terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O SEGREDO DO "PEGADOR"

Cuidado com quem conta muita vantagem...


Quando eu era fuzileiro naval tinha um colega no quartel conhecido por nunca ter saído com uma mulher feia. Ele costumava se gabar disso, e tirava onda com os outros soldados que não tinham a mesma sorte e, de vez em quando, saíam com alguma mulher feia.

Eu que não sou besta nem nada, me aproximei desse militar, ganhei sua confiança e, certo dia, aproveitei que estávamos sozinhos e perguntei?

- Dizem por aí que você nunca saiu com uma mulher feia. É verdade?

- Sim - respondeu ele todo orgulhoso.

- E como você faz? Pode me dar umas dicas?

Ele olhou para os lados e, após certificar-se que não havia mais ninguém lá, respondeu:

- Na verdade, nunca sai com mulher nenhuma. Eu sou virgem, cara!!!


(A imagem acima foi copiada do link Home de Verdade.)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

NOVO VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO

Já saiu o valor do novo salário mínimo. Você sabe quanto vai ser?

O Governo Federal já fixou o novo valor do salário mínimo do ano de 2017: passará a custar R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).

O antigo salário mínimo custava R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais), sendo reajustado em 6,37%. Mas como a inflação de 2016 foi de 6,5%, quer dizer que, na verdade, o trabalhador não teve ganho real. 

Em compensação, com o novo salário de R$ 937,00 já tem gente anunciando aumento nos combustíveis, no aluguel, na energia elétrica, na conta de água, no transporte público, no plano de saúde, no colégio particular, no arroz, no feijão, na carne... 

É, meus caros, alegria de pobre dura pouco.

E tem mais. A Constituição Federal (Art 6º, IV) estipula que o salário mínimo, fixado em lei e nacionalmente unificado, deve ser capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhador e às da sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. E deve sofrer ajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo (coisa que não aconteceu neste novo aumento, como visto anteriormente).

Que fazer então? Aconselho, caros leitores, que ponham em prática o que eu já faço há muito tempo: elaborar um orçamento e só gastar com o essencial. Em outras palavras, apertar o cinto, economizar. 


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

domingo, 1 de janeiro de 2017

CARTA AO POVO BRASILEIRO

Lula é "o cara": pobre que venceu na vida mais do que o filho do rico que estudou no exterior  -  mas nem por isso esqueceu dos pobres.

E se condenarem o Lula, o que temos com isso? No final das contas, sabe o que querem? Querem prender o que o Lula representa.

Lula representa o pobre que virou patrão. O pobre que deixou de ser pobre. O pobre que venceu na vida mais do que o filho do rico que estudou no exterior.

Lula não estudou fora do país, mas todas as boas universidades do mundo estudam e estudarão Lula para sempre.

Durante o governo Lula, milhões de brasileiros deixaram a pobreza, passaram a frequentar shopping center, comprar carro, andar de avião. Nos tempos do Lula, o filho da empregada doméstica chegou à universidade, 'favelado' fez medicina e intercâmbio no exterior. E isso incomoda aqueles grupos que por quinhentos anos dominaram nosso país e mamaram nas 'tetas' do Estado.

Lula já é história. O presidente do país mais poderoso do mundo (EUA) disse a um torneiro mecânico: “Você é o cara!!!” Nos tempos do Lula o mundo olhava para o Brasil e dizia: “O Brasil é a bola da vez”.

Se prenderem o que o Lula representa não será a prisão de um homem. Será a prisão de um modelo de sociedade.

Lula representa o país pobre que vinha deixando de ser pobre, que vinha deixando de ser analfabeto, que vinha deixando de ser racista, que vinha deixando de ser machista, que deixou de ser o país da seca e da fome.

Mas o mundo é assim... de tempos em tempos prendem um ‘Lula’, às vezes até matam... É... o mundo falava que o Lula era esse ‘cara’ que estava mudando uma pequena parte do mundo, e nós brasileiros queremos prender esse nosso ‘cara’. Para condenar o pobre que deu certo na vida e que fez o país dos pobres deixar de ser pobre.

Se o Lula for preso é porque concordamos. Mereceremos o país que virá pela frente. Um país em que juiz amigo do rei poderá tudo sem ter que provar nada. Seremos esse novo país que joga bomba em estudante, que é contra o bolsa família, mas que se cala contra um corrupto e seus trezentos deputados. Seremos um país de corruptos, seremos enfim, milhões de corruptos, pobres de dinheiro mas corruptos de espírito e de alma.

Façamos nossas escolhas. Os juízes agora serão todos os brasileiros, que gritarem ou que se calarem. Se condenarem o Lula e tudo o que ele representa foi uma escolha nossa.


Carta ao povo brasileiro (com adaptações)
Reginaldo Lopes
Deputado de um país em estado de exceção
17 de setembro de 2016


Confira o vídeo completo no link YouTube. Emocionante. Recomendo!!! 


(A imagem acima foi copiada do link Boteko Vermelho.)

sábado, 31 de dezembro de 2016

ROUSSEAU E A BUSCA MÍTICA DA ESSENCIALIDADE

Alimente sua curiosidade...

O filósofo francês Rousseau: tinha uma visão pouco otimista do futuro da humanidade, por causa da industrialização.

Resumo do texto "Rousseau e a Busca Mítica da Essencialidade", de Daniel Kersffeld. Assunto abordado na disciplina Ciência Política, do curso Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN:

De acordo Daniel Kersffeld, para entendermos a obra de Jean Jacques Rousseau devemos primeiro compreendermos o contexto histórico no qual viveu o filósofo. Um tumultuado e agitado século XVIII, repleto de descobertas e avanços científicos, encruzilhadas e contradições intelectuais, quebra de paradigmas e alicerce para a nova ordem a qual desfrutamos nos dias de hoje.

Nesse turbilhão de novidades, Rousseau tinha uma visão funesta, talvez pouco otimista sobre o futuro da humanidade. Para ele, devido a comportamentos egoístas e hipócritas, o destino dos indivíduos seria trágico. Como alento, existia uma saída (trazida em Emílio, obra de Rousseau), que seria a recuperação moral a partir da educação dos homens.

Para Kersffeld, um dos pontos de maior confluência da obra rousseauniana se refira ao rechaço que Rousseau tinha pelos pressupostos materiais e éticos que constituíram a sociedade moderna tal como ele a conheceu: uma sociedade corrupta e com maldade absoluta.

Num primeiro momento, o rechaço do filósofo à decadência humana na modernidade era explicado, sobretudo em termos morais. Num segundo momento, essa mesma decadência é desvendada tendo por base uma reflexão do tipo econômica e política.

Sobre este segundo ponto vale ressaltar, como dito anteriormente, o contexto no qual Rousseau viveu. Nesta época a França entrara de vez na industrialização e, como abordado em seu Discurso sobre as origens da desigualdade entre os homens, estava em curso a perda da essencialidade humana.

O homem havia se convertido num mero meio para gerar lucros para outro homem. Os indivíduos preferiam substituir sua liberdade e independência naturais por uma existência de escravidão ao lucro.

Como saída para esta situação, o filósofo genebrês propõe que o homem faça uma introspecção, como estratégia para o conhecimento de seu próprio mundo interior, ainda a salvo – teoricamente – da artificialidade criada pela modernidade.

Rousseau dirige sua crítica social aos efeitos nefastos e perniciosos do capitalismo dentro das comunidades agrárias tradicionais, contrapondo a negatividade do presente (capitalista, explorador, opressor) à bondade original do estado da natureza. Recupera o antigo mito da idade de ouro pastoril e encontra a essencialidade do bom selvagem, que seria um homem em harmonia com a natureza e como parte integrante dela.   

Como testemunha privilegiada do processo de industrialização, Rousseau traça uma clara linha divisória da história da humanidade, a partir da qual o surgimento da indústria e a apropriação da terra foram fatos demarcatórios que explicam um presente marcado pela escravidão dos homens, pelo engano e pelo lucro capitalista.

Em resposta aos efeitos socialmente negativos gerados pelo desenvolvimento capitalista, e como forma de escapismo dessa realidade, surge uma corrente de protesto literária, mas também política, de repúdio à nova ordem vigente.

São expoentes dessa corrente: o próprio Rousseau, Thomas More (autor de Utopia), Francis Bacon (A Nova Atlântida), Tommasso Campanella (A Cidade do Sol) e George Harrington (A República de Oceana). 

Porém, diferentemente de outros filósofos ditos contratualistas (Thomas Hobbes e John Locke), no estado de natureza de Rousseau destaca-se a essencialidade do devir do tempo. Ele chega a fazer uma nítida alusão ao “tempo de antes”, uma forma de cultura agrária e pastoril na qual o homem, além de viver em harmonia com a natureza, faz pare dela.

Daniel Kersffeld conclui seu texto esclarecendo que a degeneração da espécie humana não começaria com o início da industrialização. Como o próprio Rousseau esclarece, os indivíduos possuem o que se poderia considerar a semente de sua própria degeneração.

Sendo assim, não importa qual acontecimento foi responsável pela queda do homem. O que deve ser levado em consideração é que já se encontra em estado latente, dentro da natureza de cada indivíduo, a semente para esta queda.


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A DEMOCRACIA LIBERAL-PLURALISTA

Para os desejosos em aprender novas ideias


O economista austríaco Joseph Schumpeter: lançou as bases do conceito liberal de democracia que temos hoje.

Resumo do texto "A Democracia Liberal-Pluralista", mais um excelente texto de Luis Felipe Miguel ( MIGUEL, Luis Felipe. Teoria Democrática Atual: Esboço de Mapeamento. BIB, São Paulo, n. 59, p. 9 - 12, 2005.), apresentado na disciplina Ciência Política, do curso Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN: 

Segundo o autor, a publicação de Capitalismo, socialismo e democracia, do economista austríaco Joseph Schumpeter deu o ponta-pé inicial para a concepção liberal de democracia que temos hoje.

Nesta obra, Schumpeter se esforça para derrubar alguns mitos que rodeiam a política democrática. Um desses mitos vem dos teóricos clássicos da democracia, para os quais existiam cidadãos conscientes, interessados e bem-informados no mundo da política, desejosos em alcançar o bem-comum.

O austríaco redefine a democracia como sendo uma maneira de gerar uma minoria governante legítima. Tal minoria – o governo – seria composta mediante a disputa pelos votos do povo – a maioria. Esse sistema acaba promovendo uma redução do alcance da democracia, uma vez que o resultado do pleito (processo eleitoral) não indica a formação de nenhum tipo de vontade coletiva.

Nessa teoria concorrencial, continua Schumpeter, para que o “sistema” funcione corretamente, os cidadãos – eleitores – devem se contentar com a função que lhes cabe nesse processo: votar em cada eleição e, no intervalo entre uma e outra, obedecer, sem questionar, às ordens que imaginam serem emanadas de sua vontade.

Corroboram com este posicionamento de Joseph Schumpeter alguns autores elitistas do começo do século XX (Michels e Parero) para quem a massa não seria capaz de atuar no processo histórico; quando parece que atua, na verdade é porque está sendo controlada por outro grupo. Esse grupo controlador seria uma minoria dominante, a elite que, por trás das aparências das mudanças políticas, é substituída por outra elite no revezamento de poder.

A visão schumpeteriana com relação à democracia é profundamente desencanta. Para o austríaco a democracia não conseguiria cumprir suas promessas precípuas, a saber: igualdade política, governo do povo, participação popular nas decisões. Contudo, outros autores inspirados na teoria schumpeteriana tentaram aproximá-la dos valores democráticos básicos.

Anthony Downs (1957, p 29) baseou-se nas ideias de Schumpeter, mas procurou demonstrar que, o desinteresse dos eleitores e a competição dos políticos pelos votos não implicaria dizer que os cidadãos não teriam seus anseios levados em consideração pelos governantes.   

Marcur Olson (1965) fala em apatia e desinformação num cenário em que o peso do eleitor é relativamente pequeno, pois ele – o eleitor – em meio a milhões de outros, controla apenas um voto.

Seymour Lipser (1963 [1960]) parece concordar com Marcur Olson e vai mais longe, vendo abstenseísmo e apatia sob dois pontos de vista. Por um lado é indício da racionalidade do eleitor; por outro, demonstra uma satisfação por parte do eleitor com o funcionamento do sistema.

Finalmente, Giovanni Sartori (1994 [1987]) vê na baixa participação política um tipo de processo seletivo baseado na “meritocracia”, onde apenas os mais aptos são capazes de governar.

Outro teórico, Robert A. Dahl, cuja influência foi determinante para a concepção liberal atual de democracia, recebeu o legado de Schumpeter na formulação de sua teoria poliárquica. Para Dahl, em vez de uma minoria governante existem diversas outras minorias, disputando entre si o poder. A esse modelo ele chama “poliarquia”, ou seja, a existência de múltiplos centros de poder dentro da sociedade.

Para Dahl, as poliarquias resultariam dos processos de democratização, os quais foram divididos pelo estudioso em duas dimensões (1971): inclusividade e liberalização. A primeira tem a ver com a inclusão de um maior número de pessoas ao processo político; a segunda, diz respeito ao reconhecimento do direito de contestação.
A teoria de Dahl sofreu críticas recorrentes, por ignorar a “determinação da agenda”, e, principalmente por deixar de lado a dimensão social, a qual permitiria que direitos de participação e oposição fossem efetivamente usados.  

Com o passar do tempo, Robert A. Dahl tornou-se um crítico contumaz em relação ao sistema político norte-americano e passou a demonstrar simpatia pela abordagem deliberacionista.

Discussões à parte, a história tem mostrado uma vitória do pluralismo liberal, pois este modelo, com eleições competitivas e múltiplos grupos de pressão, pode até não ser o melhor, mas tornou-se a ideologia oficial adotada pelas nações democráticas ocidentais.  


(A imagem acima foi copiada do link Colégio Web.)

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

"A coragem é contagiosa".


Do filme Wikileaks – O Quinto Poder. Para aqueles que querem mudar o mundo, recomendo este filme. Vale a pena conferir.  

(A imagem acima foi copiada do link Adoro Cinema.)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A TEORIA DAS FORMAS DE GOVERNO (III)

Saber nunca é demais

Montesquieu: a tripartição dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário como conhecemos hoje é ideia dele.
Trechos do texto "Montesquieu", capítulo X, do livro A Teoria das Formas de Governo, do jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, apresentado na disciplina Ciência Política, do curso de Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN:

O autor começa fazendo uma diferenciação entre Vico – criador de La Scienza Nuovae Montesquieu – autor de O Espírito das Leis: Vico possui uma dimensão primordialmente temporal, se interessando pela decifração das leis que orientaram/orientam o desenvolvimento histórico da humanidade.

Montesquieu, por outro lado, possui uma dimensão espacial ou geográfica. Sua preocupação é, sobretudo, pela explicação da diversidade de sociedades humanas e seus respectivos governos, tanto no tempo, quanto no espaço. Norberto Bobbio define isto como uma teoria geral da sociedade.

Para Montesquieu: “(...) as leis constituem as relações necessárias que derivam da natureza das coisas; neste sentido, todos os seres têm suas próprias leis: a divindade, o mundo material, as inteligências superiores ao homem, os animais, os seres humanos”. (p. 128)

Deste conceito, Bobbio tira duas implicações:

a) Todos os seres do mundo (inclusive Deus) são governados por leis;

b)    Temos uma lei sempre que existe uma relação necessária entre dois seres.

Todavia, como o homem tem uma inclinação, inerente à sua própria natureza, em não obedecer às leis naturais, temos uma nítida distinção entre o mundo físico do humano. Enquanto o mundo físico é mais fácil de analisar – pois é regido unicamente por leis naturais –, o estudo do universo humano é mais complicado, pois divergem de povo para povo.

Visando contornar essa divergência, Montesquieu tem como objetivo construir uma teoria geral da sociedade a partir da consideração do maior número possível de sociedades históricas. E seu livro, O Espírito das Leis, tem como intenção fundamental explicar essa multiplicidade de costumes, ritos e leis nas mais diversas sociedades.

Para ele, existem três espécies de governo: o ‘republicano’, o monárquico (seu preferido) e o ‘despótico’. As duas primeiras correspondem às duas formas de Maquiavel. Montesquieu inova no conteúdo da tipologia, a qual foge da classificação tradicional (a tripartição, com base no “quem” e no “como”) e da maquiaveliana.

Todavia, a tipologia acima, trazida no Livro II de O Espírito das Leis pode dar uma visão incompleta sobre as três espécies de governo: a de que o despotismo é a única forma degenerada, e que não existem formas corrompidas de república.

Montesquieu defende, ainda, que, para que todo governo possa desenvolver de maneira adequada suas tarefas é necessário que se guie por princípios. Os três princípios defendidos por Montesquieu são:

- a virtude cívica: para a república, caracterizada como “amor à pátria”;

- a honra: para a monarquia, entendida como aquele sentimento que nos impulsiona a fazer uma boa ação, com o intuito de se manter uma voa reputação;

- o medo: para o despotismo, nascido entre castigos e ameaças.

A famosa separação dos poderes é formulada por Montesquieu no Livro XI. O filósofo afirma neste título que a liberdade política só se encontra em governos moderados, mas ela só está presente quando não há abuso de poder.

Para que não haja esse abuso é necessário que o poder constitua um freio para o poder. Isso é possível quando temos a atribuição do Estado a órgãos diferentes: quem elabora as leis não é o mesmo que as executa; quem executa as leis não é o mesmo que julga.


(A imagem acima foi copiada do link Estudando Sociologia Jurídica.)