Paulo é uma das figuras mais importantes do Novo Testamento.
Filho de judeus, da tribo de Benjamim, seu nome original era Saulo. Nasceu por
volta do ano 05 da nossa era, na cidade de Tarso da Cilícia (At 9,11) – daí vem
o costume de chamá-lo Saulo/Paulo de Tarso –, crescendo à sombra da mais
perfeita tradição judaica. Morreu por volta do ano 67, em Roma, e é venerado como santo pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Ainda jovem foi para Jerusalém, onde se aprofundou no
conhecimento da sua religião: tornou-se mestre e especialista rigoroso no
cumprimento de toda a Lei judaica e seus pormenores (At 22,3). Cheio de zelo
pela religião judaica começou a perseguir os cristãos (Fl 3,6), tornando-se um
exímio e temido caçador dos seguidores de
Cristo, até ter um encontro com o Senhor Jesus na estrada de Damasco (At
9,1-19). Esse fato mudou radicalmente a vida de Paulo.
De perseguidor ele passou a evangelizador, levando a mensagem
de Cristo para muito além das fronteiras da Palestina. Fez quatro viagens
missionárias (At 13-14; At 15,39-18,22; At 18,22-21,16 e At 21,17-28,16), quando
visitou diversas cidades em dois continentes (Ásia e Europa) e fundou inúmeras
comunidades (igrejas). Por seu trabalho missionário, sofreu perseguição dos
seus antigos companheiros judeus, sendo preso diversas vezes.
Homem culto e bem preparado, Paulo conhecia a fundo a religião
de seus pais, escrevia e falava em grego e possuía boas noções das filosofias e
religiões gregas do seu tempo. Era cidadão romano (At 16,37) e soube tirar
partido desse título, bem como de toda bagagem cultural que adquiriu, para
conduzir todos a Jesus (1Cor 9,19-22).
Conversão de Saulo: na estrada de Damasco o encontro com Jesus. |
Começou a evangelizar para os próprios judeus, mas como
esses não lhes deram ouvidos e o perseguiram, Paulo voltou sua pregação aos
pagãos (At 13,44-49). Para isso, ele teve de adaptar a mentalidade dos
Evangelhos, conservando o que era essencial (seguimento de Cristo) e deixando
de lado o que não era importante (circuncisão).
Paulo considerava muito perigoso unir pregação do Evangelho
com dinheiro, por isso, preferia ganhar seu sustento com o próprio trabalho (Fl
4,15-17). Bem que alguns ‘missionários’, ‘pastores’ e ‘apóstolos’ de hoje
poderiam aprender isso com ele... Apesar de Jesus ter ensinado que o operário (pregador)
é digno do seu sustento (Mt 10,10), Paulo anunciava a Boa Nova gratuitamente.
Foi ele quem criou a comunicação escrita para o Novo
Testamento e foi também aquele que mais escreveu. Seus textos, conhecidos como
as Cartas De Paulo, são anteriores aos escritos dos Evangelhos. São atribuídas
a ele quatorze cartas, apresentadas na Bíblia Sagrada em ordem de tamanho, da
maior para a menor:
Romanos;
I Coríntios;
II Coríntios;
Gálatas;
Efésios, escrita quando estava preso;
Filipenses, idem;
Colossenses, idem;
I Tessalonicenses;
II Tessalonicenses;
I Timóteo;
II Timóteo;
Tito;
Filemon, escrita quando estava no cativeiro. É o mais breve
livro da Bíblia; e
Hebreus, essa carta é atribuída a Paulo, embora seu estilo não
se pareça com o do missionário.
Segundo estudiosos, Paulo escreveu suas Cartas procurando
iluminar com os Evangelhos os problemas enfrentados pelas comunidades cristãs. Ele
não cria teorias, mas tenta, a partir das dificuldades, o que significa ser um
seguidor de Jesus. As Cartas são dirigidas para cada comunidade em particular e
abordam uma problemática vivida naquele momento, naquele lugar. Mesmo assim, as
Cartas de Paulo continuam atuais, dinâmicas, como se acabassem de ter sido
escritas para cada um de nós.
Paulo viveu há mais de dois mil anos. Não andou com Jesus
como fizeram os apóstolos, mas conheceu e aceitou as palavras do Filho de Deus
e tentou (tenta) transmiti-las para todos. Cabe a cada um de nós abrir o coração
e deixar que essa mensagem de paz e amor transforme radicalmente nosso viver.
Fonte: Cartas de São Paulo - Introdução Geral (com adaptações), Bíblia Sagrada - Edição Pastoral, pp 1437 - 1439, 25ª edição, Ed. Paulus.
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