávit. Certo?!)
elo de ligação (Todo elo liga alguma coisa à outra, do contrário, não seria elo.)
em duas metades iguais (Se as metades não forem iguais, não são metades. São pedaços, bandas, lascas...)
encarar de frente (Só se encara de frente. Se for ‘de costas’ é sacanagem, meu!)
fato real (Se é fato, é verídico. Se é verídico, é real. Nesse caso o uso da palavra real é dispensável.)
gritar bem alto (Não conheço ninguém que grite baixo. Você conhece? Me apresenta.)
há anos atrás (A palavra há, nesse contexto, já dá a indicação de tempo passado.)
nos dias 8, 9 e 10, inclusive (Se tem o conectivo ‘e’, subentende-se que as datas já estão inclusas na enumeração.)
planejar antecipadamente (Se você planeja, lógico que é antecipadamente...)
possivelmente poderá ocorrer (Ou se usa uma expressão, ou se usa a outra. As duas, no mesmo enunciado, causam redundância.)
propriedade característica (Dependendo do contexto, propriedade e característica podem significar a mesma coisa. Exemplo: propriedades da matéria / características da matéria. Lembra das aulas de Química?)
retornar de novo (Ninguém retorna pela primeira vez. Ou retorna?)
sintomas indicativos (Se é sintoma, é porque está indicando algo, mané!)
superávit positivo (Todo superávit é positivo. Se fosse negativo, seria déficit. Sacou?)
surpresa inesperada (Se fosse esperada, não seria surpresa. O único caso de surpresa esperada que conheço é este: meu amigo é funcionário público da prefeitura de Aracoiaba e todo mês ele tem uma surpresa esperada. O salário atrasa...)
todos foram unânimes (Se todos participaram, então têm-se uma unanimidade.)
vereador da cidade (Não existe vereador de estado!.. Agora, se você especificar o nome da cidade, aí fica correto: vereador da cidade de Aracoiaba.)
ver com os próprios olhos (Alguém aí vê com as próprias orelhas? Difícil, né? Mas se você especificar a cor dos olhos - ver com os próprios olhos azuis/verdes/castanhos -, então fica certo.
Espero que essas dicas ajudem você - nos concursos e no dia a dia. Lembrando que escrever e falar corretamente não é frescura. Pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.
(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)