quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (II)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Pero Vaz de Caminha – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pero Vaz de Caminha lê a carta que será enviada ao rei de Portugal D. Manuel I. O comandante da frota Pedro Álvares Cabral, o Frei Henrique de Coimbra (sentados) e o mestre João o escutam atenciosamente.

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro.

Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor, onde falaram entre si.

E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.

Eram pardos, todos nus, sem coisa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.

Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.

Na noite seguinte, ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus, e especialmente a capitânia. E sexta pela manhã, à oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar âncoras e fazer vela; e fomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos.

Quando fizemos vela, estariam já na praia assentados perto do rio obra de sessenta ou setenta homens que haviam juntado ali poucos e poucos. Fomos de longo, e mandou o Capitão aos navios pequenos que seguissem mais chegados à terra e, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem.

E, velejando nós pela costa, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro, muito bom e seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. As naus arribaram sobre eles; e um pouco antes do Sol posto amainaram também, obra de uma légua do recife, e ancoraram em onze braças.

Fonte: Acervo Digital.

(A foto que ilustra esse texto foi copiada do link Google Images.)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

BOM EXEMPLO


Hoje, 11-08-09, é dia do estudante. Se dermos uma rápida olhada na realidade dos estudantes brasileiros, desde os que frequentam as séries mais elementares até os que estão nas universidades, veremos que torna-se vergonhosa a falta de atenção e compromisso que nossas autoridades (in)competentes têm por aqueles que serão o futuro da nação: os alunos. Mas não estou aqui para falar das precárias condições estruturais e curriculares da educação brasileira.

Falta de material didático, péssimos salários para professores, sucateamento das universidade federais, são assuntos que já estamos de saco cheio de escutar… Por isso hoje gostaria de relembrar as conquistas dos alunos brasileiros na Imagine Cup 2009, realizada no último mês de junho, na cidade do Cairo, capital do Egito.

A Imagine Cup é um evento organizado pela Microsoft e premia aquelas propostas mais criativas de aplicação da tecnologia na resolução de problemas quotidianos.

Os projetos apresentados pelos estudantes brasileiros ganharam prêmios em seis categorias: a equipe LEVV IT obteve o primeiro lugar em desenvolvimento de jogos; a equipe Willburn, o primeiro lugar em desenho; a Virtual Dreams, o terceiro lugar em desenho de software e o terceiro posto no prêmio Windows Mobile; a Proativa Team, o primeiro lugar no prêmio de interoperabilidade; e a IC-UNICAMP ocupou o segundo lugar do prêmio de acessibilidade de Tablet PC.

Das equipes vencedoras, duas são de Pernambuco e compostas por alunos de instituições públicas de ensino: a equipe Proativa, composta pelos alunos Lucas Mello, João Paulo Oliveira, Amirton Chagas e Flávio Almeida, todos do CIn (Centro de Informática) da UFPE, ficou em 1º lugar na categoria Reconhecimento em Interoperalidade; a equipe LEVV IT, que destacou-se levando o 1º lugar na categoria Games Development, tem como um de seus componentes o aluno Vinícius Ottoni, do Cefet-PE.

Precisamos de mais bons exemplos como esse. Mas é uma pena que a conquista dos alunos brasileiros tenha tido tão pouca repercussão nos órgãos de imprensa nacionais. O fato até já caiu no esquecimento…

Nesse Dia do Estudante quero lembrar e parabenizar aqueles jovens discentes que disputando com aproximadamente 300 mil alunos de mais de cem países, mostraram para o mundo que além de bons jogadores de futebol e péssimos políticos, o Brasil também tem excelentes pesquisadores na área da informatica.

sábado, 8 de agosto de 2009

VOLTEI!

Prezados amigos e leitores que acompanham meu blog. Peço desculpas pelos vários dias que fiquei sem postar textos. Eu estava preparando inúmeras notícias e comentários sobre acontecimentos relevantes ou que foram polêmicos e por isso mereciam destaque. Assuntos como os 40 anos da chegada do homem à Lua (tem gente que ainda não acredita), o aniversário de Nelson Mandela, a prisão de Romário por não pagar pensão alimentícia, as acusações contra o Sarney… Enfim, tava tudo guardado no meu computador. Mas viajei para o Ceará - ia passar só cinco dias - mas me cortei de foice e tive que dar um tempo em algumas atividades.

Por causa de um descuido meu enquanto podava uma árvore, acertei a lâmina da foice na minha mão esquerda. Consegui a proeza de cortar a mim mesmo. Rompi três tendões: polegar, dedo indicador e dedo médio. Ao contrário do que estavam dizendo no meu trabalho e em Aracoiaba, não caí da moto tampouco perdi a mão. Estou bem, na medida do possível.

Também escrevo para tranquilizar meus familiares. Como sabem - se não sabem, ficam sabendo agora - moro sozinho em Natal. Quando me cortei estava no Ceará e minha família cuidou de mim. Agora, no RN, estou me virando sozinho. Só com uma mão.

Compras, alimentação, higiene pessoal, assuntos profissionais e acadêmicos, textos para o blog… Estou fazendo só com uma mão. Estou tendo a ajuda, graças a Deus, de muito amigos. Nessas horas a gente sabe realmente quem merece nossa amizade.

Enfim, estou bem. Semana que vem vou tirar os pontos. Estou morrendo de medo. Odeio ir ao hospital quando o paciente sou eu. As aulas da faculdade começam segunda (10-08-09). Estou de atestado no trabalho. Odeio andar de ônibus. Mas depois dessa fiquei com medo de andar de moto.

Peço desculpas àqueles que deixei preocupados ou dei trabalho com minha imprudência. Também peço desculpas aos amigos do trabalho. Como estou de dispensa médica a escala de serviço deve ter ficado apertada.

Tenho meus defeitos mas quem me conhece sabe que eu não sou de faltar ao trabalho ou colocar atestado. Reprovo a atitude de quem inventa doença para não trabalhar. Como um cara temente a Deus, agradeço a Ele todos os dias pela minha família, meus amigos, meu emprego, minha saúde. Estou encarando esse acidente como um aviso, uma forma para eu reavaliar minhas atitudes como um todo. Sei que ainda terei de fazer fisioterapia por um bom tempo, mas agradeço a Deus por não ter me acontecido algo mais grave.

Um forte abraço a todos os familiares, amigos, colegas de trabalho e leitores. Estou de volta.

Foto: Arquivo pessoal.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

COMO CALAR UMA ESTRANGEIRA ARROGANTE

Situação real, digna de registro, que vivenciei na época que fui policial militar.


Fomos colonizados por europeus e até hoje a população daquele continente vê a nós, brasileiros, como um povo ignorante, subdesenvolvido e sem cultura. O caso a seguir é uma história real e mostra que não somos tão alienados como muitos gringos pensam:

Era noite de carnaval num município do litoral norte potiguar, distante 125km de Natal. Na maior praia da cidade tinha sido montado o palco diante do qual o baile carnavalesco acontecia. Equipes com cinco policiais cada, foram dispostas em pontos estratégicos para garantirem aos foliões uma diversão segura.

Já passava da meia-noite. A areia da praia estava repleta de pessoas que brincavam, bebiam, se drogavam, se prostituíam, enfim, faziam coisas típicas de uma festa como o carnaval. As equipes de policiais, também chamadas de patrulhas, perceberam atitudes suspeitas de alguns turistas. Sem mais delongas, os PMs começaram a fazer vistorias em bolsas, sacolas e demais objetos que pudessem esconder drogas ou armas. Muios foliões, a contra-gosto, foram revistados.

Observando a ação dos policiais, e reclamando da atitude dos mesmos, estava um homem de origem portuguesa. Agarrado com uma adolescente nativa e em visível estado de embriaguez, o cidadão de terras lusitanas começou a provocar os policiais. Estes, pacientemente, iniciaram uma conversa com o estrangeiro. Pediram que ele mostrasse a documentação e levantasse a camisa para ser revistado. O português não contou conversa, retirou a camisa e baixou o calção até a altura dos calcanhares, ficando completamente nu.

Os membros da patrulha se entreolharam e deram as boas vindas da PM-RN ao visitante lusitano enxerido: muita porrada!!! Em seguida, colocaram-no na viatura - tendo antes o cuidado de vestir-lhe a roupa - e se dirigiram para a delegacia local.

Chegando lá, um grupo de pessoas já aguardava na entrada da DP. Uns diziam que conheciam o prefeito e iriam expulsar os policiais da cidade, outros gritavam que aquilo era um absurdo e procurariam os Direitos Humanos. Tinha até uma senhora - a mãe do rapaz - dizendo com voz exaltada que o Brasil era um país de bárbaros, ignorantes, prostitutas e corruptos; que o filho dela era inocente, tinha sido agredido covardemente e que se estivessem em Portugal, um país civilizado, nada disso teria acontecido. Os PMs não deram ouvidos para aquela algazarra. Colocaram o português numa cela e chamaram o delegado.

Um policial que estava de plantão na delegacia - puto de raiva porque ainda não havia terminado um trabalho da faculdade - observava todo aquele movimento em silêncio. Procurava se concentrar na apostila que estava lendo. Não conseguiu. A mãe do lusitano entrou e foi esbravejar com ele.

A portuguesa continuou dizendo impropérios sobre os brasileiros, que éramos um povo sem cultura, alienados e subdesenvolvidos. O policial levantou da cadeira, bateu a própria mão com toda a força que pode na escrivaninha, e disse em tom de voz alto, porém sem gritar:

- Escuta aqui dona, quem a senhora pensa que é para falar mau assim do meu país? Saiba que se somos uma nação subdesenvolvida e um povo ignorante é porque fomos colonizados pela porra de vocês, portugueses malditos. Aliás, se aqui a lei fosse cumprida como no seu civilizado Portugal, o viado do seu filho já teria sido extraditado por atentado ao pudor. E cala a boca que eu quero estudar!

Dito isso o policial sentou-se, pegou a apostila e continuou a ler. A mulher portuguesa se calou e saiu da delegacia.

O português enxerido foi solto em seguida, depois de assinar um termo de compromisso. O policial que tentava fazer o trabalho da faculdade não conseguiu e quase foi reprovado na disciplina. Já a portuguesa arrogante, continua no Brasil, mas a partir de agora talvez meça as palavras antes de falar mal do nosso país.

(A caricatura que ilustra o texto acima foi retirada do 3.bp.blogspot.com.)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

CARTA A UM CIDADÃO


Muito bem, senhor cidadão, eu creio que o senhor já me rotulou.

Acredito que me enquadro perfeitamente na categoria na qual o senhor me colocou. Eu sou estereotipado, padronizado, marcado, corporativista e, sempre, bitolado. Infelizmente, a recíproca é verdadeira. Eu não vou, porém, rotulá-lo.

Mas, desde que nascem, seus filhos ouvem que eu sou o bicho-papão, e depois o senhor fica chocado quando eles se identificam com meu inimigo tradicional, o criminoso. O senhor me acusa de contemporizar com os criminosos, até que eu apanhe um de seus filhos em alguma falta.

O senhor é capaz de gastar uma hora para almoçar e interrompe seu serviço para tomar café diversas vezes no dia, mas me considera um vagabundo se paro para tomar uma só xícara. O senhor se orgulha de seu refinamento, mas nem pisca quando interrompe minhas refeições com seus problemas.

O senhor fica bravo quando alguém o fecha no trânsito, mas quando o flagro fazendo a mesma coisa, eu o estou perseguindo. O senhor, que conhece todo o código de trânsito, quase nunca porta os documentos obrigatórios.

O senhor acha que é um abuso se me vê dirigindo em alta velocidade para atender uma ocorrência, mas sobe pelas paredes se eu demoro dez segundos para atender um chamado seu.

O senhor acha que é parte do meu trabalho se alguém me fere, mas diz que é truculência policial se devolvo uma agressão.

O senhor nem cogita em dizer a seu dentista como arrancar um dente ou a seu médico como extirpar seu apêndice, mas está sempre me ensinando como aplicar a lei.

O senhor quer que eu o livre dos que metem o nariz na sua vida, mas não quer que ninguém saiba disso.

O senhor brada que é preciso fazer alguma coisa para combater o crime, mas fica furioso se é envolvido no processo.

O senhor não vê utilidade na minha profissão, mas certamente ela se tornará valiosa se eu trocar um pneu furado do carro de sua esposa, ou conduzir seu menino no banco de trás do carro patrulha, ou talvez salve a vida de seu filho, ou trabalhe muitas horas além de meu turno procurando sua filha que desapareceu.

Assim, senhor cidadão, o senhor pode se indignar, proferir impropérios e se enfurecer pela maneira pela qual executo meu trabalho, dizendo toda a sorte de palavrões possível, mas nunca se esqueça de que a sua propriedade, a sua família e até a sua vida dependem de mim e de meus colegas.

Sim, senhor cidadão, eu sou um POLICIAL.


A autoria desse texto é atribuída a Mitchell Brown, patrulheiro da Polícia Estadual de Virgínia, EUA. Morreu em serviço dois meses depois de escrevê-lo.


(A imagem acima foi copiada do link Blitz Digital.)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

CONQUISTA SOBRE DUAS RODAS

Senado aprova projeto de lei regulamentando as profissões de motoboy, mototaxista e motofrete.



Em votação simbólica na noite da quarta-feira passada (08-07-09) o Senado Federal aprovou o projeto de lei apresentado há oito anos pelo então senador Mauro Miranda (PMDB-GO) regulamentando as profissões de motoboy, mototaxista e motofrete. A nova lei precisa, ainda, ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas já é motivo de comemoração entre os motociclistas, que veem na lei uma oportunidade de saírem da informalidade e exigirem direitos e garantias como todo trabalhador comum.

O relator da proposta foi o senador Expedito Júnior (PR-RO), segundo o qual existem no Brasil atualmente 2,5 milhões de motoboys e mototaxistas trabalhando na informalidade por falta de regulamentação específica para essas profissões.

Segundo o projeto, a definição de regras específicas para o transporte sobre duas rodas em cada município ficará a cargo das câmaras de vereadores. Estas decidirão, ainda, se poderá haver ou não mototáxi para transporte de pessoas. Em Natal-RN, por exemplo, não existem mototaxistas. Já em Macaíba, cidade distante apenas 30km da capital potiguar, a profissão existe há tempos e é a principal fonte de renda para muitas famílias.

De acordo com a nova lei, para exerceram a profissão, o motoboy, o mototaxista ou o motovigia precisarão:
- ter 21 anos completos;
- dois anos como condutor ou condutora de motocicleta;
- habilitação em curso especializado, a ser regulamentado pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Todos os profissionais deverão trabalhar vestindo colete dotado de refletores.

Do motovigia, especificamente, serão exigidos documentos usuais como carteira de identidade, atestado de residência e certidões negativas de varas criminais. Os profissionais em serviço de comunidade de rua, como também são chamados tecnicamente, devem ter alguns cuidados como: observar o movimento de chegada e saída dos moradores em suas respectivas residências; acompanhar o fechamento dos portões do imóvel; comunicar aos moradores, ou à polícia, sobre qualquer anormalidade nos veículos estacionados na rua; informar aos moradores, ou à polícia, sobre a presença de pessoas estranhas e com atitudes suspeitas na rua.

Os veículos conduzidos pelos motoboys devem ter identificação especial e contar com equipamentos de segurança como os mata-cachorros e as antenas corta-pipas. Tais equipamentos devem ser inspecionados semestralmente pelo Contran.

Para o serviço de motofrete será necessária autorização (emitida por órgão de trânsito) para a circulação de motocicletas e motonetas destinadas ao transporte de mercadorias. Pela proposta serão proibidos o transporte de combustíveis, de produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de carga. Excetuam-se da norma o transporte do gás de cozinha e de galões de água mineral, desde que com o auxílio de side-car (aquele carrinho acoplado à moto).

Como condutor de motocicleta espero que a lei seja cumprida, que não caia no esquecimento como tantas outras. Mas para que isso aconteça, todos, motoristas, pedestres, motociclistas e poder público devem fazer sua parte.

RECADOS DE UM AMIGO



Recebi recentemente o e-mail de um amigo que trazia uma mensagem de fé e otimismo. Não é de minha autoria - tampouco conheço o autor, mas como acho que bons conselhos devem ser compartilhados, leia e medite os RECADOS DE UM AMIGO:

1 - 'DEUS não escolhe pessoas capacitadas, Ele capacita os escolhidos'.

2 - 'Um com DEUS é maioria'.

3 - 'Devemos orar sempre, não até DEUS nos ouvir, mas até que possamos ouvir a DEUS'.

4- 'Nada está fora do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de DEUS'.

5- 'Aquilo que DEUS dá, DEUS também tira'.

6 - 'Moisés gastou: 40 anos pensando que era alguém; 40 anos aprendendo que não era ninguém e 40 anos descobrindo o que DEUS pode fazer com um NINGUÉM'.

7 - 'A fé ri das impossibilidades'.

8 - 'Não confunda a vontade de DEUS, com a permissão de DEUS'.

9 - 'Não diga a DEUS que você tem um grande problema. Mas diga ao problema que você tem um grande DEUS'.

10 - 'O pouco com DEUS é muito. O muito sem DEUS é nada'.

11 - 'Não ter tempo para Deus, é viver perdendo tempo'.


MEDITAÇÃO
Sim, eu amo DEUS. Ele é a fonte de minha existência, é meu Salvador... Ele me sustenta a cada dia. Sem Ele eu não sou nada, mas com Ele eu posso todas as coisas através de Jesus Cristo, que me fortalece.

"Tudo posso naquele que me fortalece".  (Bíblia Sagrada - Filipenses 4:13)


(A foto que ilustra esse texto foi retirado do site Jornal Pequeno.)

sábado, 11 de julho de 2009

MAIS UM QUE NÃO VOLTOU PARA CASA

Morreu hoje à tarde o cabo da polícia militar do Rio de Janeiro alvejado por dois tiros durante tentativa de assalto.

O cabo do BOPE Ênio Roberto Santiago trabalhava na segurança do tenente-coronel Alberto Pinheiro Neto (comandante do Bope até ontem) e foi alvejado na manhã desse sábado (11-07-09) por dois disparos: um no ombro e outro na nuca.

Foi atingido enquanto tentava ajudar um casal que estava tendo o veículo roubado enquanto esperavam no sinal fechado. Os disparos foram feitos por alguém que dava cobertura à ação. O militar foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois.

A polícia enviou várias viaturas para o local e os caveirões, veículos blindados do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), subiram o morro. Essa é mais um cena comum de violência na nossa sociedade, violência essa que não poupa ninguém - nem a polícia.

O que me deixa revoltado é que nenhuma ONG ou qualquer outra droga de instituição que defenda a porra dos direitos humanos se pronunciou em protesto à morte do PM morto em serviço.
Fazendo jus ao juramento feito quando da investidura do cargo, o cabo Santiago defendeu com a própria vida a sociedade hipócrita que ele prometeu proteger.

O engraçado é que a mesma imprensa que não se deu nem ao trabalho de divulgar relatos dos familiares do PM morto, fez questão de mostrar os protestos dos moradores da favela ocupada por policiais. Os moradores, sim, tiveram todo o direito de botar a cara na TV e reclamar contra os policiais que invadiram a comunidade. Até incendiaram um ônibus em protesto contra a morte de um traficante durante a operação envolvendo policiais do 6.º Batalhão (Tijuca) e do BOPE. Esses continuam vasculhando o Morro do Turano e o Morro da Chacrinha, ambos no Rio de Janeiro, tentando localizar os assassinos do cabo PM. Mas sabemos que quando os acusados forem capturados - se forem - terão direito a um julgamento cuja pena não poderá exceder aos 30 anos de reclusão. E se tiverem bom comportamento ou se forem réus primários, em pouco tempo estarão nas ruas, matando outros pais de família.
E a imprensa, ah a imprensa... Continua divulgando que na troca de tiros com bandidos, a polícia alvejou moradores. Engraçado, só as armas da polícia acertam gente inocente. As armas dos traficantes não acertam ninguém, eles atiram flores, talvez.
Já o cabo Santiago está morto. Foi mais um policial que tombou na eterna luta contra o crime nas cidades brasileiras. Ele não voltou para casa. Sua família vai sofrer com sua ausência. Perdeu-se um pai, um marido, um filho, um irmão, um amigo, um agente de segurança pública.
Mas esse caso, como tantos outros, cairá no esquecimento. Não haverá passeatas ou manifestações de ONGs ou outra entidade que se diga defensora dos direitos huamanos. Ah, quase esqueci, POLICIAIS NÃO TÊM DIREITOS...

A foto que ilustra esse texto é de um homem ferido em operação do BOPE no Morro do Turano. Foi tirada do site ÚLTIMO SEGUNDO.

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (I)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Carta de Pero Vaz de Caminha - Col. A Obra Prima de Cada Autor ...

Senhor:

Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que - para o bem contar e falar - o saiba pior que todos fazer.

Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.

Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o não saberei fazer, e os pilotos devem ter esse cuidado. Portanto, Senhor, do que hei de falar começo e digo:

A partida de Belém, como Vosso Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de Março. Sábado, 14 do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã-Canária, e ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro legas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto.

Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse. Fez o capitão suas diligências para o achar, a uma e outra parte, mas não apareceu mais!

E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de Abril, estando da dita Ilha obra de 600 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos.

Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum frande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome - o Monte Pascoal e à terra - a Terra da Vera Cruz.

Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças; e ao Sol posto, obra de seis léguas da terra, surgimos âncoras, em dezenove braças - ancoragem limpa. Ali permanecemos toda aquela noite. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos.

Fonte: Acervo Digital.
(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

QUEM PRECISA DA POLÍCIA?

Situação inusitada, que demonstra como a sociedade é hipócrita com a polícia.

Parece que os moradores da comunidade Heliópolis - São Paulo, capital - não precisam da polícia. Na noite do dia 08-07-09 (quarta-feira) dois policiais militares, cada um pilotando uma moto da PM-SP, perseguiam dois suspeitos, também de motocicletas, e entraram na favela de Heliópolis. Houve troca de tiros e uma das vítimas foi uma menina de oito anos de idade, moradora da favela, que brincava na calçada de casa. 

Os PMs conseguiram prender os suspeitos, sendo que um destes estava de posse de uma arma de fogo. Questão resolvida, certo? Errado. Os moradores cercaram os dois policiais e, acusando-os de terem - apenas estes - efetuado os disparos, tomaram as chaves das motos dos dois policiais e liberaram os suspeitos. Não se dando por satisfeitos, os moradores ainda danificaram as motos da polícia e agrediram os dois praças. A situação só não ficou pior para os dois combatentes porque chegou reforço de outras viaturas, que os escoltaram em segurança para fora da comunidade.

O caso serve para ilustrar a total falta de apoio que as polícias no Brasil têm da sociedade civil. Mesmo sem terem provas concretas, afinal, um dos suspeitos também estava armado, os moradores de Heliópolis saíram acusando a polícia militar como se esta fosse o bandido da história. A população também se auto-investiu o direito de querer fazer justiça com as próprias mãos - contra os PMs, porque os bandidos foram soltos pelos moradores.

Estamos chegando a um ponto tal de descrédito dos órgãos de segurança pública que as pessoas acham que todo policial é bandido. Esquecemo-nos que os profissionais da segurança também são pais, mães, têm suas famílias e sofrem com as carências de um sistema que não os oferece as mínimas condições de trabalho.

É muito fácil botar a cara na TV, acusar a polícia de agressora e imputar-lhe a culpa por toda a violência que nos deparamos no dia-a-dia. Agora, eu gostaria de saber se essas pessoas que denigrem a imagem da corporação e defendem bandido teriam coragem de vestir uma farda e arriscar a vida por um salário de fome. 

Sempre vemos grupos de direitos humanos (nada contra eles) defenderem a liberação de presos em cadeias superlotadas. Só não vejo esses mesmos grupos de direitos humanos defenderem os agentes militares sequelados no cumprimento do dever, ou os órfãos e viúvas dos policiais mortos em serviço.

A sociedade precisa deixar de ter aquela visão romântica do crime. Bandido não é herói. Ele é inimigo da democracia, do Estado de Direito e do trabalhador honesto que sofre para ganhar a vida.

A ditadura já acabou. Os militares trabalham hoje para que as pessoas tenham a oportunidade de gozarem seus direitos, liberdades e garantias fundamentais assegurados pela Constituição Federal . 

Apesar de ser consciente da existência de muitos colegas de farda que envergonham a classe, fico triste quando vejo a população se voltar contra a polícia. Ora, em todos os locais de trabalho existe o bom e o mau funcionário. Infelizmente a sociedade não pensa assim. Se policial Joãozinho é pego fazendo extorsão, no jornal sai que A POLÍCIA está extorquindo.

Para encerrar, quero dizer que a polícia tem suas carências e dificuldades, sim. Como todo trabalhador, estamos suscetíveis a erros. Mas se você ainda não se deu conta da importância de nós, policiais, tente se imaginar num mundo sem polícia. Quem arriscaria a própria vida para te defender enquanto estás a dormir?