quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A UNIVERSIDADE E O ENSINO SUPERIOR

Apontamentos apresentados como atividade complementar da disciplina Metodologia da Pesquisa I, do curso de Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN:

Universidade: centro de ensino e transformação social.

A Educação Superior tem uma tríplice finalidade, articuladas e interdependentes entre si:

· profissionalização: formação de profissionais das mais diversas áreas do conhecimento humano, mediante o ensino/aprendizagem de habilidades e competências técnicas;
·    iniciação à prática científica: formação do cientista mediante a disponibilização dos métodos e conteúdos das diversas especialidades do conhecimento;
· formação da consciência político-social do estudante: formação do cidadão através do estímulo de uma tomada de consciência, por parte do aluno, do sentido de sua existência histórica, pessoal e social. Trata-se de despertar no estudante uma consciência social.


Ao se propor atingir essas três finalidades, a educação superior expressa sua destinação última: contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade, sob os pilares da cidadania, da democracia e da solidariedade.

Segundo o autor Antônio Joaquim Severino, as atividades específicas desenvolvidas pela Universidade são o ensino, a pesquisa e a extensão.

O processo de ensino/aprendizagem no curso superior tem seu diferencial na forma de lidar com o conhecimento, o que implica mais do que o simples repasse de informações empacotadas. Na Universidade, o conhecimento deve ser adquirido não mais através de seus produtos, mas de seus processos. Em outras palavras, significa dizer que o conhecimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante (vivência) e não mais passivamente, como ocorre nos ambientes didático-pedagógicos das séries elementares (ensino básico).

A pesquisa na Universidade, como processo de construção do conhecimento assume uma tríplice dimensão:

·         epistemológica: só se conhece o conhecimento construindo e praticando o saber;

·         pedagógica: é por intermédio da pesquisa que se aprende e se ensina;

·   social: os resultados da pesquisa são aplicados à sociedade, através da atividade de extensão.

Podemos citar como exemplos de pesquisa a exigência da realização dos TCC’s – Trabalhos de Conclusão de Curso, e o PIBIC – programa de Iniciação Científica.

A extensão na Universidade compreende o processo que articula o ensino e a pesquisa. Esse processo de interação cria um vínculo fecundante entre a Academia e a sociedade, levando a esta a contribuição do conhecimento para a sua transformação. Enquanto ligada ao ensino, a extensão enriquece o processo pedagógico, ao envolver docentes, discentes e comunidade num movimento comum de aprendizagem, levando a uma universalização da produção do conhecimento.

O papel da Universidade atual perpassa os muros da academia e vai muito além do simplório repasse mecânico de conhecimentos. Enquanto instituição, ela deve estar comprometida com a comunidade da qual faz parte e desenvolver projetos e pesquisas que impactem de maneira positiva nesta comunidade. 

Por ter a Universidade a primazia do ensino dito superior, deve fomentar nos seus alunos e professores a capacidade para a resolução de questionamentos contemporâneos, com criatividade, cidadania e ética, os quais devem, necessariamente, beneficiar a sociedade.  
    
Enquanto discente da Universidade, nosso papel é o de atuar como protagonista de uma sociedade mais justa, solidária e equitativa. Pondo em prática na comunidade o que aprendemos no mundo acadêmico.


(A imagem acima foi copiada do link Editora Cléofas.)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

CANÇÃO DO TREINAMENTO DE FUZILEIRO NAVAL(I)


Você que olhou para mim
Tem inveja de mim
Sente raiva de mim

Tem gente que critica
Porque não sabe fazer
Tem gente que admira
E até para pra ver

Você que me critica
Vem fazer o que eu faço
No meio do caminho
Você vai sentir cansaço

Eu sou aquele
Que você nunca vai ser
Sou fuzileiro, 'comandos', 'PQDT'

Cruzo em meu peito
O meu fuzil
Sou fuzileiro naval do Brasil!


Recado para os que nos criticam. Só entende quem já foi fuzileiro naval. ADSUMUS!!!


(A imagem acima foi copiada do link Elias Jornalista.)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MAQUIAVEL E O LIBERALISMO: A NECESSIDADE DA REPÚBLICA (II)



Para os que querem aprender um pouco mais...

Resultado de imagem para andré singer
André Singer: cientista político, formado em Ciências Sociais e em Jornalismo, professor doutor da USP e porta-voz da Presidência da República no primeiro governo Lula. 
Continuação de fragmentos do texto "Maquiavel e o Liberalismo: A Necessidade da República" (pp 347 - 356), de André Singer, retirado da obra "Filosofia Política Moderna", organizada por Atílio A. Boron. O texto foi utilizado nas discussões em aula da disciplina Ciência Política, do curso de Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN:

“Aquele que quiser construir um Estado necessita contar com três fatores. O primeiro (...): as circunstâncias precisam ser favoráveis à ação. (...) Em segundo lugar, requer-se liderança para empreender uma ação política. (...) Em terceiro lugar, é imprescindível ter coragem de realizar as ações exigidas pelas vicissitudes da refrega”.  (p. 350 – 351)  

O paradoxo está em ser capaz de agir de modo imoral para estabelecer a própria moral”.  (p. 351)

“(...) a sorte é mulher e para dominá-la é preciso contrariá-la”.  (p. 352)

“(...) sugere Maquiavel, mais tarde retomado por Weber, a ética política precisa ser compreendida como uma ética especial, separada da moralidade comum”.  (p. 352)

“(...) nem todo fim justifica qualquer meio, mas a liberdade (que não existe sem Estado) justifica o uso da violência”.  (p. 353)

“(...) se a soberania territorial é condição necessária para a liberdade política, não quer dizer que seja suficiente. A soberania não se sustenta sem liberdade política interna, porque só ela leva os cidadãos a agirem com virtù, ou seja, colocar os interesses públicos acima dos interesses privados”.  (p. 353)

“A força de um Estado depende da participação popular, o qual por sua vez só surge quando há liberdade de manifestação”.  (p. 353) 

“Ao propor a saída republicana, Maquiavel funda uma linha de pensamento que é uma das grandes vertentes do liberalismo até hoje, o chamado republicanismo cívico”.  (p. 354)

“O tema da liberdade é tomado por Maquiavel sob a perspectiva de dois assuntos interligados: o de como obter a soberania – (...) fundar o Estado, o que só pode ser conseguido pelas armas – e de como é possível manter o Estado o maior tempo possível longe da corrupção”.  (p. 354)

“Para manter o Estado o maior tempo possível longe da corrupção, é preciso adotar a forma republicana de governo, a única que permite evitar, no longo prazo, a guerra civil ou a tirania, porque nela os cidadãos desenvolvem uma virtù cívica”.  (p. 354 – 355)

“A República se diferencia da Monarquia por ser o governo de mais de um, podendo ser de muitos ou de poucos (Aristocracia ou Democracia), mas nunca de um”.  (p. 355)

“A tirania é aquele regime no qual um decide arbitrariamente e os demais se sujeitam à sua decisão”.  (p. 355)

“(...) liberdade é o regime no qual a vontade de quem quer que esteja no comando sofre a oposição pacífica de uma ou mais forças independentes. (...) a vontade do poderoso tem limites”.  (p. 355)


(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)