Parte final do livro Eichmann em Jerusalém - Um Relato Sobre a Banalidade do Mal, de Hannah Arendt. Trabalho apresentado como avaliação final da disciplina Sociologia e Antropologia, do curso de Direito Bacharelado, turma 2016.2, da UFRN.
Serviço secreto israelense: os caras capturaram Eichmann na Argentina, levaram escondido para Israel, não dispararam um tiro, nem chamaram a atenção das autoridades argentinas... Eles são foda!!! |
XV
JULGAMENTO,
APELAÇÃO E EXECUÇÃO
No
capítulo final do livro, Hannah Arendt narra uma verdadeira epopeia de Eichmann
para fugir do seu destino. Inicialmente ele teria se encontrado com Himmler, em
abril de 1945, e combinado seqüestrar de cem a duzentos judeus importantes para
usá-los como moeda de troca com o comandante norte-americano Eisenhover.
Capturado
por soldados estadunidenses, foi levado para um campo de prisioneiros onde,
mesmo após numerosos interrogatórios, manteve em segredo sua verdadeira
identidade. Eichmann escapou do campo e trabalhou como lenhador próximo à
cidade de Hamburgo. Depois atravessou a Áustria, chegou na Itália e de lá, com
a ajuda de um padre franciscano, conseguiu um passaporte falso de refugiado e
escapou para a Argentina, com o nome de Richard Klement. A mulher e os filhos
foram depois.
Eichmann
foi levado a Israel numa espetacular ação do Serviço Secreto israelense, que o
tirou de Buenos Aires sem disparar sequer um único tiro. Esse episódio foi
utilizado com ênfase pelo advogado de defesa. O dr. Servatiu destacou que seu
cliente havia sido trazido a Israel a contragosto.
Em
sua defesa, Eichmann insistiu veementemente que ele próprio nunca havia
cometido nenhum ato aberto. Apenas cumpria ordens e que era culpado apenas de
“ajudar e instigar” a realização dos crimes dos quais estava sendo acusado.
Disse também ser vítima de uma falácia.
A
Corte pronunciou sua sentença de morte às nove horas da manhã do dia 15 de dezembro
de 1961. Em 22 de março de 1962 começaram os trabalhos de revisão perante a
Corte de Apelação, a Suprema Corte de Israel. Em 29 de maio de 1962 saiu o
segundo julgamento. A Suprema Corte aceitou os argumentos da acusação.
Vários
pedidos de clemência foram encaminhados a Itzhak Bem-Zvi, presidente de Israel.
Os pedidos chegavam através de centenas de cartas e telegramas do mundo
inteiro, inclusive de judeus. O próprio Eichmann fez uma carta de próprio punho
com quatro páginas, mas o presidente negou todos.
Em
31 de maio de 1962 Eichmann foi enforcado. Seu corpo cremado e as cinzas
jogadas no mar Mediterrâneo, longe das águas israelenses.
(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)
(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)
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