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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O OUTRO LADO DA FORÇA

Ele faz parte de uma instituição símbolo de machismo e virilidade. Só que ele é gay...

A corneta toca indicando o término de mais um dia de serviço num quartel da Marinha em Natal. São cinco horas da tarde e Pablo (nome fictício), se dirige até a parada de ônibus onde pegará uma condução que o levará até sua casa, no bairro de Ponta Negra. Chegando à residência, ele encontra não esposa ou filhos, mas o namorado com quem divide um lar há algum tempo.

Pablo é militar do serviço ativo da Marinha há quatro anos, e há dois assumiu sua homossexualidade. Não contou para os colegas do quartel, achou desnecessário. Embora seu “segredo” seja conhecido por muitos amigos de farda, ele nunca foi desrespeitado ou perseguido por causa da opção sexual. Pelo contrário, sempre gozou dos mesmos direitos e obrigações pertinentes a todo militar do seu grau hierárquico, e nunca sofreu discriminação.

“As guerrinhas sempre existem. Mas são brincadeiras sadias e vindas de pessoas que eu permito que as façam. Independentemente de qualquer coisa, eu sou militar. E como tal, estou subordinado a um rígido código disciplinar e devo manter uma postura séria e austera que condiza com minha posição. Faço isso não apenas pela instituição Marinha do Brasil, mas pelo que ela representa para todos os brasileiros”, comenta.

O caso de Pablo não é isolado. Neste ano, dois sargentos de carreira do Exército Brasileiro causaram polêmica ao denunciarem na mídia que estavam sofrendo perseguição na caserna pelo fato de terem “saído do armário”, termo usado para designar a pessoa que assume a homossexualidade perante a sociedade.

A presença de homossexuais no militarismo é antiga. Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), um dos militares de maior sucesso de todos os tempos, excelente estrategista e conquistador, teria se relacionado sexualmente com um dos seus generais. Júlio César (100-44 a.C.), líder militar e político de Roma, era bissexual, sendo, inclusive, definido por um biógrafo como “o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens”.

Atualmente, as Forças Armadas de diversos países têm permitido que gays, lésbicas ou bissexuais sirvam em seus quartéis. Nações como Austrália, Bélgica, Suécia, Alemanha, Israel e Coréia do Sul aceitam homossexuais em suas fileiras militares.

No Canadá, além de serem aceitos, qualquer restrição à entrada de gays nas Forças Armadas é considerada inconstitucional desde 1992. Nos EUA, que se definem como nação modelo de democracia e respeito aos direitos humanos, o ingresso de homossexuais nas Forças Armadas ainda gera discussões.

Na terra do Tio San, a política do “não pergunte, não conte”, adotada em 1993 pelo então presidente Bill Clinton já fez até hoje com que mais de doze mil militares fossem dispensados dos quartéis por serem GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).

Tentando resolver o problema, o presidente eleito, Barack Obama, durante sua campanha eleitoral prometeu levar o debate sobre a presença homossexual na caserna norte-americana até o Congresso Nacional.

Apesar das conquistas do GLBT nas últimas décadas, muita gente - seja por falta de informação, seja por pura inveja - ainda os considera como seres inferiores. Mas os gays da nova geração estão chegando para mudar esse pensamento retrógrado e preconceituoso, e ensinar aos héteros o respeito pelo outro e a convivência pacífica.

“Não entendo o preconceito. Dizem-nos não sermos capazes de fazer certas coisas que os héteros fazem. Acho isso uma imbecilidade enorme. As Forças Armadas são o maior símbolo de virilidade e machismo que se conhece, mas até lá existem gays, e muitos”, relata Pablo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

MILITAR GOSTA DE TIRAR ONDA...

Episódio pitoresco que aconteceu... comigo, quando eu era Fuzileiro Naval, e merece registro.


Estávamos eu, um terceiro sargento infante e um cabo também infante, de serviço no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal. Apareceu uma emergência no Hospital Naval e escalaram nós três para irmos até lá tentar resolver.

Era um fuzileiro que tinha bebido além da conta e estava tumultuando no hospital.

Chegamos lá quinze minutos depois, mas o problema já estava resolvido: o "naval" fora medicado e dormia tranquilamente.

Para não ter que voltar ao o quartel e ficar fazendo faxina, o sargento - mais antigo dos três -, disse que ficaríamos dentro da viatura, em frente ao hospital, "dando cobertura".

Beleza. Íamos passar a tarde toda sem fazer nada.

Meia hora depois, cansado do silêncio, o sargento começa a puxar assunto. Fala que é casado há oito anos mas sempre traiu a "dona Maria" (esposa)... Esta nunca percebeu, porque ele dava "assistência" em casa e "se garantia" com as outras. Sempre foi "pegador", atuador", "comia geral" no Rio de Janeiro e aqui em Natal as "mulé" davam muito mole para ele.

O cabo, para não ficar por baixo, completou dizendo que era um verdadeiro garanhão. Transava com mais de cinco mulheres por semana. Saia pra farra e a mulher dele nem percebia.

E eu, de saco cheio daquela conversa machista, apenas observava sem dar opiniões. Até que o sargento olhou para mim e perguntou se eu não tinha alguma história parecida para contar.

Eu, na minha humildade de cearense, respondi:

- Não sargento, não tenho nada interessante. A única coisa que faço é "dar assistência" para mulheres casadas quando os maridos delas saem para farrear....

O sargento ficou pálido de vergonha, o cabo, idem. Eles se entreolharam e depois disfarçaram, fingindo que observavam os respectivos relógios...

O sargento, encabulado, disse então:

- Ei, está ficando tarde. Vamos!

O cabo concordou e fomos para o quartel.

Naquele dia, os dois militares machistas aprenderam o seguinte:

1. não se deve contar vantagem na frente de um cearense;

2. não se deve sair comentando as puladas de cerca; e,

3. enquanto se está com uma amante, sua mulher pode estar sozinha, ou não....

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)