quinta-feira, 14 de maio de 2009

SOBRE O AMOR



O amor é o sentimento usado para explicar o estado emocional de uma pessoa quando está gostando de outra. Pronto. Falariam assim aqueles que nunca amaram - ou que já sofreram com desilusões amorosas - mas para quem já experimentou dessa maravilhosa sensação, o amor representa muito mais… 

O amor está em toda parte, basta se deixar tocar por ele. Está nas nuvens brancas que refletem os primeiros raios de sol. Encontra-se nas flores que desabrocham anunciando mais um dia.


Localiza-se na água, que sacia, lava, destrói, acalma; ou no fogo, que esquenta, consome, renova, alimenta. No voo dos pássaros, que brigam contra o vento; ou no nadar dos peixes, lutando contra a correnteza.

Está no brilho da lua e das estrelas, no brilho dos olhos dos amantes, nas ondas do mar, no cume das montanhas, nas areias escaldantes do deserto, nas florestas, em mim, em ti.

Pode ser sentido: na brisa refrescante que esbarra em nosso rosto e traz consigo o doce cheiro do orvalho da manhã; na fumaça sufocante das nossas cidades poluídas; no hálito da pessoa amada; no aroma saboroso da comida da mamãe; no cheiro de um carro novo; na roupa de uma criança depois do seu primeiro dia de aula; nos uniformes suados dos operários após mais um dia de expediente.

Pode ser encontrado também em gestos simples como um sorriso, um piscar de olhos, um assobio, um aperto de mãos, um abraço, um beijo, um orgasmo, uma lágrima.

Ele acalma. Preocupa. Conforta. Agita. Alegra. Entristece. Faz rir. Faz chorar. Traz felicidade. Traz desespero. É paciente, mas às vezes não espera. É egoísta, mas também se doa. É divino, mas às vezes peca. Tudo perdoa, mas nunca esquece uma traição. Umas vezes te enriquece; noutras, te deixa na miséria. Aconselha, e também dá bronca.


Muitos já tentaram descrevê-lo. Alguns disseram que já o vivenciaram. Outros, contudo, afirmam veementemente ser o amor fruto da loucura, uma fantasia criada para enganar os tolos.
Então, o que é o amor? Um sentimento? Uma alucinação? Eu nem sei direito o que é o amor. Ele é algo muito complexo. Foge à minha compreensão. Não sou capaz sequer de explicá-lo, tampouco entendê-lo. Eu apenas, e tão somente, amo…



(A imagem acima foi copiada do link Paróquia Universitária São João Evangelista.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

HIPOCRISIA CATÓLICA

Fui criticado por minha opinião mas, não devemos nos calar frente às injustiças - mesmo quando vem da Igreja. E você, o que pensa sobre o assunto a seguir?

Vaticano: conheça tudo sobre a cidade estado onde o Papa governa

No início de 2009 um fato chocou a opinião pública brasileira: a gravidez de uma menina de nove anos no interior de Pernambuco. Ao acontecido, seguiu-se uma atitude ainda mais irracional, que também chocou a muitos: a Igreja Católica excomungou os médicos que fizeram o aborto na garota.

Num comunicado à imprensa a respeito do caso, Gianfranco Grieco, chefe do Conselho do Vaticano para a Família, disse: "A igreja não pode nunca trair sua posição, que é a de defender a vida, da concepção até seu término natural, mesmo diante de um drama humano tão forte, como o da violência contra uma menina".

Fiquei perplexo. O Vaticano condenou aqueles que salvaram a vida da criança e nada disse a respeito do estuprador. Os médicos, mocinhos na história, foram criticados pela igreja porque se recusaram a levar adiante uma prenhez gerada de um ato criminoso.

Não estou fazendo apologia ao aborto, mas analisando o caso pregunto-me até que ponto a Igreja Católica - uma instituição que prega a paz, o perdão e o amor ao próximo - ainda se deixa guiar por regras da época medieval. Para se ter uma ideia: o cânon 1398 prescreve a excomunhão automática em caso de abortamento. Ou seja, fazer aborto não pode. Violentar criancinhas, pode (?!).

Indago-me com que autoridade a igreja se investe para julgar tais casos. Logo ela que é conhecidíssima por escândalos sexuais envolvendo seus clérigos; logo ela que sempre fez vista grossa aos casos de pedofilia envolvendo padres…

Aliás, o que acontece com os vigários que molestam meninos nas casas paroquiais ou nos cantos das sacristias por esse mundo afora? São excomungados? Perdem a batina? Não, apenas são transferidos de paróquia. Talvez seja porque a política do Vaticano seja a de não excomungar estupradores.

Mas a Igreja Católica não é em todo culpada por ser tão arcaica e hipócrita. A culpa é nossa, católicos. Nós que somos complacentes com tamanha incoerência. Por que não reclamamos? Por que não nos manifestamos contra a igreja e a favor dos médicos? Por que nos calamos? Do que temos medo?

A verdade é que nos acostumamos tanto com a igreja, como instituição hierárquica, que nos esquecemos do que Jesus, seu percussor, ensinou: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos; não julgar para não ser julgado; denunciar as injustiças e os chefes desse mundo…

Parece que o Vaticano esqueceu esses preceitos básicos, e o que é pior, nós católicos também.


Hoje a igreja excomunga quem tenta salvar uma criança, e depois? Mandará hereges para a fogueira?


Precisamos rever nossos conceitos como humanos e como católicos, do contrário, voltaremos à era da Inquisição.

(A imagem acima foi copiada do link Rumo da Fé.)