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quarta-feira, 17 de junho de 2020

CÁLICE

Chico Buarque – Wikipédia, a enciclopédia livre
Chico Buarque: artista brilhante que foi censurado diversas vezes pela ditadura militar.

Refrão:
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue 

Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Refrão

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada 'pra' qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Refrão

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Refrão

Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado (cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno (cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice)

Chico Buarque & Milton Nascimento. A música Cálice foi censurada pela ditadura, assim como as composições de outros artistas como Adoniran Barbosa, Blitz, Dorival Caymmi, Geraldo Vandré, Odair José, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, dentre outros. É, amigos leitores, desta maneira atua a repressão durante um regime de exceção. Loucura, estupidez, burrice. Vê-se subversão em toda parte...

Curta o clipe original no link YouTube.  

(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

CENTENÁRIO DE ADONIRAN BARBOSA

Há exatamente 100 anos nascia o brasileiro João Rubinato, mais conhecido como Adoniran Barbosa. Adoniran foi ator, cantor, humorista e compositor.

Entre suas principais composições estão: Saudosa Maloca (1951), Joga a Chave (1952), Samba do Arnesto (1953), Bom Dia Tristeza (1958), Tiro ao Álvaro (1960) e Trem das Onze (1964).

Adoniran Barbosa faleceu no dia 23 de novembro de 1982, em São Paulo.

Confira a letra de TREM DAS ONZE:
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã.
E além disso mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.


(A imagem acima foi copiada do link MPB Novos e os Melhores.)