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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

"No fundo, não há bons nem maus. Há apenas os que sentem prazer em fazer o bem e os que sentem prazer em fazer o mal".


Mário Quintana (1906 - 1994): poeta e jornalista brasileiro. Também foi tradutor e escreveu inúmeras obras infantis. Apesar de seu talento - e por que não dizer merecimento - nunca pertenceu à Academia Brasileira de Letras (ABL). Chegou a se candidatar três vezes, mas foi preterido. 



(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

ESTA VIDA...

Guilherme de Almeida: os poemas deste cara são simplesmente belos.

Um sábio me dizia: esta existência,
não vale a angústia de viver. A ciência,
se fôssemos eternos, num transporte
de desespero inventaria a morte.
Uma célula orgânica aparece
no infinito do tempo. E vibra e cresce
e se desdobra e estala num segundo.
Homem, eis o que somos neste mundo.

Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um monge me dizia: ó mocidade,
és relâmpago ao pé da eternidade!
Pensa: o tempo anda sempre e não repousa;
esta vida não vale grande coisa.
Uma mulher que chora, um berço a um canto;
o riso, às vezes, quase sempre, um pranto.
Depois o mundo, a luta que intimida,
quatro círios acesos: eis a vida

Isto me disse o monge e eu continuei a ver
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um pobre me dizia: para o pobre
a vida, é o pão e o andrajo vil que o cobre.
Deus, eu não creio nesta fantasia.
Deus me deu fome e sede a cada dia
mas nunca me deu pão, nem me deu água.
Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa
de andar de porta em porta, esfarrapado.
Deu-me esta vida: um pão envenenado.

Assim falou-me o pobre e eu continuei a ver,
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Uma mulher me disse: vem comigo!
Fecha os olhos e sonha, meu amigo.
Sonha um lar, uma doce companheira
que queiras muito e que também te queira.
No telhado, um penacho de fumaça.
Cortinas muito brancas na vidraça
Um canário que canta na gaiola.
Que linda a vida lá por dentro rola!

Pela primeira vez eu comecei a ver,
dentro da própria vida, o encanto de viver.

Guilherme de Almeida


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

sábado, 5 de janeiro de 2019

O ENGENHEIRO


A luz, o sol, o ar livre 
envolvem o sonho do engenheiro. 
O engenheiro sonha coisas claras: 
Superfícies, tênis, um copo de água. 

O lápis, o esquadro, o papel; 
o desenho, o projeto, o número: 
o engenheiro pensa o mundo justo, 
mundo que nenhum véu encobre. 

(Em certas tardes nós subíamos 
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro).

A água, o vento, a claridade, 
de um lado o rio, no alto as nuvens, 
situavam na natureza o edifício 
crescendo de suas forças simples.


João Cabral de Melo Neto 
(1920 - 1999): embaixador, cônsul e poeta brasileiro.


(A imagem acima foi copiada do link Nota Terapia.)

terça-feira, 4 de setembro de 2018

"Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada".

Rui Barbosa (1849 - 1923): diplomata, escritor, jurista, político e orador brasileiro. Conhecido como "Águia de Haia" devido sua atuação na II Conferência de Paz em Haia (Holanda), foi também de suma importância na elaboração da Constituição brasileira de 1891, a primeira republicana. 


(Imagem copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

SOBRE A AMBIÇÃO



de pó
Deus o fez.
Mas ele, em vez
de se conformar,
quis ser sol, e ser mar,
e ser céu... Ser tudo, enfim.
Mas nada pôde! E foi assim
que se pôs a chorar de furor...
Mas ah! foi sobre sua própria dor
que as lágrimas tristes rolaram. E o pó,
molhado, ficou sendo lodo - e lodo só!


Guilherme de Almeida (1890 - 1969): advogado, crítico de cinema, ensaísta, jornalista, heraldista, poeta, professor e tradutor brasileiro. Foi representante do Modernismo e integrou a Academia Brasileira de Letras. 


(A imagem acima foi copiada do link Casa Guilherme de Almeida.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

CONHEÇA MACHADO DE ASSIS


Machado de Assis (1839 - 1908): contista, cronista, crítico literário, dramaturgo, jornalista, escritor e poeta brasileiro. De origem pobre, fundou e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. 

É considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira e mundial, sendo, frequentemente, colocado ao lado de gênios como Camões, Shakespeare, Cervantes e Dante. Sua obra foi fundamental para diversas escolas literárias brasileiras. Vale a pena ser lido. Recomendo!!!

Sua obra, imensa e diversificada, constitui-se de cinco coletâneas de poemas e sonetos, nove romances, dez peças teatrais, duzentos contos e mais de seiscentas crônicas. Uau!!! O cara era foda (no bom sentido, obviamente).

Obras:
Romances: Ressurreição; Helena; A Mão e a Luva; Esaú e Jacó; Memórias Póstumas de Brás Cubas; Dom Casmurro.

Poesias: Crisálidas; Poesias Completas; Americanas; Falenas.

Contos: Histórias da Meia-Noite; Contos Fluminenses; Papeis Avulsos; Relíquias da Casa Velha. 



(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

domingo, 29 de julho de 2018

"Num país em que toda a gente acomoda a sua vidinha num cantinho de secretaria, ou numa aposentadoria, eu estou, depois de haver trabalhado tanto, galhardamente, sem posição definida! Reivindico, assim, o belo título de último dos românticos, não já do Brasil apenas, mas do mundo todo, neste tempos utilitários! Julgo, entretanto, que hei de arrepender-me muito, mais tarde, desta vaidade..."

Frase atribuída a Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, mais conhecido como Euclides da Cunha (1866 -1909): escritor, engenheiro, geógrafo, historiador, jornalista, militar, naturalista e professor brasileiro. Sua obra mais famosa foi o livro Os Sertões, considerada a mais notável do movimento Pré-modernista. Nela, Euclides narra os acontecimentos da Guerra de Canudos. 

(Imagem copiada do link Oficina de Ideias 54.)

terça-feira, 6 de março de 2018

"Só envelhece quem vive".


Nélida Piñon (1937 -): escritora brasileira, integrante e ex-presidenta da Academia Brasileira de Letras. 


(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

segunda-feira, 5 de março de 2018

"Gosto de palavras na cara. De frases que doem. De verdades ditas (benditas!). Sou prática em determinadas questões: ou você quer ou não".


Rachel de Queiroz (1910 - 2003): escritora, jornalista, tradutora, romancista e dramaturga cearense. Considerada a maior escritora do Brasil, em todos os tempos, foi também a primeira mulher a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras.


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

"O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade".

Joaquim Nabuco (1849 - 1910): diplomata, historiador, jurista, jornalista e político brasileiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.









(Imagem copiada do link Folha Uol.)

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

ÁGUIA DE HAIA

Conheça um pouco da história de Rui Barbosa


Rui Barbosa (1849 - 1923) foi diplomata, escritor, jurista, político e orador brasileiro.

Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e coautor da constituição da Primeira República.

Defensor do abolicionismo e dos direitos e garantias individuais, foi delegado do Brasil, no ano de 1907, na II Conferência da Paz em Haia (Holanda). Nessa conferência, ganhou grande notoriedade ao defender o princípio da igualdade entre os estados. Por causa dessa atuação, recebeu o apelido de "Águia de Haia".

Hoje comemora-se 166 anos do seu nascimento.


(A imagem acima foi copiada do link Mensagens com Amor.)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

"TEM RAPARIGA AÍ?"

Belíssima crítica do saudoso Ariano Suassuna em defesa da autêntica cultura nordestina

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria das moças levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. 

Esta cena, lamentável, se repete em qualquer festa onde uma destas bandas se apresentam. Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. Para uma matéria que escrevi certa vez para festas de São João baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. 

Não vou nem citar letras, porque este texto é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. 

E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. 

As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró'. Parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shorts começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo ético. 

Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo. 

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. 

Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na plateia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. 

Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.


Ariano Suassuna (1927 - 2014): poeta, escritor e dramaturgo brasileiro. Nascido na Paraíba, foi um aguerrido defensor da cultura do Nordeste Brasileiro.  Fez parte da Academia Pernambucana de Letras, da Academia Paraibana de Letras e da Academia Brasileira de Letras. Sua obra mais conhecida é Auto da Compadecida, que, inclusive, virou filme. Outras obras: Uma Mulher Vestida de Sol; Os Homens de Barro; O Rico Avarento; O Santo e a Porca; O Romance d'A Pedra do Reino; O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta; O Pasto Incendiado. 


(A imagem acima foi copiada do link Grande Rio FM.)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SETE ANOS SEM RACHEL DE QUEIROZ

Saiba quem foi e por que ela é considerada a madrinha dos fuzileiros navais do Brasil

Hoje está se completando sete anos da morte da cearense Rachel de Queiroz. Rachel de Queiroz foi escritora, jornalista, tradutora, romancista e dramaturga. Nasceu em Fortaleza/CE no dia 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janerio/RJ poucos dias antes do aniversário de 93 anos.

Considerada a maior escritora brasileira de todos os tempos, ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Dentre suas principais obras, estão: O Quinze (romance); João Miguel (romance); As Três Marias (romance); Cem Crônicas Escolhidas; O Brasileiro Perplexo (crônicas); O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas; Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas; Memorial de Maria Moura (romance); Nosso Ceará (relato).

É dela a frase:
“Quando se houverem acabado os soldados no mundo; quando reinar a paz absoluta; que fiquem pelo menos os Fuzileiros Navais; como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram.”
Por causa dessa frase Rachel de Queiroz é considerada a madrinha do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
ADSUMUS, Rachel!!!

(As imagens acima foram copiadas do link Google Images.)