domingo, 10 de janeiro de 2010

TURBULÊNCIA


O dia ontem amanheceu nublado na cidade de Natal e municípios vizinhos. Escuras nuvens de chuva - típicas dessa época do ano - encobriram os céus da capital potiguar e causaram receio nos passageiros que estavam no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim.
No saquão de embarque do aeroporto, alguns passageiros pareciam preocupados com a previsão do tempo. Chegou a cair uma fraca neblina por volta do meio dia, mas nada que oferecesse riscos aos pousos e decolagens.
Um avião que partiu às 13:50 (hora de Brasília) de Parnamirim - RN, com destino a Campinas - SP, sofreu uma turbulência na decolagem.
“A turbulência é um acontecimento corriqueiro na aviação. Ela acontece quando a aeronave atravessa áreas de instabilidade. Mas os aviões são preparados para resistirem a esse tipo de acontecimento. Os passageiros podem ficar despreocupados”, explicou um piloto.
Pode até ser. Mas quando eu sair de férias, acho que vou de ônibus...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PRÉDIO MAIS ALTO DO MUNDO


Com 160 andares e mais de 800 metros de altura, o Burj Dubai, tornou-se o prédio mais alto do mundo. O edifício foi inaugurado segunda-feira (04-01-10) em Dubai, maior cidade dos Emirados Árabes Unidos.

A construção da estrutura iniciou em 2004. Ao todo, trabalharam na obra cerca de 12 mil operários. Ainda em 2004, mesmo sem estar pronto, o Burj Dubai superou em altura o maior edifício até então, o Taipé 101.


(A imagem acima foi copiada do link R7.)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

FELIZ 2010!!!

Posso estar alguns dias atrasado... Mas desejar felicidades para alguém nunca é demais.

Sempre encaro cada dia como se fosse especial, afinal de contas: estou vivo, com saúde, vários amigos. E Deus preparou um belo mundo cheio de aromas, cores, sabores e sensações. Basta saber e querer aproveitar.

Portanto, em 2010, não sejamos hipócritas para desejarmos uns aos outros, apenas por conveniência, feliz Natal, dia dos pais, dia da mulher. Essas coisas.

Se você realmente ama, gosta, respeita, admira ou sente afeto por alguém, diga isso a ele(a) todos os dias. Não espere uma data especial. FAÇA TODO DIA SER ESPECIAL.

Aproveite cada instante, cada sorriso, cada beijo, cada lágrima. A vida é curta. E quando nos damos conta disso ou já perdemos alguém muito especial, ou já estamos velhos.

Um feliz ano novo para todos os que leem estas palavras. Digo isso não por o ano estar
começando. Falo isso porque, para mim, cada dia é único. É uma bênção de Deus, e como tal, deve ser aproveitado.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (IX)


Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Descobrimento do Brasil

À terça-feira, depois de comer, fomos em terra dar guarda de lenha e lavar roupa.

Estavam na praia, quando chegamos, obra de sessenta ou setenta sem arcos e sem nada. Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem. Depois acudiram muitos, que seriam bem duzentos, todos sem arcos; e misturaram-se todos tanto conosco que alguns nos ajudavam a acarretar lenha e a meter nos batéis. E lutavam com os nossos e tomavam muito prazer.

Enquanto cortávamos a lenha, faziam dois carpinteiros uma grande Cruz, dum pau, que ontem para isso se cortou.

Muitos deles vinham ali estar com os carpinteiros. E creio que o faziam mais por verem a ferramenta de ferro com que a faziam, do que por verem a Cruz, porque eles não tem coisa que de ferro seja, e cortam sua madeira e paus com pedras feitas como cunhas, metidas em um pau entre duas talas, mui bem atadas e por tal maneira que andam fortes, segundo diziam os homens, que ontem a suas casas foram, porque lhas viram lá.

Era já a conversação deles conosco tanta, que quase nos estorvavam no que havíamos de fazer. 

O Capitão mandou a dois degredados e a Diogo Dias que fossem lá à aldeia (e a outras, se houvessem novas delas) e que, em toda a maneira, não viessem dormir às naus, ainda que eles os mandassem. E assim se foram.

Enquanto andávamos nessa mata a cortar lenha, atravessavam alguns papagaios por essas árvores, deles verdes e outros pardos, grandes e pequenos, de maneira que me parece que haverá muitos nesta terra. Porém eu não veria mais que até nove ou dez. Outras aves então não vimos, somente algumas pombas-seixas, e pareceram-me bastante maiores que as de Portugal. Alguns diziam que viram rolas; eu não as vi. Mas, segundo os arvoredos são mui muitos e grandes, e de infindas maneiras, não duvido que por esse sertão haja muitas aves!

Cerca da noite nos volvemos para as naus com nossa lenha.

Eu creio, Senhor, que ainda não dei conta aqui a Vossa Alteza da feição de seus arcos e setas. Os arcos são pretos e compridos, as setas também compridas e os ferros delas de canas aparadas, segundo Vossa Alteza verá por alguns que - eu creio - o Capitão a Ela há de enviar.

À quarta-feira não fomos em terra, porque o Capitão andou todo o dia no navio dos mantimentos a despejá-lo e fazer levar às naus isso que cada uma podia levar. Eles acudiram à praia; muitos, segundo das naus vimos. No dizer de Sancho de Tovar, que lá foi, seriam obra de trezentos.

Diogo Dias e Afonso Ribeiro, o degredado, aos quais o Capitão ontem mandou que em toda maneira lá dormissem, volveram-se, já de noite, por eles não quererem que lá ficassem. Trouxeram papagaios verdes e outras aves pretas, quase como pegas, a não ser que tinham o bico branco e os rabos curtos.

Quando Sancho de Tovar se recolheu à nau, queriam vir com eles alguns, mas ele não quis senão dois mancebos dispostos e homens de prol. Mandou-os essa noite mui bem pensar e curar. Comeram toda a vianda que lhes deram; e mandou fazer-lhes cama de lençóis, segundo ele disse. Dormiram e folgaram aquela noite. 

E assim não houve mais este dia que para escrever seja.  

  
Fonte: Acervo Digital.

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

domingo, 27 de dezembro de 2009

RESPEITO PARA COM OS PAIS



3 1 Escutem-me, filhos, porque eu sou o pai de vocês. Façam o que lhes digo, e serão salvos. 2 O Senhor quer que o pai seja honrado pelos filhos, e confirma a autoridade da mãe sobre os filhos. 

3 Quem honra o próprio pai alcança o perdão dos pecados, 4 e quem respeita sua mãe é como quem ajunta um tesouro

5 Quem honra seu pai será respeitado pelos seus próprios filhos, e quando rezar será atendido. 

6 Quem honra seu pai terá vida longa, e quem obedece ao Senhor dará alegria à sua mãe. 

7 Quem teme ao Senhor, honra seus pais, e serve a eles como se fossem seus patrões. 8 Honre a seu pai em atos e palavras, para que a bênção dele venha sobre você. 

9 A bênção do pai consolida a casa dos filhos, mas a maldição da mãe arranca os alicerces. 

10 Não se vanglorie com a desonra de seu pai, porque você não conseguirá honra nenhuma com a desonra de seu pai. 11 Pois a glória do homem está na honra do seu pai, e a desonra da mãe é vergonha para os filhos. 

12 Meu filho, cuide de seu pai na velhice, e não o abandone enquanto ele viver. 13 Mesmo que ele fique caduco, seja compreensivo e não o despreze,  enquanto você estiver em pleno vigor, 14 pois a caridade feita ao pai não será esquecida, e valerá como reparação pelos pecados que você tiver cometido. 15 No dia do perigo, o Senhor se lembrará de você e seus pecados se derreterão como geada ao Sol. 

16 Quem despreza seu pai é um blasfemador, e quem irrita sua mãe será amaldiçoado pelo Senhor. 


Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Eclesiástico, capítulo 3, versículos 1 a 16 (Eclo. 3, 1 - 16). 


Para refletir...

Belíssimo texto que mostra como deve ser o comportamento dos filhos em relação aos pais. Infelizmente, na prática, não é assim que acontece. Um filho que desrespeita o pai ou entristece a mãe não sabe a dor, o sofrimento e o vazio que é perder um pai ou uma mãe... 



(A foto que ilustra esse texto foi retirado do link Canção Nova.)

sábado, 19 de dezembro de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (VIII)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Pero Vaz de Caminha – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pero Vaz de Caminha lê a carta que será enviada ao rei de Portugal D. Manuel I. O comandante da frota Pedro Álvares Cabral, o Frei Henrique de Coimbra (sentados) e o mestre João o escutam atenciosamente. 

O Capitão ao velho, com quem falou, deu uma carapuça vermelha. E com toda a fala que entre ambos se passou e com a carapuça que lhe deu, tanto que se apartou e começou de passar o rio, foi-se logo recatando e não quis mais tornar de lá para aquém.

Os outros dois, que o Capitão teve nas naus, a que deu o que já disse, nunca mais aqui apareceram - do que tiro ser gente bestial, de pouco saber e por isso tão esquiva. Porém e com tudo isso andam muito bem curados e muito limpos. E naquilo me parece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses, às quais faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas, porque os corpos seus são tão limpos, tão gordos e tão formosos que não pode mais ser.

Isto me faz presumir que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, a que se criam, os faz tais. Nem nós ainda até agora vimos nenhuma casa ou maneira delas.

Mandou o Capitão aquele degredado Afonso Ribeiro, que se fosse outra vez com eles. Ele foi e andou lá um bom pedaço, mas à tarde tornou-se, que o fizeram eles vir e não o quiseram lá consentir. E deram-lhe arcos e setas; e não lhe tomaram nenhuma coisa do seu. Antes - disse ele - que um lhe tomara umas continhas amarelas, que levava, e fugia com elas, e ele se queixou e os outros foram logo após, e lhas tomaram e tornaram-lhas a dar; e então mandaram-no vir. Disse que não vira lá entre eles senão umas choupaninhas de rama verde e de fetos muito grandes, como de Entre Douro e Minho.

E assim nos tornamos às naus, já quase noite, a dormir.

À segunda-feira, depois de comer, saímos todos em terra a tomar água. Ali vieram então muitos, mas não tantos como as outras vezes. Já muito poucos traziam arcos. Estiveram assim um pouco afastados de nós; e depois pouco a pouco misturaram-se conosco. Abraçavam-nos e folgavam. E alguns deles se esquivavam logo. Ali davam alguns arcos por folhas de papel e por alguma carapucinha velha ou por qualquer coisa. Em tal maneira isso se passou, que bem vinte ou trinta pessoas das nossas se foram com eles, onde outros muitos estavam com moças e mulheres. E trouxeram de lá muitos arcos e barretes de penas de aves, deles verdes e deles amarelos, dos quais, creio, o Capitão há de mandar amostra a Vossa Alteza.

E, segundo diziam esses que lá foram, folgavam com eles. Neste dia os vimos mais de perto e mais à nossa vontade, por andarmos quase todos misturados. Ali, alguns andavam daquelas tinturas quartejados; outros de metades; outros de tanta feição, como em panos de armar, e todos com os beiços furados, e muitos com os ossos neles, e outros sem ossos.

Alguns traziam uns ouriços verdes, de árvores, que, na cor, queriam parecer de castanheiros, embora mais pequenos. E eram cheios duns grãos vermelhos pequenos, que, esmagando-os entre os dedos, faziam tintura muito vermelha, de que eles andavam tintos. E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam.

Todos andavam rapados até acima das orelhas; e assim as sobrancelhas e pestanas.

Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas da tintura preta, que parece uma fita preta, da largura de dois dedos.

E o Capitão mandou aquele degredado Afonso Ribeiro e a outros dois degredados, que fossem lá andar entre eles; e assim a Diogo Dias, por ser homem ledo, com que eles folgavam. Aos degredados mandou que ficassem lá esta noite.

Foram-se lá todos, e andaram entre eles. E, segundo eles diziam, foram bem uma légua e meia a uma povoação, em que haveria nove ou dez casas, as quais eram tão compridas, cada uma, como esta nau capitânia. Eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoada altura; todas duma só peça, sem nenhum repartimento, tinham dentro muitos esteios; e, de esteio a esteio, uma rede atada pelos cabos, alta, em que dormiam. Debaixo, para se aquentarem, faziam seus fogos. E tinha cada casa duas portas pequenas, uma num cabo, e outra no outro.    

Diziam que em cada casa se recolhiam trinta ou quarenta pessoas, e que assim os achavam; e que lhes davam de comer daquela vianda, que eles tinham, a saber, muito inhame e outras sementes, que na terra há e eles comem. Mas, quando se fez tarde fizeram-nos logo tornar a todos e não quiseram que lá ficassem nenhum. Ainda, segundo diziam, queriam vir com eles.

Resgataram lá por cascavéis e por outras coisinhas de pouco valor, que levavam, papagaios vermelhos, muito grandes e formosos, e dois verdes pequeninos e carapuças de penas verdes, e um pano de penas de muitas cores, maneira de tecido assaz formoso, segundo Vossa Alteza todas estas coisas verá, porque o Capitão vo-las há de mandar, segundo ele disse.

E com isto vieram; e nós tornamo-nos às naus.    
           


(A foto que ilustra esse texto foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)