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segunda-feira, 20 de julho de 2020

MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz, de mor espanto,
que não se muda já como soía. 

Poemas de Camões. Confira toda a genialidade desse grande poeta

Luís Vaz de Camões (1524 - 1580): militar e poeta português, considerado um dos maiores ícones da literatura ocidental. 

(A imagem acima foi copiada do link Mensagens Com Amor.)

ALMA MINHA GENTIL, QUE TE PARTISTE

Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subsiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
alguma cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,

roga a DEUS, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.

  1. Luís Vaz de Camões - Biografia, Características e Obras - Cola da Web


Luís Vaz de Camões (1524 - 1580): militar e poeta português, considerado um dos maiores ícones da literatura ocidental. O soneto acima é interpretado como autobiográfico. Nele, o poeta dedica sua inspiração para homenagear Dinamene, sua namorada chinesa que morrera num naufrágio.


(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

quarta-feira, 15 de julho de 2020

EU CANTAREI DE AMOR TÃO DOCEMENTE


Eu cantarei de amor tão docemente,
por uns termos em si tão concertados,
que dous mil acidentes namorados
faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros magoados,
temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
de vossa vista branda e rigorosa,
contentar-me-ei dizendo a menos parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
a composição alta e milagrosa,
aqui falta saber, engenho e arte.


Luís Vaz de Camões (1524 - 1580): militar e poeta de Portugal. É considerado um dos maiores ícones da literatura lusófona e um dos maiores poetas da literatura ocidental. 


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quarta-feira, 10 de julho de 2019

"Creia em si, mas não duvide sempre dos outros".


Machado de Assis (1839 - 1908): contista, cronista, crítico literário, dramaturgo, jornalista, escritor e poeta brasileiro. Considerado um dos maiores ícones da literatura, não apenas brasileira, mas mundial, ao lado de nomes como Camões, Cervantes, Dante e Shakespeare. 


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

CONHEÇA MACHADO DE ASSIS


Machado de Assis (1839 - 1908): contista, cronista, crítico literário, dramaturgo, jornalista, escritor e poeta brasileiro. De origem pobre, fundou e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. 

É considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira e mundial, sendo, frequentemente, colocado ao lado de gênios como Camões, Shakespeare, Cervantes e Dante. Sua obra foi fundamental para diversas escolas literárias brasileiras. Vale a pena ser lido. Recomendo!!!

Sua obra, imensa e diversificada, constitui-se de cinco coletâneas de poemas e sonetos, nove romances, dez peças teatrais, duzentos contos e mais de seiscentas crônicas. Uau!!! O cara era foda (no bom sentido, obviamente).

Obras:
Romances: Ressurreição; Helena; A Mão e a Luva; Esaú e Jacó; Memórias Póstumas de Brás Cubas; Dom Casmurro.

Poesias: Crisálidas; Poesias Completas; Americanas; Falenas.

Contos: Histórias da Meia-Noite; Contos Fluminenses; Papeis Avulsos; Relíquias da Casa Velha. 



(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

terça-feira, 31 de julho de 2018

BUSQUE AMOR NOVAS ARTES, NOVO ENGENHO

Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.



Luís Vaz de Camões (1524 - 1580): militar e poeta de Portugal. É considerado um dos maiores ícones da literatura lusófona e um dos maiores poetas da literatura ocidental. 


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.  


É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder;  


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.  


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Camões, in "Sonetos"


Luís Vaz de Camões (1524 - 1580), foi militar e poeta de Portugal. Viveu - e morreu - na fase final do Renascimento europeu, período de grandes transformações que assinalaram a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Considerado um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa sua obra mais famosa é Os Lusíadas.



(Imagem copiada do link Wikipedia.)