Ex-prefeito de São Paulo morre de câncer e deixa um legado de irregularidades
Morreu nessa sexta-feira, aos 63 anos, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Ele foi diagnosticado em dezembro do ano passado de câncer no intestino, e faleceu desse mal às 23h50 da sexta-feira no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Pitta foi o primeiro negro a comandar a cidade mais importante do Brasil e morreu, justamante, no Dia Nacional da Consciência Negra. Mas ele, certamente, não será lembrado por esse pioneirismo…
Seu mandato foi marcado por corrupção, sendo que as primeiras denúncias foram feitas em março de 2000, por sua ex-esposa, Nicéia Camargo Pitta. Nicéia deu detalhes da máfia dos fiscais e outros esquemas de corrupção envolvendo o ex-marido e que teriam deixado um rombo nos cofres públicos de mais de duzentos milhões de dólares.
Ao terminar a gestão, o ex-prefeito era réu em treze ações civis públicas. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais, equivalente a quase metade do orçamento do município na época. A dívida paulistana passou em seu mandato de 8,6 bilhões de reais em 1997 para 18,1 bilhões de reais. Quando Celso Pitta deixou o poder em 2000, 83% dos paulistanos consideravam a sua gestão ruim ou péssima.
Em 2004, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, o ex-prefeito foi preso por desacato à autoridade, ao discutir com o senador Antero Paes de Barros.
Já em 2006, por meio de ação cível por má administração pública, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana.
No ano passado, a Justiça Federal considerou Pitta culpado pelo "escândalo dos precatórios", impondo-lhe uma pena de 4 anos de prisão. Foi preso pela Polícia Federal em 8 de julho, por desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, sendo liberado dois dias depois após liminar do presidente do STF, Gilmar Mendes.
Ainda em 2008, o ex-prefeito foi condenado à prisão domiciliar, ficando foragido durante duas semanas. Dessa vez por estar devendo R$ 155 mil de pensão alimetícia para sua ex-mulher Nicéia Camargo. Mas Pitta conseguiu um habeas corpus na justiça para responder o processo em liberdade. Convocou, então, uma coletiva de imprensa e, como aprendera com seu tutor Paulo Maluf, negou tudo.
Dizem que morto não vai preso nem paga dívida. Certo. Mas, se todo o dinheiro que Celso Pitta desviou não foi enterrado com ele, onde foi parar? Quem estaria se beneficiando dessa grana toda? E os cofres públicos, vão receber de volta algum centavo?
(A imagem que ilustra esse texto foi copiada do link Images Google, e os dados foram pesquisados no link Wikipédia.)
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domingo, 22 de novembro de 2009
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