No dia 1º de setembro de 1969, com apresentação de Hilton Gomes e Cid Moreira, entrava no ar o Jornal Nacional. Há várias semanas, a rede Globo, emissora onde é exibido o telejornal, vem mostrando propagandas alusivas ao aniversário. Muitas reportagens históricas e repórteres que passaram pelo programa serão exibidos entre os dias 31-08 e 05-09-09.
Hoje, 40 anos após sua primeira exibição, o JN continua sendo a principal fonte de informação para milhões de brasileiros. Mas será que o conteúdo lá exibido é realmente imparcial? Ou seria manipulado de acordo com os interesses de um grupo? Será que a empresa dona do telejornal apresenta reportagens isentas, livres de qualquer propaganda de cunho ideológico ou partidário?
Na série de reportagens especiais exibidas no programa ultimamente, o JN fez questão de mostrar notícias importantes, dadas em primeira mão, e reportagens investigativas. Porém não mostrou os casos em que esteve envolvido em polêmicas. Vamos a eles.
Na cobertura das eleições para o governo do Rio de Janeiro em 1982 o programa foi acusado de participar de uma tentativa de fraude. As Organizações Globo, dona do telejornal, eram contra um dos candidatos, Leonel Brizola. Este, um político historicamente perseguido pela emissora de Roberto Marinho, sempre esteve à frente nas pesquisas eleitorais. Contudo, o JN divulgava apenas dados desvantajosos para Leonel. O pleito chegou ao fim, Brizola venceu, e ainda conseguiu na justiça que o JN apresentasse seu direito de resposta, defendendo-se dos ataques feitos pela Globo.
Em 1984, durante a campanha das Diretas Já, o Jornal Nacional omitiu informações sobre essa mobilização. Num importante comício na Praça da Sé, em São Paulo, o telejornal exibiu a manifestação como sendo uma festa comemorativa pelo aniversário da cidade. No fim das contas, a ditadura saiu de cena e a Globo teve que engolir a democracia.
Como não conseguiu derrotar a democracia, a emissora dos Marinhos tentou manipular a opinião pública: em 1989 o Jornal Nacional exibiu, dias antes das eleições, trechos editados do debate presidencial. Os trechos foram favoráveis a Fernando Collor - mostravam as melhores cenas - e desfavoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva - exibiam os piores momentos. Collor venceu o segundo turno das eleições e, deu no que deu…
Até com ex-funcionários o JN parece ser omisso. Nesta semana dos quarenta anos de exibição, o telejornal fez questão de convidar repórteres que fizeram a história do programa. Mas esqueceu de convocar gente como Marcos Hummel, Eliakim Araújo, Fernando Vanucci, Carlos Nascimento, Ana Paula Padrão, e Paulo Henrique Amorim. Todos eles passaram pelo Jornal Nacional mas hoje trabalham em emissoras concorrentes da Globo. Por esse motivo, não participam da festa.
Dizem que se uma mentira é repetida durante muito tempo passa a ser aceita como verdade. Hoje, às 20h15, William Bonner e Fátima Bernardes apresentarão um telejornal que há quatro décadas se diz imparcial e de credibilidade… Será verdade? O pior é que, depois de tanto tempo, parece que os brasileiros estão começando a acreditar que sim.
(A ilustração presente nesse texto foi copiada do link Jornal Nacional.)
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
PARABÉNS, JAQUELINE
Ex-jogadora brasileira de vôlei de praia ganha prêmio na sede da UNESCO
Jaqueline Silva ganhou nesta terça-feira, 01-09-09, em Paris, França, o título de Campeã da Unesco pelo Esporte. O prêmio, dado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), é um reconhecimento aos atletas de ponta que promovem a inclusão social de jovens por meio do esporte.
Para se ter uma ideia da importância dessa premiação, apenas onze atletas em todo o mundo já receberam tal honraria - aqui no Brasil, só Pelé.
Jaqueline, fazendo dupla no vôlei de praia com Sandra Pires, foi a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica. O feito aconteceu nas olimpíadas de Atlanta (EUA) em 1996.
Atualmente, Jaqueline coordena o projeto "Atletas Inteligentes", que é desenvolvido na Praia de Ipanema e ensina os fundamentos do vôlei de praia para 70 jovens de 12 a 20 anos. Para participar, o aluno deve estar matriculado na escola ou faculdade. O objetivo do "Atletas Inteligentes", além de revelar novos talentos para o esporte, é promover a integração e inclusão sociais.
O prêmio da UNESCO para Jaqueline Silva é merecido. Em vez de gastar tempo e dinheiro com vícios, farras ou se envolvendo em escândalos, essa atleta-cidadã se preocupa em dar um futuro melhor para nossa juventude. Bom seria se outros desportistas brasileiros seguissem o exemplo dela…
(A foto que ilustra esse texto foi copiada do link Tinypic.)
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