domingo, 22 de maio de 2016

TROCANDO AS BOLAS

Baseado numa história real


10 de janeiro. Ligo para ela à noite. Ela está assistindo aula na faculdade. É véspera de prova e a aula é super importante, daquelas que o professor dá dicas valiosas para a avaliação. Mesmo assim ela atende o celular e sai da sala.

- Oi amor, fala rápido que estou na aula.

- Boa noite para a melhor namorada do mundo. Sabe que dia é hoje?

- Sei, é véspera de prova – responde ela com tom sarcástico.

- Não meu bem, pensa aí, vai. Não se lembra que data é hoje? – eu insisto.

- Não faço a mínima ideia. Fala logo que eu estou perdendo a explicação do professor.

- Aí vai uma dica: 10 de janeiro...

- Vou desligar, não sei que data é essa e você tá me enrolando.

- Amor, é uma data tão importante para nós, lembra aí, vai.

Ela já com voz nervosa:

- Querido, se você não desembuchar agora o que tem para me dizer, vou desligar o telefone
.
- Calma, benzinho. Hoje está fazendo quatro meses que a gente fez amor pela primeira vez. Não lembra? O shopping, o cinema, a volta de moto pela orla marítima, o pôr do sol...

- Peraí. A gente não se encontrou nesse dia. Você disse que estava no Ceará. Nossa primeira vez foi no dia 20 de fevereiro.

Fico sem respostas. Um silêncio ensurdecedor deixa uma lacuna na nossa conversa. "Falei besteira", penso cá comigo.

- Com quem você saiu, seu cachorro?!  

É, meus caros, homem só faz merda. Mesmo quando a gente tenta ser romântico sempre dá umas mancadas.



(A imagem acima foi copiada do link Folha Jovem)

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