Morreu hoje à tarde o cabo da polícia militar do Rio de Janeiro alvejado por dois tiros durante tentativa de assalto.
O cabo do BOPE Ênio Roberto Santiago trabalhava na segurança do tenente-coronel Alberto Pinheiro Neto (comandante do Bope até ontem) e foi alvejado na manhã desse sábado (11-07-09) por dois disparos: um no ombro e outro na nuca.
Foi atingido enquanto tentava ajudar um casal que estava tendo o veículo roubado enquanto esperavam no sinal fechado. Os disparos foram feitos por alguém que dava cobertura à ação. O militar foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois.
A polícia enviou várias viaturas para o local e os caveirões, veículos blindados do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), subiram o morro. Essa é mais um cena comum de violência na nossa sociedade, violência essa que não poupa ninguém - nem a polícia.
O que me deixa revoltado é que nenhuma ONG ou qualquer outra droga de instituição que defenda a porra dos direitos humanos se pronunciou em protesto à morte do PM morto em serviço.
Fazendo jus ao juramento feito quando da investidura do cargo, o cabo Santiago defendeu com a própria vida a sociedade hipócrita que ele prometeu proteger.
O engraçado é que a mesma imprensa que não se deu nem ao trabalho de divulgar relatos dos familiares do PM morto, fez questão de mostrar os protestos dos moradores da favela ocupada por policiais. Os moradores, sim, tiveram todo o direito de botar a cara na TV e reclamar contra os policiais que invadiram a comunidade. Até incendiaram um ônibus em protesto contra a morte de um traficante durante a operação envolvendo policiais do 6.º Batalhão (Tijuca) e do BOPE. Esses continuam vasculhando o Morro do Turano e o Morro da Chacrinha, ambos no Rio de Janeiro, tentando localizar os assassinos do cabo PM. Mas sabemos que quando os acusados forem capturados - se forem - terão direito a um julgamento cuja pena não poderá exceder aos 30 anos de reclusão. E se tiverem bom comportamento ou se forem réus primários, em pouco tempo estarão nas ruas, matando outros pais de família.
E a imprensa, ah a imprensa... Continua divulgando que na troca de tiros com bandidos, a polícia alvejou moradores. Engraçado, só as armas da polícia acertam gente inocente. As armas dos traficantes não acertam ninguém, eles atiram flores, talvez.
Já o cabo Santiago está morto. Foi mais um policial que tombou na eterna luta contra o crime nas cidades brasileiras. Ele não voltou para casa. Sua família vai sofrer com sua ausência. Perdeu-se um pai, um marido, um filho, um irmão, um amigo, um agente de segurança pública.
Mas esse caso, como tantos outros, cairá no esquecimento. Não haverá passeatas ou manifestações de ONGs ou outra entidade que se diga defensora dos direitos huamanos. Ah, quase esqueci, POLICIAIS NÃO TÊM DIREITOS...
A foto que ilustra esse texto é de um homem ferido em operação do BOPE no Morro do Turano. Foi tirada do site ÚLTIMO SEGUNDO.
É revoltante ver desassombradamente a manifestação do crime vitimando todos os cidadãos brasileiros. Nesse caso, em particular, um colega nosso morre no cumprimento do dever. Ratifico com brado o protesto do autor desta matéria: policial morre e não tem amparo da sociedade civil organizada, dos direitos humanos e do próprio Estado. Agora se fosse outro cidadão, até mesmo um bandido, a imprensa faria questão, juntamente com os grupos de pessoas hipócritas, de divulgar a notícia e sensibilizar o mundo, mostrando a perda irreparável daquele para sua família enlutada. Os grupos sociais ignorantes precisam repensar a sua atitude de execrar a figura do policial militar. Por outro lado, percebemos que a instituição policial vem construindo uma política de melhoramento em suas relações com a comunidade. Porém, essa comunidade ainda não conseguiu emitir um discurso menos preconceituoso e excludente para com a corporação ora falada.
ResponderExcluirAndré, seu texto está como sempre, excelente, embora esteja falando de em episódio tão triste. Realmente a violência impera no nosso país e por mais que alguns entreguem suas vidas ela não terá fim se não houver medidas tomadas na base. O povo precisa de educação e trabalho.
ResponderExcluirJá faz um ano desde o falecimento do CB Enio,nós familiares sentimos muito sua falta,esperamos que sua morte não tenha sido em vão,afinal ele morreu honrrando sua farda e protegendo a sociedade,para nós esse foi um ato de heroimo.
ResponderExcluirÈ o que ele sempre representou para nós e sempre representará!