sábado, 29 de agosto de 2009
HORAS EXTRAS
Senado gasta no recesso mais de cinco milhões de reais
O Senado Federal pagou, apenas com horas extras, R$ 5,036 milhões para funcionários em julho. As horas extras ocorreram entre os dias 18 e 31 daquele mês, período no qual a Casa estava em recesso - uma espécie de férias. O extra no salário é pago aos funcionários que trabalham após as 18h30, e é liberado apenas com a determinação de chefes de gabinete ou diretores da Casa. O teto do benefício recebeu um reajuste de 111%, em janeiro, e aumentou de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.
Mas gastos milionários com horas extras não são novidade no Senado. Em janeiro desse ano foram pagos R$ 6,2 milhões para 3.883 funcionários. Desde fevereiro, a Casa já pagou aos servidores extras de R$ 59,91 milhões. Dividindo-se esse valor pelo número de funcionários dá R$ 15.428,79 para cada, só com hora extra. É muita grana.
Trocando em miúdos: as horas extras de um policial militar no Rio Grande do Norte chamam-se DO (diária operacional)e custam R$ 20,00. Para receber essa quantia o praça deve trabalhar seis horas seguidas - tanto faz se é dia, noite ou madrugada, o valor é o mesmo. Para ganhar o equivalente ao que ganhou, com horas extras, um funcionário do Senado apenas nos oito primeiros meses de 2009, um PM do RN teria que trabalhar ininterruptamente durante 3857 horas - aproximadamente cinco meses e dez dias!
Com tantas horas trabalhadas em tão pouco tempo de recesso surge uma certa desconfiança. Será que o dinheiro foi pago corretamente? Houve desvio?
Para acabar com essas dúvidas, a diretoria-geral da Casa divulgou nota garantindo que se algum valor foi pago incorretamente, a Secretaria de Recursos Humanos providenciará para que seja devolvido aos cofres do Senado no mês de setembro.
Mesmo que não tenha havido picaretagem - o que no Senado parece improvável - há um lado bom nessa história toda: o controle e a vigilância com o dinheiro público parecem estar aumentando. Tomara que a corrupção siga o caminho inverso.
Seria como ir para o expediente, não trabalhar e somente trabalhar na hora extra, onde o dinheiro pago pela hora extra é maior do que o pago pelo horário normal de trabalho.
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