terça-feira, 19 de maio de 2009
HISTÓRIA DO JOÃOZINHO
No meu tempo de escola, lá em Aracoiaba (interior do Ceará), meus colegas costumavam contar piadas e anedotas na hora do recreio - era nosso passatempo predileto, já que não havia quadra esportiva. Entre os muitos causos que escutei o que mais me chamou a atenção foi este:
A professora chega na sala de aula e saúda os alunos:
“Bom dia crianças”.
“Bom diaêêêêê”, responde a criançada.
A mestra acha aquilo estranho, mesmo assim inicia a chamada.
No dia seguinte... “Bom dia sala”.
“Bom diaêêêêê”, respondem os alunos, e ela, como de praxe, faz a chamada.
No outro dia: “Bom dia meus amores...”
“Bom diaaaaaaa”, responde a turma em coro.
A professora estranha a resposta:
“Ué, cadê o bom diaêêêê?”, mas faz a chamada:
“Paulinho?”
“Presente”.
"Mariazinha?”
“Presente”.
“Joãozinho?”
Silêncio.
“Joãozinho?” “Joãozinho!”
“Não veio, tá doente”, responde um aluno.
A professora então reflete:
“Todos os dias eu escuto bom diaêêê, mas hoje como o Joãozinho não veio, só escutei bom dia, por que será?”
Então combina com a turma para pregar uma peça no garoto:
“Crianças vamos fazer uma brincadeira com o Joãozinho. Amanhã quando eu chegar e der o bom dia, ninguém responde. Vamos escutar a resposta do João”.
No outro dia, a professora chega e cumprimenta os alunos:
“Bom dia crianças”.
Ninguém responde, mas o danado do Joãozinho grita em alto e bom tom:
“Vá se f...êêêê!”
Lembro dessa piada, às avessas, sempre que assisto aos jogos da seleção principal de futebol masculino. Na hora em que é executado o hino nacional: a torcida, nas arquibancadas, canta; os torcedores, em casa, cantam; a comissão técnica, à beira do gramado, canta; e os jogadores, no gramado, mexem os lábios sem pronunciarem som algum. Já pensou!
Logo eles, que deveriam ter na ponta da língua os versos do hino nacional, são os primeiros a dar o mau exemplo. Você pode até achar meu espanto um exagero, afinal, o jogadores tem que mostrar serviço dentro das quatro linhas, e não saber cantar.
Beleza. Mas com o hino nacional é diferente… Este é ensinado nas primeira séries do ensino público - pelo menos era assim lá em Aracoiaba - e é dever de todo brasileiro saber cantar ao menos o refrão.
Sim, mas, e se o jogador não frequentou a escola… Engraçado, quando eles vão jogar na Europa aprendem rapidinho o idioma do país onde jogam.
Não tenho competência para julgar ninguém, mas qual será a confiança que um time passará para seus torcedores, se não sabe sequer cantar o hino do país que está representando?
A copa do mundo está se aproximando, será que o Dunga vai lembrar disso na hora da convocação? Ou presenciaremos, mais uma vez, onze Joãozinhos em campo?
quinta-feira, 14 de maio de 2009
SOBRE O AMOR
quinta-feira, 7 de maio de 2009
HIPOCRISIA CATÓLICA
sexta-feira, 3 de abril de 2009
IGUALDADE SALARIAL
O projeto, de iniciativa do deputado Arnaldo Faria de Sá e outros, pretende alterar o texto do § 9º do art. 144 da Constituição Federal no que se refere à remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública do país.
De acordo com o ali proposto, a remuneração dos integrantes das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, além de ser fixada na forma do § 4º do art. 39, como já previsto atualmente, não poderá ser inferior à da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Se o projeto for realmente aprovado isso representará um salto significativo na valorização da profissão policial militar no Brasil, sem contar na melhora da alto-estima da classe.
Vivendo num país marcado pela concentração de renda e disparidade social, a equiparação do salário dos profissionais de segurança pública seria um passo importante para consertar injustiças sociais históricas.
A polícia sempre foi tida como opressora, despreparada e destino dos que “não queriam nada com a vida”. Com a equiparação dos salários, tendo por base o que é pago em Brasília (algo em torno de quatro mil reais), o perfil dos candidatos a ingressarem na carreira da segurança pública mudaria.
Teríamos profissionais mais dedicados, que não precisariam fazer bico de segurança particular para ajudar no orçamento. Um salário melhor atrairia profissionais de outras áreas (como jornalismo!) que muito contribuiriam com suas experiências para a evolução da segurança pública como um todo.
Muitos podem achar absurda tal equiparação salarial. Para os que comungam dessa opinião quero lembrar-lhes que: a vida não tem preço, e o profissional de segurança pública, por mais pacata que seja a cidade onde trabalha, sempre estará expondo a própria vida - e a de seus familiares - a riscos decorrentes do combate ao crime.
Aliás, crime é crime em qualquer lugar do país. Não vejo explicação lógica para um policial militar do Recife-PE, cidade brasileira com maior número de homicídios por 100 mil habitantes, ser menor que o de um policial militar de Brasília-DF.
A proposta antes de ser aprovada - se for aprovada - ainda renderá muita discussão. Isso é bom para o desenvolvimento da segurança pública em nosso país, afinal, ela é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos - não apenas dos policiais e bombeiros militares.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
A CULPA É DA POLÍCIA
sexta-feira, 27 de março de 2009
É A CRISE...
Nas minhas andanças pelas ruas do Alecrim, bairro de Natal onde moro atualmente, sempre me deparo com situações e personagens dos mais variados tipos. Mas segunda-feira (23-03-09) ocorreu-me uma coisa diferente, digna de ser registrada.
Estava eu cruzando a Praça Gentil Ferreira, também conhecida como Praça do Relógio. Voltava do Restaurante Popular e me dirigia a um supermercado próximo dali que estava com vários produtos em promoção - adoro promoção! Foi quando, de repente, alguém puxa meu braço e pergunta:"Tá a fim, boy?"
Era uma das muitas garotas de programa que se aproveitam do intenso movimento de pedestres e veículos em torna da praça para venderem suas "mercadorias".
Não gosto de mulher oferecida - principalmente quando tenho que pagar!, mas antes de eu recusar a proposta, a dona já foi acertando o preço: "É cinquenta real".
Eu não fiz o programa. Cinquenta real, quer dizer, cinquenta reais por uma hora? Com esse dinheiro dava para fazer a feira do mês...
Entretanto, aproveitei a oportunidade para pechinchar: "Moça, cinquenta reais tá caro. Tem como fazer mais barato?" Ao que ela respondeu instantaneamente:
"Não posso, bebê, por causa da crise tudo aumentou de preço".
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
A CARTA MAGNA DOS CONSUMIDORES BRASILEIROS
- a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos causados por produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
- proteção contra publicidade abusiva ou enganosa;
- efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais;
- a facilitação da defesa dos direitos dos consumidores carentes através do acesso aos órgãos jurídicos e administrativos, dentre outros direitos.
TRABALHO E ESTUDO, DÁ PARA CONCILIAR?
A participação dos jovens no mercado de trabalho natalense tem aumentado significativamente na última década. Isso é consequência direta da excelente fase de crescimento pela qual está passando a economia brasileira. Em virtude disso, setores como a indústria e o comércio, principalmente, têm aberto novas vagas de emprego e contratado empregados na faixa de idade entre os 16 e 25 anos.
Os principais motivos que levam um jovem a procurar trabalho são: conquistara liberdade financeira, ajudar a família nas despesas de casa, pagar os próprios estudos, e ainda, ter uma "graninha" para as festas.
Entretanto, a dupla jornada trabalho-estudo tem prejudicado o rendimento escolar dos estudantes-trabalhadores. Como a maior parte dos empregos são no horário comercial - entre sete da manhã e seis da tarde - os jovens que trabalham são obrigados a estudar no período noturno.
Quem enfrenta essa situação quase sempre chega atrasado à aula. Muitos, já cansados ou com sono, preferem faltar.
"Já perdi a conta de quantas vezes me atrasei ou levei falta na aula por causa do emprego. Mesmo quando vou para a faculdade não consigo prestar atenção às explicações do professor. Sinto que meu rendimento é bem inferior ao dos outros colegas que não trabalham e apenas estudam", comenta uma aluna do curso de Letras da UFRN, que na época da entrevista trabalhava para um banco do governo.
Outros jovens, ainda, reclamam que são cobrados tanto no trabalho quanto em sala de aula, e acabam tendo que escolher entre um ou outro. A escolha, quase sempre, é para ficar no emprego.
Os professores, porém, explicam: "Hoje em dia a maior parte dos jovens estudantes, seja do ensino médio, seja do ensino superior, estão trabalhando. Isso é excelente, pois eles aprendem a ter responsabilidades desde cedo. Contudo, alguns alunos usam o trabalho como desculpa pelo atraso na entrega das atividades acadêmicas, e se esquecem que o professor também tem prazos para cumprir com a coordenação de seu respectivo curso", relata um professor do setor II da UFRN.
Apesar de tantas dificuldades e contratempos, a tendência é de que o número de estudantes-trabalhadores continue crescendo. E isso é bom tanto para o jovem, que passa a manter desde cedo contato com o mercado de trabalho, quanto para o "patrão", que terá um profissional instruído e melhor qualificado.
(A imagem acima foi copiada do link Nova Escola.)
"Não queremos clientela"
A carteira estudantil é o instrumento utilizado para regulamentar a "Lei-da-Meia". Esta lei, uma conquista da União Nacional dos Estudantes (UNE), permite aos estudantes o acesso ao transporte público, shows, eventos culturais, esportivos e afins, tendo que pagar por isso apenas metade do valor.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), entidade responsável por representar politicamente os alunos da UFRN, está emitindo a carteira estudantil "na hora" e por apenas R$ 3,75. Esse preço é bem abaixo do cobrado por outras entidades estudantis de Natal.
Segundo um integrante do DCE, o valor fixo do material da gráfica é de três reais. Os outros setenta e cinco centavos foi um valor estudado e baseado nos custos de confecção da carteira que incluem: o valor dos impressos para a divulgação da própria identidade estudantil, o pagamento dos bolsistas e o custeio das viagens para o interior.
Essas viagens, uma inovação da gestão atual, são para confeccionar as carteiras dos alunos dos outros campus da UFRN no interior: Caicó, Currais Novos, Santa Cruz, e também das Pró-Básicas (Macau, Pedro Avelino, Goianinha, dentre outras cidades).
" O dinheiro das carteiras não é investido, mas totalmente gasto com as despesas já citadas. O que pedimos são contribuições voluntárias, que serão utilizadas em atividades do movimento estudantil e impressos que facilitam o contato do DCE com os alunos. Infelizmente, algumas instituições se aproveitam para "lucrar em cima" das carteiras... Com esse preço de R$ 3,75 estamos confeccionando em média 700 carteiras por dia. Esperamos reconquistar a credibilidade do DCE perdida em gestões passadas e chegar à marca dos vinte mil alunos atendidos, isso vai tirar a clientela de outras entidades que se dizem estudantis, mas nós não queremos clientela! Queremos representar politicamente os estudantes", afirmou um integrante da gestão Sonhos Que Podemos Ter.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
O OUTRO LADO DA FORÇA
A corneta toca indicando o término de mais um dia de serviço num quartel da Marinha em Natal. São cinco horas da tarde e Pablo (nome fictício), se dirige até a parada de ônibus onde pegará uma condução que o levará até sua casa, no bairro de Ponta Negra. Chegando à residência, ele encontra não esposa ou filhos, mas o namorado com quem divide um lar há algum tempo.
Pablo é militar do serviço ativo da Marinha há quatro anos, e há dois assumiu sua homossexualidade. Não contou para os colegas do quartel, achou desnecessário. Embora seu “segredo” seja conhecido por muitos amigos de farda, ele nunca foi desrespeitado ou perseguido por causa da opção sexual. Pelo contrário, sempre gozou dos mesmos direitos e obrigações pertinentes a todo militar do seu grau hierárquico, e nunca sofreu discriminação.
“As guerrinhas sempre existem. Mas são brincadeiras sadias e vindas de pessoas que eu permito que as façam. Independentemente de qualquer coisa, eu sou militar. E como tal, estou subordinado a um rígido código disciplinar e devo manter uma postura séria e austera que condiza com minha posição. Faço isso não apenas pela instituição Marinha do Brasil, mas pelo que ela representa para todos os brasileiros”, comenta.
O caso de Pablo não é isolado. Neste ano, dois sargentos de carreira do Exército Brasileiro causaram polêmica ao denunciarem na mídia que estavam sofrendo perseguição na caserna pelo fato de terem “saído do armário”, termo usado para designar a pessoa que assume a homossexualidade perante a sociedade.
A presença de homossexuais no militarismo é antiga. Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), um dos militares de maior sucesso de todos os tempos, excelente estrategista e conquistador, teria se relacionado sexualmente com um dos seus generais. Júlio César (100-44 a.C.), líder militar e político de Roma, era bissexual, sendo, inclusive, definido por um biógrafo como “o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens”.
Atualmente, as Forças Armadas de diversos países têm permitido que gays, lésbicas ou bissexuais sirvam em seus quartéis. Nações como Austrália, Bélgica, Suécia, Alemanha, Israel e Coréia do Sul aceitam homossexuais em suas fileiras militares.
No Canadá, além de serem aceitos, qualquer restrição à entrada de gays nas Forças Armadas é considerada inconstitucional desde 1992. Nos EUA, que se definem como nação modelo de democracia e respeito aos direitos humanos, o ingresso de homossexuais nas Forças Armadas ainda gera discussões.
Na terra do Tio San, a política do “não pergunte, não conte”, adotada em 1993 pelo então presidente Bill Clinton já fez até hoje com que mais de doze mil militares fossem dispensados dos quartéis por serem GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).
Tentando resolver o problema, o presidente eleito, Barack Obama, durante sua campanha eleitoral prometeu levar o debate sobre a presença homossexual na caserna norte-americana até o Congresso Nacional.
Apesar das conquistas do GLBT nas últimas décadas, muita gente - seja por falta de informação, seja por pura inveja - ainda os considera como seres inferiores. Mas os gays da nova geração estão chegando para mudar esse pensamento retrógrado e preconceituoso, e ensinar aos héteros o respeito pelo outro e a convivência pacífica.
“Não entendo o preconceito. Dizem-nos não sermos capazes de fazer certas coisas que os héteros fazem. Acho isso uma imbecilidade enorme. As Forças Armadas são o maior símbolo de virilidade e machismo que se conhece, mas até lá existem gays, e muitos”, relata Pablo.