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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

IDADE MÉDIA (II)

Continuação do trecho de texto apresentado como trabalho de avaliação da segunda unidade, da disciplina Filosofia do Direito, do curso Direito Bacharelado, da UFRN.

Concílio de Trento: a partir dele foi utilizado o termo 'católico', que quer dizer universal.

ASPECTOS JURÍDICOS: RELAÇÃO DA IGREJA COM O ESTADO

Ora, a Igreja Católica era a principal instituição na Idade Média. Seu poder ultrapassava os muros de Roma e se estendia por toda a Europa cristã. Seu alcance era transnacional. Sua influência, maior que a de qualquer país.

Por ser detentora e produtora de conhecimento, além do fato de possuir uma estrutura organizacional hierarquizada e bem organizada, a Igreja era praticamente um Estado no sentido moderno como conhecemos hoje.

Por causa disso, ela desempenhou um papel de fundamental importância em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas invasões bárbaras que culminaram no esfacelamento do Império Romano.

Com a queda do império ficou uma espécie de vácuo no poder da Europa. Esse espaço foi ocupado pela Igreja que, possuindo uma sede (Roma), conseguiu manter-se como instituição soberana e instrumento de unificação, em meio ao caos da fragmentação política da sociedade feudal. A Igreja passara à posição de entidade internacional.

Séculos depois, a partir do Concílio de Trento (1545 - 1563) é utilizado o termo católico, adjetivo grego que significa ‘Universal’. Essa denominação serviu para diferenciar a Igreja Romana das Igrejas da Reforma – antes o termo utilizado era Cristandade.

Como a Europa se encontrava fragmentada, com a maioria dos países como conhecemos hoje não passando de meros amontoados de feudos, acentuou-se com relação à Igreja um sentimento de unanimidade e conformismo. Assim a Igreja, favorecida por sua estrutura hierarquizada e bem organizada, foi progressivamente constituindo uma vasta rede paroquial e clerical.

As incipientes instituições estatais, sem força ante ao poderio ideológico da Igreja, passaram a apresentar um caráter predominantemente sacral e oficialmente cristão. Prevaleceu a tutela do clero. Venceu o consenso de aceitar a Igreja como órgão homogeneizador e normatizador. 

A Igreja agora dava a palavra final em tudo, tanto em assuntos terrenos, quanto em assuntos espirituais. O Estado, por muito tempo, ficou com a mera função de corroborar (nunca contradizer) as determinações da Santa Sé. 


Referências:


(A imagem acima foi copiada do link Resumo Escolar.)

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

COMO ATRAIR MAIS FIEIS PARA MISSA

Conta-se que numa cidadezinha bem na fronteira do Brasil com a Argentina, a igreja estava quase vazia para missa das 10 h. Alguns argentinos, poucos brasileiros, o prefeito, o delegado...

O padre, novo na cidade, está preocupado com a ausência dos fieis mas tem uma estratégia. Começa o sermão: 

- Irmãos estamos hoje aqui reunidos pra falar dos fariseus. Aquele povo desgraçado como esses argentinos que estão aqui.

- Ohhhhhhh!

O maior tumulto tomou conta da igreja. Os argentinos saíram xingando o padre, houve briga na porta da igreja. O prefeito, coitado, levou a mão na cabeça, indignado. Terminada a confusão ele foi falar com o vigário na sacristia: 

- Mas seu padre, pega leve. Os argentinos vêm pra cá, gastam nas lojas, nos restaurantes, trazem divisas para cidade. Não faça mais isto, por favor.

O padre meditou por uns instantes mas não disse nada. Durante toda a semana a cidade não falou de outra coisa senão do padre e o sermão do domingo. Aquela polêmica toda foi deixando as pessoas curiosas para saber como seria na missa seguinte.

Finalmente, chega o domingo. O prefeito, cauteloso, vai à sacristia e recomenda:

 - Seu vigário, o senhor lembra da nossa conversa, não? Por favor, não arrume nenhuma encrenca hoje, certo? 

Começa a missa e o padre chega ao sermão:

 - Irmãos, estamos aqui reunidos hoje, pra falar de uma pessoa da Bíblia: Maria Madalena. Aquela mulher pecadora, a prostituta, a safada que tentou Jesus, como essas argentinas que estão aqui hoje. 

Não deu outra! Pancadaria na igreja, algumas internações no pronto-socorro da cidade e o prefeito, novamente foi ter com o padre: 

- Reverendo, pelo amor de Deus! O senhor não me disse que ia pegar leve? Se o senhor não parar com isso, vou ter que falar com o bispo e pedir sua retirada imediata da paróquia. 

Naquela semana, os comentários foram ainda maiores. Em toda a cidade o assunto era um só: o sermão do padre. E ninguém perderia a missa do próximo domingo. Na manhã do domingo, o prefeito entra na sacristia escoltado pela polícia e adverte: 

- Seu padre, meça bem suas palavras, senão te levo em cana! 

A igreja estava abarrotada. Quase não se conseguia respirar de tanta gente. Começa o sermão: 

- Irmãos, estamos aqui reunidos hoje, para falar do momento mais importante da vida de Cristo: a Santa Ceia. (O prefeito então respirou aliviado). Jesus, naquele momento disse aos doze apóstolos: "Esta noite, um de vocês me trairá". Então João pergunta: "Mestre, sou eu?" E Jesus responde: "Não, João, não será você". Pedro pergunta: "Mestre, serei eu?" E Cristo responde: "Não, Pedro, não será você". E então Judas pergunta: 

- Miestre, por acasso soy jo?

E o quebra-quebra foi GERAL!!! 

Dizem que a estratégia do padre para chamar mais fieis para a missa deu certo. Hoje, a igreja vive lotada - de brasileiros e argentinos -, mas o padre, nunca mais foi visto pela cidade...


Autor desconhecido, com adaptações. 



(A imagem acima foi copiada do link Gamedesire.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

HIPOCRISIA CATÓLICA

Fui criticado por minha opinião mas, não devemos nos calar frente às injustiças - mesmo quando vem da Igreja. E você, o que pensa sobre o assunto a seguir?

Vaticano: conheça tudo sobre a cidade estado onde o Papa governa

No início de 2009 um fato chocou a opinião pública brasileira: a gravidez de uma menina de nove anos no interior de Pernambuco. Ao acontecido, seguiu-se uma atitude ainda mais irracional, que também chocou a muitos: a Igreja Católica excomungou os médicos que fizeram o aborto na garota.

Num comunicado à imprensa a respeito do caso, Gianfranco Grieco, chefe do Conselho do Vaticano para a Família, disse: "A igreja não pode nunca trair sua posição, que é a de defender a vida, da concepção até seu término natural, mesmo diante de um drama humano tão forte, como o da violência contra uma menina".

Fiquei perplexo. O Vaticano condenou aqueles que salvaram a vida da criança e nada disse a respeito do estuprador. Os médicos, mocinhos na história, foram criticados pela igreja porque se recusaram a levar adiante uma prenhez gerada de um ato criminoso.

Não estou fazendo apologia ao aborto, mas analisando o caso pregunto-me até que ponto a Igreja Católica - uma instituição que prega a paz, o perdão e o amor ao próximo - ainda se deixa guiar por regras da época medieval. Para se ter uma ideia: o cânon 1398 prescreve a excomunhão automática em caso de abortamento. Ou seja, fazer aborto não pode. Violentar criancinhas, pode (?!).

Indago-me com que autoridade a igreja se investe para julgar tais casos. Logo ela que é conhecidíssima por escândalos sexuais envolvendo seus clérigos; logo ela que sempre fez vista grossa aos casos de pedofilia envolvendo padres…

Aliás, o que acontece com os vigários que molestam meninos nas casas paroquiais ou nos cantos das sacristias por esse mundo afora? São excomungados? Perdem a batina? Não, apenas são transferidos de paróquia. Talvez seja porque a política do Vaticano seja a de não excomungar estupradores.

Mas a Igreja Católica não é em todo culpada por ser tão arcaica e hipócrita. A culpa é nossa, católicos. Nós que somos complacentes com tamanha incoerência. Por que não reclamamos? Por que não nos manifestamos contra a igreja e a favor dos médicos? Por que nos calamos? Do que temos medo?

A verdade é que nos acostumamos tanto com a igreja, como instituição hierárquica, que nos esquecemos do que Jesus, seu percussor, ensinou: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos; não julgar para não ser julgado; denunciar as injustiças e os chefes desse mundo…

Parece que o Vaticano esqueceu esses preceitos básicos, e o que é pior, nós católicos também.


Hoje a igreja excomunga quem tenta salvar uma criança, e depois? Mandará hereges para a fogueira?


Precisamos rever nossos conceitos como humanos e como católicos, do contrário, voltaremos à era da Inquisição.

(A imagem acima foi copiada do link Rumo da Fé.)