Um dos maiores acidentes aéreos brasileiros completa hoje 38 anos
Desde criança meus pais contavam histórias sobre esse acidente. Alguns vizinhos nossos, inclusive, disseram que na época do desastre chegaram a ver que "um avião passou 'pras bandas' de Fortaleza voando muito baixo". A rota do avião teria passado pela minha cidade, Aracoiaba, num voo quase rasante.
Os causos que eu escutava sobre a tragédia não se referiam ao acidente em si, mas da 'riqueza' que era levada pelos passageiros e até hoje não foi encontrada. Na verdade, isso mostrava, também, um triste e vergonhoso episódio acontecido logo após a queda do avião.
Os moradores da região onde aconteceu o acidente acorreram ao local dos destroços, não para ajudar prováveis sobreviventes - afinal, todos que estavam a bordo morreram -, mas para saquear os objetos das vítimas. Escutei relatos, desculpem as palavras fortes, de gente retirando anéis de braços decepados das vítimas. Um horror!!! E outras coisas absurdas, que não vou comentar por respeito aos leitores. Teve gente que foi presa por soldados do corpo de bombeiros por ter tirado cigarros e objetos dos passageiros mortos.
Mas como foi o acidente? O voo Vasp 168 ocorreu na madrugada do dia 08 de Junho de 1982, por volta das 02h45min. O avião era um Boeing 727 Super 200, da empresa aérea paulista Vasp. Ele decolou do aeroporto de Congonhas, em São Paulo/SP, fez escala no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro/RJ, e tinha como destino final o aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza/CE.
O comandante, Fernando Antônio Vieira de Paiva, solicitou ao controle de tráfego para deixar o voo de nível de cruzeiro a aproximadamente 253 km de Fortaleza. O normal, pelas cartas de navegação utilizadas para a aproximação ao aeroporto deveria ser a 159 km. Tanto o controle de tráfego, quanto o co-piloto Carlos Roberto Duarte Barbosa, não questionaram o motivo de o piloto iniciar o procedimento de descida ainda tão longe do aeroporto.
Ao estabilizar a aeronave na altitude autorizada pelo tráfego aéreo, as luzes da capital cearense já podiam ser visualizadas. Foi quando o co-piloto informou ao comandante: "Não têm uns morrotes aí na frente?" Neste momento o avião sobrevoava a região da cidade de Pacatuba. Seis alarmes soaram na cabine, mas o piloto os ignorou.
Poucos instantes depois o Boeing 727 se chocou com a Serra da Aratanha a 546 km/h. Com o
impacto, houve uma grande explosão e um tremor foi sentido na cidade. Todos os 137 ocupantes faleceram. Eram 128 passageiros e 9 tripulantes.
Entre as vítimas do acidente estava o empresário cearense Edson Queiroz, proprietário de um conglomerado de empresas, das mais variadas áreas de atuação, em diversos estados brasileiros.
O acidente com o voo Vasp 168 foi o maior acidente aéreo do Brasil, até 2006. Hoje, quase quarenta anos depois, ainda existem muitas teorias da conspiração envolvendo essa tragédia. Mas isso, caros leitores, é assunto para outra conversa...
Ao estabilizar a aeronave na altitude autorizada pelo tráfego aéreo, as luzes da capital cearense já podiam ser visualizadas. Foi quando o co-piloto informou ao comandante: "Não têm uns morrotes aí na frente?" Neste momento o avião sobrevoava a região da cidade de Pacatuba. Seis alarmes soaram na cabine, mas o piloto os ignorou.
Poucos instantes depois o Boeing 727 se chocou com a Serra da Aratanha a 546 km/h. Com o
impacto, houve uma grande explosão e um tremor foi sentido na cidade. Todos os 137 ocupantes faleceram. Eram 128 passageiros e 9 tripulantes.
Entre as vítimas do acidente estava o empresário cearense Edson Queiroz, proprietário de um conglomerado de empresas, das mais variadas áreas de atuação, em diversos estados brasileiros.
O acidente com o voo Vasp 168 foi o maior acidente aéreo do Brasil, até 2006. Hoje, quase quarenta anos depois, ainda existem muitas teorias da conspiração envolvendo essa tragédia. Mas isso, caros leitores, é assunto para outra conversa...
(As imagens acima foram copiadas dos links O Povo e Oficina de Ideias 54.)
Gente que absurdo!!! As pessoas do local não tiveram respeito aos restos mortais das vítimas. Saíram mexendo em tudo, tomando para si tudo o que podiam pegar... verdadeiros urubus, aves de rapina. Pessoas com uma mentalidade assim são as mesmas que elegem políticos corruptos; são as mesmas que fazem vista grossa para a corrupção.
ResponderExcluirLamentável.
Oi Carlos,
ResponderExcluirsó lembrando que, ao contrário do que a imprensa divulga, e do que o senso popular pensa, a aviação comercial brasileira é uma das mais seguras do mundo. As empresas aéreas brasileiras, inclusive, já ganharam vérios prêmios internacionais na aviação.
anonymous
Muito assustador... A população local não teve respeito com o ocorrido e ouve a invasão e pegou o que viu pela frente... Bom até 2006 era o maior acidente aéreo, mas em 2007 aconteceu no Aeroporto de Congonhas em São Paulo,o Voo da Airbus TAM,superou em 199 perdas, lembro bem , o Brasil parou e não dormiu...
ResponderExcluirA miséria (não no sentido de pobreza) humana é abjeta. Meu Pai faleceu num acidente de automóvel e as pessoas ao invés de procurar socorrê-lo saquearam o carro e seus pertences tal qual ocorreu com os passageiros do avião. Essa é uma dor que eu e a minha família carregamos no peito de saber que as retinas de nosso Pai, machucado, mas vivo viu esta cena lamentável horas antes de morrer. É uma dor que só sabe quem passa. O tempo atenua, mas a ferida continua lá. Por isso que eu evito temas dessa natureza em meu dia-a-dia, remete-me as piores lembranças da história de minha vida.
ResponderExcluirminha cara, seu depoimento é comovente e eu me solidarizo com você. É esse tipo de gente - que saqueia a carga de um acidente, e não socorre as vítimas - que elegem idiotas, imbecis e medíocres como o atual presidente da República.
ResponderExcluiranonymous