quarta-feira, 29 de abril de 2015

VOCÊ APRENDE (I)

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa aprender que beijos não são contratos,
e que presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e os olhos adiante, com graça de um adulto
e não a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair meio em vão.

Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima,
se ficar a ele exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo (a) de vez em quando,
e você precisa perdoa-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que leva-se anos para construir confiança
e apenas segundos para destrui-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá para o resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer,
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos,
se compreendermos que os amigos mudam.
Percebe que seu melhor amigo e você
podem fazer qualquer coisa, ou nada,
e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso, devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas,
pode ser a última vez que as vejamos.


Trecho de O Menestrel, poema atribuído a William Shakespeare (1564 - 1616): dramaturgo, poeta e escritor inglês. Considerado o maior autor do idioma inglês de todos os tempos e o mais influente dramaturgo do mundo. Principais obras: Sonho de Uma Noite de Verão, Muito Barulho Por Nada, O Mercador de Veneza, A Megera Domada, Tudo Bem Quando Termina Bem, Macbeth, Hamlet, Otelo - O Mouro de Veneza e, a mais famosa, Romeu e Julieta


(Imagem copiada do link Kdfrases.)

Um comentário:

Alvaniza Macedo disse...

Belíssimo monólogo! William retrata de forma simples a realidade humana vivida dia-a-dia. Não apenas os momentos difíceis humanos, mas, como o tempo e os acontecimentos interferem em nossas vidas ora retardando a caminhada ou por vezes nos impulsionando a seguir. A decisão enfim, cabe a cada um "e de repente você aprende" que assim é a vida. Adorei André. Beijo!