![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLrZEXePjSp_i3flK76Islv_t30zi_PY2Fag91HHn84P_Oey0DMmFWisgPFjhgkBCYP3_3N6k4TjpYgpgisLnVez01KYZJ3yhNuy4kmpdxoVuD8SbJNXcFfpeK7FPvmglvNebo0CN5p5R4/s200/brinquedos)
Recordo ainda… E nada mais me importa…
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
Mário Quintana (1906 - 1994), jornalista e poeta brasileiro.