segunda-feira, 29 de abril de 2024

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.112-1 (I)

Trechos da ADIn 3.112, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. Referida ADIn declarou a inconstitucionalidade de dispositivos do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), que preceituavam algumas condutas como sendo crime insuscetível de liberdade provisória.  Segundo o relator, isso representava uma afronta ao princípio da proporcionalidade


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.112-1 DISTRITO FEDERAL 

V O T O 

O Senhor Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Reconhecendo, desde logo, por cumpridos os requisitos legais, a legitimidade ativa ad causam e o interesse de agir dos autores, permito-me, antes de examinar os argumentos constantes das iniciais destas ações diretas de inconstitucionalidade, tecer algumas considerações introdutórias, de ordem geral, sobre a matéria em discussão.

Principio afirmando que a análise da higidez constitucional da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, denominada Estatuto do Desarmamento, deve ter em conta o disposto no art. 5º, caput, da Constituição Federal, que garante aos brasileiros e estrangeiros residentes no País o direito à segurança, ao lado do direito à vida e à propriedade, quiçá como uma de suas mais importantes pré-condições.

Como desdobramento desse preceito, num outro plano, o art. 144 da Carta Magna, estabelece que a segurança pública constitui dever do Estado e, ao mesmo tempo, direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Trata-se, pois, de um direito de primeira grandeza, cuja concretização exige constante e eficaz mobilização de recursos humanos e materiais por parte do Estado.

O dever estatal concernente à segurança pública não é exercido de forma aleatória, mas através de instituições permanentes e, idealmente, segundo uma política criminal, com objetivos de curto, médio e longo prazo, suficientemente flexível para responder às circunstâncias cambiantes de cada momento histórico.

Nesse sentido, observo que a edição do Estatuto do Desarmamento, que resultou da conjugação da vontade política do Executivo com a do Legislativo, representou uma resposta do Estado e da sociedade civil à situação de extrema gravidade pela qual passava – e ainda passa - o País, no tocante ao assustador aumento da violência e da criminalidade, notadamente em relação ao dramático incremento do número de mortes por armas de fogo entre os jovens.

A preocupação com tema tão importante encontra repercussão também no âmbito da comunidade internacional, cumprindo destacar que a Organização das Nações Unidas, após conferência realizada em Nova Iorque, entre 9 e 20 de julho de 2001, lançou o “Programa de Ação para Prevenir, Combater e Erradicar o Comércio Ilícito de Armas de Pequeno Porte e Armamentos Leves em todos os seus Aspectos” (UN Document A/CONF, 192/15).

O Brasil vem colaborando com os esforços da ONU nesse campo, lembrando-se que o Congresso Nacional, aprovou, em data recente, por meio do Decreto Legislativo 36, de 2006, o texto do “Protocolo contra a fabricação e o tráfico ilícito de armas de fogo, suas peças e componentes e munições, complementando a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, adotado pela Assembleia-Geral, em 31 de maio de 2001, e assinado pelo Brasil em 11 de julho de 2001”.

Como se nota, as ações diretas de inconstitucionalidade ora ajuizadas trazem ao escrutínio desta Suprema Corte tema da maior transcendência e atualidade, seja porque envolve o direito dos cidadãos à segurança pública e o correspondente dever estatal de promovê-la eficazmente, seja porque diz respeito às obrigações internacionais do País na esfera do combate ao crime organizado e ao comércio ilegal de armas. 

[...]

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II. SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA (XIV)



8 O temor de Javé (I) - 6 "Observe os mandamentos de Javé seu DEUS para você andar nos caminhos dele e o temer. 

7 Olhe! Javé seu DEUS vai introduzir você numa terra boa: terra cheia de ribeirões de água e de fontes profundas que jorram no vale e na montanha; 8 terra de trigo e cevada, de vinhas, figueiras e romãzeiras, terra de oliveiras, de azeite e de mel; 9 terra onde você comerá pão sem escassez, pois nela nada lhe faltará; terra cujas pedras são de ferro, e de cujas montanhas você extrairá o cobre.

10 Quando você comer e ficar satisfeito, bendiga a Javé seu DEUS pela boa terra que lhe deu

11 Contudo, preste atenção a si mesmo, para não se esquecer de Javé seu DEUS e não deixar de cumprir seus mandamentos, normas e estatutos, que hoje eu ordeno a você.

12 Não aconteça que, tendo comido e estando satisfeito, havendo construído casas boas e habitando nelas, 13 tendo se multiplicado seus bois e aumentando suas ovelhas, e multiplicando-se também sua prata e seu ouro e tudo o que você possui, 14 não aconteça que seu coração fique cheio de orgulho, e você se esqueça de Javé seu DEUS, que o tirou do Egito, da casa da escravidão; 15 que conduziu você através daquele grande e terrível deserto, cheio de serpentes venenosas, escorpiões e sede; que fez jorrar para você água da mais dura pedra, onde não havia água; 16 que sustentava você no deserto com o maná, que seus antepassados não conheceram: tudo isso para humilhar e provar você, a fim de lhe fazer o bem no futuro".  

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Deuteronômio, capítulo 08, versículo 06 a 16 (Dt. 08, 06 - 16).

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"O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem".


Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 - 1900): compositor, crítico cultural, filólogo e filósofo nascido no Reino da Prússia, atual Alemanha. De predileção pelo aforismo, ironia e metáfora, Nietzsche fez várias críticas contra a religião, a moral, a ciência e a própria filosofia.

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II. SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA (XIII)


8 Pedagogia do deserto - 1 "Observem todos os mandamentos que hoje lhes ordeno cumprir, para que vivam e se multipliquem, entrem e tomem posse da terra que Javé prometeu com juramento a seus antepassados.

2 Lembre-se, porém, de todo o caminho que Javé seu DEUS fez você percorrer durante quarenta anos no deserto, a fim de o humilhar e o colocar à prova, para conhecer suas intenções: será que você iria observar os mandamentos dele ou não?

3 Ele humilhou você, fez você sentir fome e o alimentou com o maná, que nem você nem seus antepassados conheciam, tudo para mostrar a você que o homem não vive só de pão, mas que o homem vive de tudo aquilo que sai da boca de Javé.

4 As roupas que você usava não se gastaram, nem seu pé inchou durante esses quarenta anos.

5 Portanto, reconheça em seu coração que Javé seu DEUS educava você como o homem educa o próprio filho". 

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Deuteronômio, capítulo 08, versículo 01 a 05 (Dt. 08, 01 - 05).

Explicando Deuteronômio 08, 01 - 05. 

Entre a libertação e a formação de uma nova sociedade (terra) há um longo período de educação (deserto). Esse período visa testar, de todos os modos, se o povo será capaz ou não de permanecer fiel ao projeto que iniciou. O grande risco seria acomodar-se numa situação de prosperidade e abundância já conseguidos (pão), esquecendo-se de que é preciso continuar sempre conquistando a liberdade e a vida para todos (aquilo que sai da boca de Javé - Decálogo). Sobre o v. 3, cf. nota em Mt 4,1-11. 

Fonte: Bíblia Sagrada - Edição Pastoral. 25ª impressão: maio de 1998; ed Paulus, p. 204

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domingo, 28 de abril de 2024

"O homem é um animal político".


Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.): filósofo grego, reconhecido como um dos fundadores da filosofia ocidental, ao lado de Sócrates e de Platão, seu mestre. Aristóteles também foi mentor de Alexandre, o Grande (Alexandre Magno) e fundador da escola peripatética e do Liceu.

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II. SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA (XII)


7 O povo de DEUS não deve temer - 16 "Devore, portanto, todos os povos que Javé seu DEUS entregar a você. Não os trate com piedade, nem sirva a seus deuses. Seria uma armadilha para você. 17 Talvez você pense: 'Estas nações são mais numerosas do que eu. Como poderia expulsá-las?' 

18 Não tenha medo delas. Lembre-se do que Javé seu DEUS fez ao Faraó e a todo o Egito; 19 as grandes provas que os olhos de vocês viram, os sinais e prodígios, a mão forte e o braço estendido com que Javé seu DEUS fez você sair de lá. Javé seu DEUS tratará do mesmo modo a todos os povos de que você tem medo.

20 Javé seu DEUS, além disso, mandará vespas contra eles, de modo que perecerão até os que restarem e se esconderem de você. 21 Não trema diante deles, porque Javé seu DEUS, que habita no meio de você, é DEUS grande e terrível. 22 Javé seu DEUS irá expulsando pouco a pouco da frente de você essas nações. Você não poderá exterminá-las rapidamente, senão as feras do campo se multiplicariam contra você.

23 É Javé seu DEUS quem vai entregar essas nações a você: elas ficarão perturbadas até serem completamente exterminadas. 24 Javé entregará os reis delas, e você fará desaparecer o nome delas de debaixo do céu: ninguém lhe resistirá, até que você destrua a todos. 25 Queime as imagens dos deuses delas; não cobice a prata e o ouro que os recobrem, nem os tome para você, para não cair numa armadilha, pois são coisa abominável a Javé seu DEUS.

26 Portanto, não coloque uma coisa abominável dentro de casa: você se tornaria anátema como ela. Considere essas coisas como imundas e abomináveis, pois elas são anátemas".      

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Deuteronômio, capítulo 07, versículo 16 a 26 (Dt. 07, 16 - 26).

Explicando Deuteronômio 07, 16 - 26. 

Para formar uma sociedade segundo o projeto de DEUS, o povo deverá enfrentar uma luta árdua contra as nações que têm outros projetos. Mas não deverá temer nem desanimar, basta rever a história e lembrar-se da grande vitória sobre o Faraó. Além disso, deverá destruir os falsos absolutos que produzem relações sociais fundadas na opressão e desigualdade (ídolos, ideologias, riquezas etc.). O novo projeto de sociedade não pode ser contaminado com nada daquilo que sustentava o sistema anterior. 

Fonte: Bíblia Sagrada - Edição Pastoral. 25ª impressão: maio de 1998; ed Paulus, p. 204

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"Sofremos mais na imaginação do que na realidade".


Sêneca (4 a.C. - 65 d.C): advogado, escritor, filósofo, intelectual e político do Império Romano. Contemporâneo do apóstolo (São) Paulo, o trabalho filosófico e literário de Sêneca inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia, no período da Renascença (Renascimento).

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II. SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA (XI)


7 A escolha de Javé - 7 "Se Javé se afeiçoou a vocês e os escolheu, não é porque vocês são os mais numerosos entre todos os outros povos; pelo contrário, vocês são o menor de todos os povos! 8 Foi por amor a vocês e para manter a promessa que ele jurou aos antepassados de vocês. É por isso que Javé os tirou com mão forte e os resgatou da casa da escravidão, da mão do Faraó, rei do Egito.

9 Saiba, portanto, que Javé seu DEUS é o único DEUS, o DEUS fiel, que mantém a aliança e o amor por mil gerações, em favor dos que o amam e observam seus mandamentos. 10 Mas ele é também aquele que retribui diretamente aos que o odeiam: faz perecer sem demora aquele que o odeia, retribuindo-lhe diretamente.

11 Observe, pois, os mandamentos, estatutos e normas que eu hoje lhe ordeno cumprir. 12 Se vocês ouvirem essas normas e as colocarem em prática, Javé seu DEUS também manterá com você a aliança e o amor que ele jurou a seus antepassados.

13 Ele o amará, abençoará e multiplicará; abençoará o fruto do seu ventre e o fruto do seu solo; abençoará seu trigo, seu vinho novo, seu óleo, a cria de suas vacas e a prole de suas ovelhas, na terra que vai dar a você, conforme prometeu a seus antepassados. 

14 Você vai ser abençoado mais do que todos os outros povos: no seu meio, nem o homem, nem a mulher, nem o seu gado serão estéreis. 15 Javé afastará de você qualquer doença e todas as graves enfermidades do Egito, que você conhece muito bem. Ele as mandará não para você, mas para todos os que odeiam a você".  

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Deuteronômio, capítulo 07, versículo 07 a 15 (Dt. 07, 07 - 15).

Explicando Deuteronômio 07, 07 - 15. 

Enquanto os homens costumam escolher os ricos e os poderosos para assegurarem ainda mais os próprios interesses e privilégios, DEUS escolhe os pobres e fracos. No seu amor, DEUS se alia aos oprimidos, liderando-os na conquista da liberdade e da vida, e ensinando-os a viver na fraternidade e partilha. Ele só quer que o povo realize o seu projeto: construir uma sociedade conforme a justiça e o direito, praticando uma legislação (normas, cf. Dt 12-26) que assegure a bênção de vida, saúde e prosperidade para todos. Cf. 1Cor 1,17-31 e nota.

Fonte: Bíblia Sagrada - Edição Pastoral. 25ª impressão: maio de 1998; ed Paulus, p. 203

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"Ao homem não basta ser feliz; deseja ser mais feliz que os outros".


Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como Barão de Montesquieu (1689 - 1755): escritor, filósofo, magistrado e político francês. Ficou célebre por sua famosa Teoria da Separação dos Poderes: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, hodiernamente consagrada e aplicada em muitas das constituições internacionais.

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sábado, 27 de abril de 2024

II. SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA (X)


7 Um povo consagrado a Javé - 1 "Quando Javé seu DEUS o introduzir na terra onde você está entrando para tomar posse; quando ele tiver expulsado nações mais numerosas que você - os heteus, gergeseus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus - sete nações mais numerosas que você; 2 quando Javé seu DEUS as entregar a você, você as vencerá e as sacrificará como anátema.

Não faça aliança nenhuma entre elas e não as trate com piedade.

3 Não crie laços de parentesco com elas: não dê sua filha a um dos filhos delas, nem tome uma das filhas delas, para o seu filho, 4 porque o seu filho se afastaria de mim para servir outros deuses; então a cólera de Javé se inflamaria contra você e o destruiria rapidamente.

5 Vocês devem tratá-las da seguinte maneira: demolir seus altares, destruir suas estelas, arrancar seus postes sagrados e queimar seus ídolos. 

6 Pois você é um povo consagrado a Javé seu DEUS: foi a você que Javé seu DEUS escolheu para que pertença a ele como povo próprio, entre todos os povos da terra". 

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Deuteronômio, capítulo 07, versículo 01 a 06 (Dt. 07, 01 - 06).

Explicando Deuteronômio 07, 01 - 06. 

Israel é um povo consagrado exclusivamente a Javé, porque escolheu viver dentro de uma aliança com ele. E isso significa construir uma sociedade que se funda na justiça e provoca ruptura com o modo de viver de outras nações. O povo de DEUS é chamado a romper de modo definitivo com qualquer sistema de sociedade que não corresponda ao projeto de DEUS. A grande originalidade desse povo consiste em consagrar a sua vida no esforço de concretizar historicamente esse projeto divino que quer liberdade e vida para todos. Sobre o anátema, cf. nota em Nm 21,1-3. 

Fonte: Bíblia Sagrada - Edição Pastoral. 25ª impressão: maio de 1998; ed Paulus, p. 203

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)