sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A UFRN E A BUSCA POR EXOPLANETAS (II)

Trabalho desenvolvido em colaboração com a UFRN representa um marco na corrida para descobrir e conhecer mais planetas semelhantes à Terra 

O pesquisador José Renan de Medeiros, da UFRN: demonstra modelo de equipamento que será utilizado na busca de exoplanetas.
O laser, sigla em inglês que significa “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”, sem a qual não poderíamos viver hoje com a mesma qualidade de vida, foi descoberto há 60 anos pelo físico americano Theodore Maiman. Esse instrumento se tornou fundamental no desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da indústria por apresentar características especiais como a coerência, a direcionalidade, a monocromia e a polarização. “Basicamente o laser é um feixe de luz extremamente organizado, focalizado e puro”, explica Renan Medeiros. 

São inúmeras as possibilidades de aplicações do laser em diversas áreas, seja da indústria, da medicina ou mesmo dentro de supermercados em leitores de códigos de barra. Entretanto, apesar do seu papel fundamental para a realização de medidas ultra precisas de frequências, tempo e espaço, os esforços para o desenvolvimento e construção de Pentes de Frequências Laser aplicados à Astronomia só começaram em 2011, graças à perspectiva de uma revolução imediata na Exoplanetologia. 

Fazer isso sozinho era impossível devido ao alto custo e necessidade de tecnologias nesse campo ainda incipientes no País. Por isso, foi criado o consórcio internacional, no qual a UFRN faz parte através de seu Departamento de Física, além do Instituto de Astrofísica de Canárias (Espanha) e do European Southern Observatory (Alemanha). Desde então, esse grupo começou a trabalhar conjuntamente com pesquisadores do Instituto Max Planck de Ótica Quântica e da Menlo Systems (Alemanha) para o desenvolvimento do novo LFC.

O primeiro teste do equipamento aconteceu em abril de 2015. O trabalho permitiu precisões inesperadas em medidas de parâmetros físicos utilizados para diagnósticos sobre a presença de planetas em torno de outras estrelas. “Entretanto vários ajustes foram necessários até a obtenção de um instrumento estabilizado e de alta-performance, incluindo a construção de fibra óticas específicas”, destacou Renan. “Finalmente, após nove anos de esforços, os testes finais são anunciados neste artigo, com resultados que apontam para uma efetiva revolução no campo da Exoplanetologia”, concluiu.

Um aspecto de grande relevância para as instituições financiadoras do projeto do Pente de Frequências Laser, é que, por seus esforços e contribuição financeira no desenvolvimento e construção desse instrumento, Pente de Frequências Laser, a equipe da UFRN e a do Instituto de Astrofísica de Canárias, receberam, cada uma, 60 noites de tempo garantido para observações com o telescópio de 3,60m do ESO, usando o espectrômetro HARPS com o LFC. O tempo garantido para a Equipe da UFRN está sendo dedicado, há 18 meses, para a busca por planetas pequenos parecidos com a Terra em torno de 60 estrelas já conhecidas por hospedarem um planeta do tipo de Júpiter.


Fonte: texto e imagem, Boletim Especial da UFRN - nº 70.

Nenhum comentário:

Postar um comentário