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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

PORQUE PM'S SÃO CALOTEIROS (I)

Uma realidade que todo mundo ignora

Resultado de imagem para pm caloteiro charge

A função de um agente de segurança pública é servir e proteger a sociedade. Esta premissa está presente - de maneira expressa ou tácita - em qualquer país do mundo civilizado, onde o Estado democrático de direito é respeitado.

Aqui no Brasil não podia ser diferente, todavia, por trás da figura do agente de segurança pública está uma nódoa vergonhosa, que mancha a honra, a reputação e a integridade das instituições responsáveis, por lei, em prover a segurança da sociedade.

Essa nódoa chama-se dívida, ou, especificamente, o calote. No caso exclusivo da Polícia Militar, instituição a que servi por longos quatro anos e meio, percebi que a cultura do calote é generalizada. Não há uma estatística específica, por isso eu pesquisei e ainda pesquiso a situação.

Ora, é uma prática mais comum do que se imagina. Os próprios superiores hierárquicos dão de ombros para o problema; alguns oficiais até fazem chacota, dizendo que "se fossem punir os policiais devedores, não sobraria ninguém". Assim, o mau hábito de fazer dívidas e não pagar é costume entre os policiais militares. E tal situação não acontece só no Rio Grande do Norte... 

Mantendo contato com outros colegas PM's de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba e Pernambuco, constatei que o mau hábito de dar calote na praça é corriqueiro entre as fileiras da corporação. E pior, quem cumpre escrupulosamente suas obrigações financeiras acaba sendo visto como idiota, otário ou 'mané'.

Uma pena... aqueles que deveriam proteger a sociedade da criminalidade, atuando com retidão, honestidade, zelo e compromisso, acabam subvertendo a ordem. Aproveitam-se do poder que têm, bem como de intimidação, medo, ameaça e violência, os policiais militares fazem dívida onde querem, quando querem e com quem querem, e simplesmente não pagam!!!

E quem é louco de cobrar? Poucos têm coragem de exercer seu direito e acionar a justiça. E a quem devemos recorrer? À Justiça? Ao Comandante Geral? Ao Secretário de Segurança? Confesso que as pessoas que recorreram a estes institutos tiveram suas pretensões frustradas. Recorrem, então, a DEUS.

O policial militar veste uma farda para servir e proteger a sociedade, e não para se aproveitar da situação de agente se segurança pública em proveito próprio, mentindo, ameaçando, intimidando...

No caso específico do RN, nas minhas pesquisas cheguei à alarmante conclusão que cerca de 75% a 83% dos PM's estão com o nome em cadastro de devedores; ou já estiveram nessas listas mas saíram em decorrência de ter passado o período de cinco anos com o nome negativado. E pelo que ouvi dos próprios policiais - inclusive dos oficiais - esse quadro não vai mudar.    

Mas, afinal, porque os PM's são caloteiros?

Nas minhas investigações, concluí que são três os motivos principais:

I - a cultura da impunidade: os policiais devem, não pagam, e nada lhes acontece;

II - o corporativismo: os PM's se protegem - como um bando de mafiosos -, sem contar  que os superiores hierárquicos fazem vista grossa para o problema; e,

III - o medo: PM's caloteiros geralmente fazem ameaças e intimidam os cidadãos de bem. No imaginário popular fica a sensação de medo, causado, inclusive pelas notícias de 'grupos de extermínio' formados por policiais. 

O que fazer para mudar essa situação? O problema é complexo: passa por uma mudança cultural nas corporações, bem como a atuação eficaz da Justiça e a "boa vontade" dos comandantes. Eu estou fazendo minha parte, estou divulgando o problema para as pessoas. Espero que algum filho de Deus se comova com tal situação e faça algo para mudar isso...


(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

quarta-feira, 26 de abril de 2017

"Se num ambiente todo mundo faz a coisa errada e só você faz a coisa certa, você acaba sendo o errado da história".


Conclusão a que cheguei quando eu era da polícia, e que me fez sair da corporação. Nem precisa comentar... Quem conhece minha história e o dia-a-dia de um policial, vai entender o que estou querendo dizer.


(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

segunda-feira, 10 de abril de 2017

"Como é que eu vou ajudar você se você não me ajudar..."

Corrupção policial: acontece nos filmes, acontece na vida real.
Resposta de um sargento da polícia quando eu solicitei para permutar o serviço com outro colega. Eu tinha prova na faculdade, mas o danado do sargento ainda queria receber dinheiro...

Esse foi um dos motivos que me fizeram sair da corporação. E olha que eu sempre procurei falar bem da polícia. Mas quando se trabalha num ambiente em que não se é valorizado, a corrupção é endêmica e parte dos altos escalões (da PM e do Governo), a sociedade não te respeita, os companheiro não se valorizam, e seus amigos de faculdade acham que você é corrupto também, "velho", está na hora de cair fora.


(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PLANTÃO AGITADO (II)

Lembranças de quando eu era PM...


Depois da meia-noite, quando eu pensei em tirar um cochilo, apareceu um doido querendo "quebrar tudo". Convidei-o, insistentemente, a se retirar. Ele só saiu depois de levar uns tapas. Depois veio um bêbado querendo fazer bagunça. Fiz o mesmo.    

Uma e quinze da manhã, um rapaz que caiu da moto vem para ser atendido. Entra no consultório, dá um sorriso para o enfermeiro, que retribui a educação.

- Você aqui de novo,  pergunta o enfermeiro.

Antes que o jovem responda, eu indago se ele conhece o enfermeiro. 

- Sim, é a quarta vez que caio de moto e sempre que venho aqui sou atendido por ele - responde o motociclista.

Duas da madrugada chegam duas irmãs bêbadas. Uma chora muito, a outra está mais calma. Explicam que estavam bebendo com amigos. Tudo estava indo bem, então precisaram ir ao banheiro e veio "um cachorro dos infernos, mandado pelo Satanás" mordeu o pé de uma delas e acabou com a noite.

Depois de contar essa aventura, a irmã que estava calma se altera e discute com o mototaxista que havia levado elas ao pronto-socorro. Diz que ele estava cobrando muito caro e pede para eu - policial, um homem da lei - conversar com ele. Fui conversar, pedi para baixar o preço, mas ele contra-argumentou que já havia explicado para elas que faria duas viagens. Mas as irmãs insistiram em vir juntas. Então ele, sabidamente, cobrou um pouco mais porque é mais arriscado sofrer acidente, e dá mais trabalho trazer duas passageiras na garupa da moto. Sem contar que ainda podia ter sido multado... Além do mais, o preço que ele cobrou não foi nem o dobro. O certo era cada uma ter pago uma 'passagem'.

Faz sentido. Concordei com a lógica do mototaxista e fui conversar com as moças. Expliquei que ele era pai de família, um homem honesto e trabalhador e que precisava ganhar o pão de cada dia para alimentar seus filhos. A moça que estava brava ficou tão emocionada que quase chora. Pagou até mais do que tinha sido cobrado.

Pouco tempo depois chega outra moça mancando. Pergunto se foi um cachorro que a mordeu. Ela diz que não. Estava em casa dormindo - morava sozinha - e sentiu alguém alisando suas pernas. Pensou que fosse uma assombração. Deu um pulo, caiu da cama e torceu o pé...  

Depois disso, tento tirar um cochilo num compartimento que fica debaixo da caixa d'água do hospital. Pois é. Nem acesso a um alojamento eu tive direito. Tratavam os policiais como cachorro. Mas tudo bem. Até que o local era confortável. Quase não tinha 'muriçoca'. Eu já estava quase dormindo, quando um barulho ensurdecedor me desperta. 

Era o motor que puxava água para encher a caixa d'água. Fui até o enfermeiro, disse o que estava acontecendo e ele, calmamente. me disse para não me preocupar. A caixa d'água demoraria umas três ou quatro horas para encher, depois disso o barulho parava. 

Só que quando isso acontecesse, já teria amanhecido e meu plantão acabado... Ele então ofereceu sua cama, mas agradeci a gentileza e dormi esparramado numa cadeira da recepção, puto da vida, porque não tinha estudado, não tinha dormido nada, não tinha comido direito, e ainda, não tinha comido ninguém.

No dia seguinte, mandaram uma viatura me apanhar - na verdade, ela tinha ido buscar uma prostituta que o capitão sustentava. Quando cheguei na companhia, o sargento me disse que o praça que dava serviço no hospital ia ficar uns dias de atestado e se eu quisesse, poderia ficar no lugar dele. No hospital, todos haviam elogiado meus serviços.


(A imagem acima foi copiada do link Portal do Dog.)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

PLANTÃO AGITADO (I)

Lembranças de quando eu era PM...

Enfermeiras: na nossa imaginação elas são assim, mas na prática...
Quando eu era policial militar passei por muitas situações dignas de registro. Umas trágicas, outras engraçadas, algumas apavorantes, outras excitantes... Quando estava de plantão, sempre eu levava meus livros e apostilas, escondia por debaixo da farda e quando tinha um tempinho, dava uma estudada.

Certa vez, fui escalado para dar plantão no Hospital de Macaíba, era dia 17/06/2007. Achei estranha a ideia. "Não sou médico nem enfermeiro", reclamei com o sargento que me escalou. Mas ele disse que o outro policial que ficava lá adoeceu e só tinha eu no momento. Meio relutante, acabei aceitando.

O sargento disse que o serviço lá era tranquilo. A comida era boa - a mesma que os médicos comiam -, dava para dormir a noite inteira, podia ficar paquerando as enfermeiras (quem sabe, comer alguma) e eu ainda poderia estudar. Na verdade, o que me convenceu foi este último argumento.

Acabei indo, pensando que tinha me dado bem. Certa vez outro praça havia me alertado que, quando um superior hierárquico viesse com a conversa de que o serviço era bom, era porque era uma furada. "Você já viu alguém querer nos ajudar? Só querem nos ferrar", disse ele. Infelizmente, ele estava certo.

Cheguei ao hospital 8:15 h. Não tinha viatura para me deixar e eu tive que pagar um mototáxi. Fui falar com o médico de plantão, que era diretor do hospital e ele já reclamou que eu estava quinze minutos atrasado. Passei o dia inteiro em pé, circulando pelos corredores, leitos, estacionamento... 

Das enfermeiras de plantão, duas tinham idade para ser minha avó, fumavam feito "caipora" e o terceiro era homossexual... Esse era o mais simpático comigo. Foi o único que me fez companhia na hora do almoço - que atrasou e estava frio. Os outros funcionários, incluindo zeladores e faxineiros, pareciam ter raiva de polícia.



(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

TIRANDO PROVEITO DAS ADVERSIDADES


Era a época da faculdade. Não lembro direito o ano, mas na ocasião eu era policial militar e estava estudando para o concurso da CAIXA. 

Como meu tempo era muito corrido (quase sempre eu dobrava de plantão na PM), escolhi como prioridade passar no concurso e acabei perdendo muitas aulas na universidade.

Certa noite um dos professores me chamou para ter uma conversa. Estava preocupado com minhas ausências, uma vez que, mesmo minhas notas continuarem boas, eu poderia ser reprovado por falta. A conversa foi rápida, não durou nem uns cinco minutos, afinal, meu tempo era muito curto...

Ao sair da sala, alguns colegas de turma me esperavam no corredor, curiosos para saberem do resultado da conversa.

- E então, o que o professor disse - perguntou alguém.

- Disse que eu tinha tanta falta que a probabilidade de eu ganhar na loteria era maior do que eu passar na disciplina dele - respondi.

- E então, o que você vai fazer?

- Tô indo agora mesmo jogar na loteria!!!


Em nossas vidas nos deparamos com muitos problemas, dificuldades e desafios. Diante disso, existem duas atitudes: render-se ou lutar. Sempre escolhi a segunda opção. Também aprendi que, seja qual for a dificuldade que você está vivenciando, sempre existe nela uma oportunidade de crescimento e aprendizagem.

Ah, e mais uma coisa: mantenha sempre seu bom-humor.


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O SOLDADO QUE NÃO SABIA CONTAR

... ou, o coronel que sabia roubar.

Certa dia um soldado que trabalhava no almoxarifado de uma escola de formação de praças do RN recebeu uma encomenda vinda de um fornecedor da polícia. Um caminhão-baú veio fazer a entrega de 50 galões de tinta acrílica (daquelas bem caras) para a reforma do quartel.

Meu colega soldado ajudou a descarregar a encomenda, acomodou-as no almoxarifado e foi conferir as mesmas. Contou 12 latas de tinta. Olhou no recibo mas lá constavam 50. Meu colega coçou a cabeça, contou, recontou, chamou o motorista para ajudar na contagem, mas o número 'não batia'.

- Estão faltando 38 latas, retrucou ele com o motorista e devolvendo para esse a nota de recebimento da mercadoria informou que não ia assinar o comprovante de entrega.

Naquele exato momento, o coronel comandante daquela unidade escola ia passando no local e foi averiguar a situação.

- Coronel, estão faltando 38 latas de tinta e eu não vou assinar o recibo - reclamou o praça.

O coronel, cuja fama de corrupto ultrapassava as barreiras da caserna, arrancou o recibo da mão do motorista, entregou-o para meu colega e disse:

- Assina essa p... rapaz. Não está vendo que aqui tem exatamente 50 galões de tinta?!


Essa história não é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Nós ou “OS CONE”?

Soldados da PM/RN correm para se abrigar da chuva. Quando eu fazia parte da corporação era rotineiro sermos abandonados ao relento (descartados) depois de algum evento, 'blitz' ou operação. Isso os "direitos humanos" nunca viram.

A gente chega se alegra
No final de uma barreira
Começa a falar besteira
E até um brega cantar
Quando chega a viatura
A coisa muda de nome
Eu vim só buscar os cone
Vocês, alguém vem pegar.

Onze e meia, doze horas
A fome já nos torando
E quem foi nos entregando
Não passa pra nos buscar
Outro se aproximando
Já fala no megafone
Eu vim só buscar os cone
Vocês, alguém vem pegar.

Agora nois vamo embora
Eu sei que num tá com o cão
Tá chegando um caminhão
Tem que ser pra nos levar
Mas diz: to cumprindo orde
Do capitão Gladistone
Eu vim só buscar os cone
Vocês, alguém vem pegar.

Quem danado é esse alguém
Que nunca aparece
É como se não fizesse
Esforço pra se lembrar
Alguém gritou é agora
É o coroné, é o home
- Eu vim só buscar os cone
Vocês, alguém vem pegar.

Vocês que se escoram “nos poste”
Sentam embaixo “dos coqueiro”
Vocês não são os “primero”
Que ficam a esperar
Chamem logo uma viatura
Pelo tal do telefone
Mas, vão se algemando “aos cone”
Senão não vão te levar.


(Belíssima poesia do Cb PM Cunha, mostrando a pouca importância que os policiais militares recebem de seus superiores hierárquicos.)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

TÁ VIRANDO BAGUNÇA...

Outro policial militar do RN é morto durante abordagem...

Ontem aconteceram dois ataques a policiais militares no Rio Grande do Norte. O primeiro foi por volta das 11 horas da manhã num município do litoral sul do estado. Dois PM’s receberam uma denúncia anônima e quando foram abordar os suspeitos, esses atiraram contra os militares. Um PM morreu e o outro ficou gravemente ferido.

O segundo ataque aconteceu por volta das 23 horas da noite, na capital. O oficial comandadnte da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicleta (ROCAM), foi alvejado pelas costas enquanto estava em seu horário de folga. Apesar da gravidade do ferimento, o major não corre o risco de morrer.

Essa é um tipo de notícia que eu não gosto de dar. Porém, a violência no Brasil está chegando a índices alarmantes. Quem são os culpados? Muitos: eu, você, o governo, a Igreja, as celebridades, as ONG’s...

E todos têm uma explicação para a escalada da violência. Mas gostaria de deixar aqui a opinião de um cabo PM, amigo meu, que já tem 27 anos de serviços prestados à sociedade. Segundo ele, a escalada da violência está se dando porque os criminosos não têm mais medo da polícia.

Antigamente, quando um agente de segurança pública do Estado dava voz de prisão, o criminoso baixava a cabeça e já vinha com as mãos prontas para serem algemadas. Mas hoje, ah hoje... Se você mandar um suspeito colocar as mãos na cabeça ele já ameaça você dizendo que vai chamar ‘os direitos humanos’. Isso se não atirar primeiro. Os delinquentes não se intimidam mais com a presença dos policiais porque sabem que tem um monte de acadêmico e humanitário hipócrita pronto para defendê-los.

Isso mesmo, caro leitor. Os bandidos ‘fazem e acontecem’ porque, além da lentidão e impunidade da nossa justiça, ainda contam com uma infinidade de organizações, igrejas, artistas e associações que brigam pelos direitos deles. O que não falta é um bando de desocupados, metidos a pacificadores, defendendo com unhas e dentes a liberdade e integridade dos criminosos.

Que absurdo. Enquanto eu e você, cidadãos honestos e pagadores de impostos, nos matamos de trabalhar para ter uma vida decente, uma corja de humanitários babacas dão a vida para proteger marginais cujo único propósito é fazer o mal e destruir a vida de pessoas honestas.

E o que eu tenho a ver com isso, você deve estar se perguntando. Tudo. Enquanto tivermos uma posição branda em relação aos criminosos, continuaremos reféns do crime e da violência. Não estou querendo dizer que devemos sair por aí espancando e matando todo bandido que encontrarmos pelas ruas – até que não seria uma má ideia.

Estou querendo dizer que, enquanto defendermos assassinos, ladrões, estupradores e viciados em tóxicos, achando que eles são vítimas do ‘sistema’, estaremos dando carta branca para que esses delinquentes continuem à solta pelas ruas, enquanto nós ficamos presos em casa.

E nem adianta chamar a polícia, porque essa, ninguém respeita mais...


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

sábado, 18 de dezembro de 2010

MAIS UM PARA AS ESTATÍSTICAS...

Policial Militar é morto em Natal durante abordagem

O fato aconteceu em frente ao shopping Midway Mall, por volta das 20h:30min. O policial militar M. Costa fazia uma abordagem de rotina dentro de um ônibus coletivo quando foi surpreendido por um bandido que efetuou vários disparos. O sargento da guarnição foi baleado na perna. M. Costa foi alvejado com gravidade e faleceu na hora.

Em plena época natalina um policial, no exercício do dever, tem a vida ceifada covardemente quando colocava em prática sua missão constitucional: o de servir e proteger a sociedade, mesmo com o sacrifício da própria vida.


É revoltante falar sobre isso, e a época do ano não é a mais apropriada. Como PM, fica difícil de expressar minha dor e indignação, uma vez que o companheiro que morreu logo logo cairá no esquecimento. Foi mais um que tombou em serviço, tentando proteger uma sociedade hipócrita que nos acusa de truculência e abuso, e sequer nos respeita.

M. Costa é mais um que entrará para as estatísticas... Quem se importará em saber quem ele foi? A imprensa? Não! Esta buscará saber se ele era corrupto. Não descobrindo nada, vai entrevistar a família do bandido, porque esse é "vítima do sistema" e o PM é vagabudno. A corporação? Ah tá. A instituição Polícia Militar não respeita seus membros, se assim o fosse, nos daria condições dignas de trabalho e valorizaria mais a categoria. E o governo? Esses corruptos filhos da mãe? Que nos negam um plano de carreira decente e ainda atrasam nossas diárias operacionais? E os grupos de Direitos Humanos? Xiii.. esses não vão nem lá.

É M. Costa, meu velho. Vai com Deus. Quem trabalhou com você sabe da sua honestidade e dedicação pelo serviço. Mas isso não é mais valorizado. Quem sabe se você fosse um puxa-saco ou baba-ovo de algum coronel talvez ainda estivesse vivo...
(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

sábado, 20 de novembro de 2010

AUMENTO SALARIAL DA PM RN (2)

Não é oficial - ainda - mas os bombeiros e policiais militares do Rio Grande do Norte estão se organizando para solicitarem um aumento salarial que englobe todos os cargos.

Após várias reuniões, assembleias e acordos, chegou-se a duas propostas de aumento, uma da Associação das Praças e outra da Associação dos Oficiais.

Vamos a elas:
PROPOSTA DE AUMENTO SALARIAL PARA PM´S E BOMBEIROS DO RN FEITA PELA ASSOCIAÇÃO DAS PRAÇAS

CORONEL =========> R$ 15.355,85
TENENTE CORONEL ==> R$ 13.820,27
MAJOR ===========> R$ 12.822,13
CAPITÃO ===========> R$ 11.824,00
1º TENENTE =======> R$ 10.825,87
2º TENENTE =========> R$ 9.827,74
SUB TENENTE ======> R$ 8.829,61
1º SARGENTO ========> R$ 7.831,48
2º SARGENTO ======> R$ 6.833,35
3º SARGENTO ========> R$ 5.835,22
CABO =============> R$ 4.837,09
SOLDADO ===========> R$ 3.838,96

PRAÇAS ESPECIAIS
CADETE 1º ANO =====>R$ 5.835,22
CADETE 2º ANO =======>R$ 6.833,35
CADETE 3º ANO =====>R$ 7.831,48
ASPIRANTE A OFICIAL==>R$ 10.342,20


PROPOSTA DE AUMENTO SALARIAL PARA PM´S E BOMBEIROS DO RN FEITA PELA ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS

CORONEL ==========>R$ 17.237,00
TENENTE CORONEL ====>R$ 15.168,56
MAJOR ============>R$ 13.272,49
CAPITÃO ============>R$ 11.721,16
1º TENENTE ========>R$ 9.307,98
2º TENENTE ==========>R$ 8.101,39
SUB TENENTE =======>R$ 7.067,17
1º SARGENTO =========>R$ 6.377,69
2º SARGENTO =======>R$ 5.343,47
3º SARGENTO =========>R$ 4.481,62
CABO ==============>R$ 3.792,14
SOLDADO =============>R$ 2.930,29

PRAÇAS ESPECIAIS
CADETE 1º ANO =======>R$ 4.481,62
CADETE 2º ANO =========>R$ 5.343,47
CADETE 3º ANO =======>R$ 6.377,69
ASPIRANTE A OFICIAL ====>R$ 7.239,55

O interessante disso tudo é que pela primeira vez na história da segurança pública do RN, oficiais e praças se uniram em torno de um ideal em comum: O AUMENTO SALARIAL.

Ano que vem especula-se que será aberto concurso para PM e Bombeiro Militar. Se o governo vai dar o aumento, aí já é outra história. Pelo sim, pelo não, se eu fosse você já começava a estudar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A COVARDIA ESTÁ EM NÓS MESMOS

Como pequenas atitudes contribuem para nossa dominação

Quem pertence ao ambiente militar costuma dizer que há uma certa covardia dos oficiais para com os praças. Eu também pensava assim, até a última terça (25-05).

No militarismo, os praças são os militares compreendidos entre soldado até sub-tenente (ou sub-oficial, na Marinha). Os oficiais são aqueles compreendidos de segundo tenente a coronel, no caso das polícias, ou almirante, brigadeiro e general nos casos respectivos de Marinha, Aeronáutica e Exército.

Pois bem, no referido dia, ocorreu um jogo no estádio Machadão e o policiamento teve de ser reforçado. Os PM’s de folga foram convocados e, em troca, receberam um dinheiro extra, a conhecida D.O - diária operacional.

Quem atua nesses jogos sabe que o efetivo escalado deve se apresentar de duas a três horas antes da partida, e fica mais uma hora nas ruas entorno do estádio, depois do jogo, esperando a multidão de torcedores se dispersar. A preocupação tanto em se chegar antes, como ficar depois dos jogos, é para garantir a segurança nessas áreas e inibir a atuação das gangues e evitar confrontos entre as torcidas rivais.

Na partida da terça-feira passada tudo ocorreu na maior tranquilidade. A polícia fez um excelente trabalho e nenhuma briga ou ocorrência de natureza grave aconteceram.

Já era quase uma hora da manhã quando os últimos torcedores foram para casa e os policiais puderam, enfim, concluir o serviço. Um soldado, que tinha vindo para a missão pegando carona com outros colegas, se desencontrou dos mesmos e ficou sem condução para regressar para o quartel. Devido o avançado da hora e por estar numa região considerada perigosa - e contando apenas com uma arma velha de cinco tiros - o "SD" saiu pedindo carona aos demais companheiros que tinham participado daquela missão. Mas todos os veículos já estavam, ou cheios ou aguardando outros militares. Nosso amigo chegou, então, a um soldado da turma 2006, que dá serviço na Zona Norte, e pediu carona. Aí veio a covardia…

O soldado, sem se importar com a situação do outro colega de farda, negou a carona dizendo estar numa moto com outro praça. O dito soldado na verdade estava com outro SD, sim, mas ambos conduziam uma viatura pertencente à corporação. Ambos voltaram para suas respectivas casas e deixaram o coitado do outro praça abandonado à própria sorte.

Depois desse episódio revoltante, os dois SD’s foram questionados por outro soldado sobre o porque de terem esquecido o “guerreiro”. Sem ter como justificar o injustificável, os dois covardes apenas deram um sorriso amarelo, fizeram cara de rapariga e pediram segredo, como se isso fosse esconder a atitude mesquinha.

Fatos como o acima descrito são corriqueiros, infelizmente. Às vezes os praças reclamam das péssimas condições de serviço, dos políticos, dos oficiais, do sistema… mas se esquecem que eles mesmos nem se unem e nem defendem seus próprios interesses.

É por essas e outras que os praças raramente conseguem melhorias para sua classe. E com isso, continuam sendo manipulados e dominados por seus superiores hierárquicos e por pessoas de fora do militarismo.

O problema, na verdade, não está na covardia dos oficiais com os praças. Está na covardia dos praças com os próprios praças.


(A imagem acima foi copiada do link Google Images.)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

“Quando se discute com um imbecil, você se torna pior do que ele.”


Conclusão a que cheguei hoje ao tentar argumentar com um oficial da PM.

(A foto que ilustra esse texto foi copiada do link Images Google.)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

COMO CALAR UMA ESTRANGEIRA ARROGANTE

Situação real, digna de registro, que vivenciei na época que fui policial militar.


Fomos colonizados por europeus e até hoje a população daquele continente vê a nós, brasileiros, como um povo ignorante, subdesenvolvido e sem cultura. O caso a seguir é uma história real e mostra que não somos tão alienados como muitos gringos pensam:

Era noite de carnaval num município do litoral norte potiguar, distante 125km de Natal. Na maior praia da cidade tinha sido montado o palco diante do qual o baile carnavalesco acontecia. Equipes com cinco policiais cada, foram dispostas em pontos estratégicos para garantirem aos foliões uma diversão segura.

Já passava da meia-noite. A areia da praia estava repleta de pessoas que brincavam, bebiam, se drogavam, se prostituíam, enfim, faziam coisas típicas de uma festa como o carnaval. As equipes de policiais, também chamadas de patrulhas, perceberam atitudes suspeitas de alguns turistas. Sem mais delongas, os PMs começaram a fazer vistorias em bolsas, sacolas e demais objetos que pudessem esconder drogas ou armas. Muios foliões, a contra-gosto, foram revistados.

Observando a ação dos policiais, e reclamando da atitude dos mesmos, estava um homem de origem portuguesa. Agarrado com uma adolescente nativa e em visível estado de embriaguez, o cidadão de terras lusitanas começou a provocar os policiais. Estes, pacientemente, iniciaram uma conversa com o estrangeiro. Pediram que ele mostrasse a documentação e levantasse a camisa para ser revistado. O português não contou conversa, retirou a camisa e baixou o calção até a altura dos calcanhares, ficando completamente nu.

Os membros da patrulha se entreolharam e deram as boas vindas da PM-RN ao visitante lusitano enxerido: muita porrada!!! Em seguida, colocaram-no na viatura - tendo antes o cuidado de vestir-lhe a roupa - e se dirigiram para a delegacia local.

Chegando lá, um grupo de pessoas já aguardava na entrada da DP. Uns diziam que conheciam o prefeito e iriam expulsar os policiais da cidade, outros gritavam que aquilo era um absurdo e procurariam os Direitos Humanos. Tinha até uma senhora - a mãe do rapaz - dizendo com voz exaltada que o Brasil era um país de bárbaros, ignorantes, prostitutas e corruptos; que o filho dela era inocente, tinha sido agredido covardemente e que se estivessem em Portugal, um país civilizado, nada disso teria acontecido. Os PMs não deram ouvidos para aquela algazarra. Colocaram o português numa cela e chamaram o delegado.

Um policial que estava de plantão na delegacia - puto de raiva porque ainda não havia terminado um trabalho da faculdade - observava todo aquele movimento em silêncio. Procurava se concentrar na apostila que estava lendo. Não conseguiu. A mãe do lusitano entrou e foi esbravejar com ele.

A portuguesa continuou dizendo impropérios sobre os brasileiros, que éramos um povo sem cultura, alienados e subdesenvolvidos. O policial levantou da cadeira, bateu a própria mão com toda a força que pode na escrivaninha, e disse em tom de voz alto, porém sem gritar:

- Escuta aqui dona, quem a senhora pensa que é para falar mau assim do meu país? Saiba que se somos uma nação subdesenvolvida e um povo ignorante é porque fomos colonizados pela porra de vocês, portugueses malditos. Aliás, se aqui a lei fosse cumprida como no seu civilizado Portugal, o viado do seu filho já teria sido extraditado por atentado ao pudor. E cala a boca que eu quero estudar!

Dito isso o policial sentou-se, pegou a apostila e continuou a ler. A mulher portuguesa se calou e saiu da delegacia.

O português enxerido foi solto em seguida, depois de assinar um termo de compromisso. O policial que tentava fazer o trabalho da faculdade não conseguiu e quase foi reprovado na disciplina. Já a portuguesa arrogante, continua no Brasil, mas a partir de agora talvez meça as palavras antes de falar mal do nosso país.

(A caricatura que ilustra o texto acima foi retirada do 3.bp.blogspot.com.)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A CULPA É DA POLÍCIA

Durante o tempo em que fui policial militar passei pelas mais diversas situações. Algumas engraçadas, outras tristes, algumas pitorescas. Certo dia, aconteceu uma digna de registro, que compartilho a seguir: 



Brasileiro adora tecer comentários e fazer críticas sobre os mais variados assuntos - mesmo que não entenda nada a respeito. Temos o mal costume, também, de reclamar por serviços mal prestados a quem não tem nada a ver com a história.

Dentre as muitas situações vividas como servidor público selecionei uma digna de ser relembrada.

Estava eu e um colega trabalhando numa base comunitária da PM no bairro de Bela Vista 2, bairro este, disputado pelos municípios de Parnamirim e Macaíba. Éramos recém formados e sempre nos colocavam nos lugares onde os policiais veteranos não queriam ir.

A dita base comunitária era na verdade um depósito abandonado de um supermercado ao lado, cuja dona, querendo eleger-se vereadora e economizar com segurança privada, conseguiu policiamento para a área.

Não tinha nada na base: o patrulhamento era feito a pé, já que não havia viatura; o banheiro não funcionava; a água para higiene pessoal tinha que ser carregada de balde lá do mercadinho e a água para beber era conseguida de um vizinho homossexual que sempre dava em cima da gente.

A comida vinha de quentinha lá de Parnamirim. Uma viatura fazia a distribuição nas bases comunitárias e, como éramos os últimos do itinerário, a refeição sempre chegava fria e sem talheres.

Apesar das vicissitudes, levávamos o serviço a sério. A maioria das ocorrências que chegavam até nós eram resolvidas na conversa - que era tudo o que podíamos fazer. Mas um dia…

Uma senhora chega indignada lá na base. Reclamava que o país era uma bagunça, os políticos eram todos ladrões e que ninguém se importava com os pobres. O palavreado dela era tão forte que chamou a atenção dos que ali passavam.

Uma pequena aglomeração começou a se formar em torno daquela mulher. Aproximei-me da senhora e tentei acalmá-la; saber o que havia causado-lhe tamanha indignação. Mas ela não quis conversa, parecia estar gostando daquele espetáculo.

Foi então que uma conhecida da dita cuja chegou até mim e explicou que esta estava nervosa porque a filha doente não fora atendida num posto de saúde em Parnamirim por morar em Bela Vista - bairro pertencente a Macaíba.

Aproximei-me novamente da mulher e tentei consolá-la, mas antes que eu abrisse a boca ela gritou em alto e bom tom:

- E a culpa de tudo isso é da polícia, que não faz p@#* nenhuma!!!

Moral da história: naquele dia aprendi que: 

I - o Estado estava falido, não proporcionava saúde, educação, infraestrutura, absolutamente nada! Só cobrava impostos;

II - os policiais, que eram honestos e levavam a sério o juramento, deveriam "se virar", caso quisessem prestar um serviço de qualidade à população; 

III - as autoridades não se importavam com a polícia, a população não se importava com a polícia, a imprensa não se importava com a polícia, NINGUÉM se importava com a polícia;

IV - todos queriam que a polícia resolvesse seus problemas, mesmo que não tivesse nada a ver com as atribuições da polícia; e,

V - eu deveria sair da polícia...

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)