terça-feira, 25 de agosto de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (III)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Descobrimento do Brasil
Caravela: com esse tipo de embarcação, uma inovação para época, Portugal se transformou na principal potência marítima e econômica do século XVI.

E estando Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto de
ntro; e tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa almadia. Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; e na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa.

A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão atravessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber.

Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para trás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com um confeição branda como cera (mas não o era), de maneira que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar.

O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs o olho no colar do Capitão, e começou a acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata.

Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados.

Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada daquilo; e, se alguma coisa provaram, logo a lançaram fora.

Trouxeram-lhes vinho numa taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes a água em uma albarrada. Não beberam. Mal a tomaram na boca, que lavaram, e logo a lançaram fora.

Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. 

Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem lhas dera.

Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de cobrirem suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O Capitão lhes mandou pôr por baixo das cabeças seus coxins; e o da cabeleira esforçava-se por não a quebrar. E lançaram-lhes um manto por cima; e eles consentiram, quedaram-se e dormiram.

Fonte: Acervo Digital.

(A imagem acima foi copiada do link. História do Brasil.)

DICAS DE LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO - CONCEITOS E DEFINIÇÕES ADOTADOS NO CTB (I)

Dicas para cidadãos e concurseiros de plantão, compilados do Anexo I Código de Trânsito Brasileiro - CTB (Lei nº 9.503/1997).

Rádio Universitária FM 107,9 – A importância da educação para um ...

Prólogo: o assunto a seguir, em que pese ser pouco cobrado em concursos públicos, também merece atenção. Não apenas os candidatos das provas cujo assunto é legislação de trânsito, mas também todos aqueles que fazem parte do trânsito, como um todo, devem conhecer o assunto.

ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou polícia militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para até 8 (oito) pessoas, exclusive o condutor. (Ou seja, a capacidade é para nove pessoas ao todo.)

AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os elementos rigidamente fixados ao mesmo.

BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito do CTB, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.

BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.

CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins. (Não confundir com passeio... o qual é parte da calçada ou da pista de rolamento.)

CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar outro.



CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias (canteiro fictício).

CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão. 

 

Fonte: BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro - CTB, Lei 9.503, de 23 de Setembro de 1997.

(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

DEZ VEZES BARRICHELLO. CEM VEZES BRASIL

Rubinho vence no GP da Europa e conquista a centésima vitória para o Brasil na F1

Aconteceu numa manhã de domingo. A bandeira quadriculada tremulava. O carro da equipe Brawn-Mercedes cruzou a linha de chegada em primeiro. O piloto, no coque pit, é só vibração. Os membros da equipe, nos boxes, comemoram. A torcida, nas arquibancadas, idem. 

Parece uma vitória qualquer numa corrida de Fórmula 1, a principal categoria do automobilismo mundial. Só parece.
   
A corrida era o Grande Prêmio (GP) da Europa, em Valencia - Espanha. E o piloto, o brasileiro Rubens Barrichello. A vitória quebrou um jejum pessoal de cinco anos e 81 GPs sem chegar ao lugar mais alto do pódio. Foi a décima vitória de Rubinho na F1. 

Agora ele está na vice-liderança do campeonato, com 54 pontos, logo atrás do inglês Jenson Button que é seu companheiro de equipe e tem 72 pontos.

Com a conquista do GP da Europa, Barrichello fez mais do que levar um banho de champanhe. Ele conseguiu a centésima vitória do Brasil na categoria e entrou para a história do automobilismo nacional - quem sabe mundial. E ainda deu um cala-boca na turma dos sabichões que acham que o piloto brasileiro - já com 37 anos de idade - deveria abandonar as pistas.
 
- Foi fantástico, um fim de semana que nunca vou esquecer.[…]Foi difícil, na corrida […] coisas passam pela sua cabeça. Você quer chegar lá por você mesmo, pelo seu país, sua família. Queria que este momento durasse para sempre - disse Rubinho na entrevista coletiva oficial após a corrida. 

Sábias palavras. 

Ele também disse que não via a hora de chegar no Brasil para escutar a musiquinha. Aquela… Tema da Vitória, que tanto escutamos nas manhãs de domingo nos tempos de Ayrton Senna. Bons tempos aqueles.

Boa sorte Rubens Barrichello, e que você continue enchendo nossas manhãs de domingo com a doce melodia da musiquinha.

(A foto que ilustra esse texto foi retirada do link globo.com)

domingo, 23 de agosto de 2009

MENINAS DE OURO

Seleção brasileira feminina de vôlei conquista octacampeonato no Grand Prix



Hoje, 23 de agosto de 2009, a seleção brasileira feminina de vôlei comandada por Zé Roberto tornou-se octacampeã invicta do Grand Prix. Só isso já seria um motivo de sobra para comemoração. Mas a vitória conquistada pelas jogadoras brasileiras esta manhã vão muito além de um mero troféu.

Nesse domingo em que se completou exatamente um ano da inédita conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, o Brasil reafirmou seu status de maior vencedor nas competições de vôlei feminino. Ganhamos o Grand Prix nos anos de 94/96/98/04/05/06/08 e agora, 2009.

As jogadoras fizeram uma ótima campanha na competição: 14 jogos e 14 vitórias. Impecável. As meninas do Brasil bateram os times dos Estados Unidos, Alemanha, Porto Rico, China, Polônia, Tailândia, Coreia do Sul, Rússia, Holanda e Japão.

O octacampeonato veio após o triunfo sobre o Japão, por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 25/27, 25/19 e 25/19. Foi o quarto título na atual temporada da seleção brasileira, que também ganhou o Torneio de Montreux, na Suíça; a Copa Pan-Americana, nos Estados Unidos; e o Torneio Classificatório para o Mundial 2010, disputado nas cidades mineiras de Contagem e Betim. A seleção feminina levou ainda o prêmio de melhor jogadora (Sheilla) e melhor bloqueadora (Fabiana).

Para a jogadora Mari o dia teve uma tripla comemoração: além do aniversário da medalha olímpica e da conquista do octacampeonato no Grand Prix, ela completa, neste 23 de agosto, 26 anos de idade.
Com a conquista de hoje o vôlei feminino brasileiro impõe sua hegemonia nesse esporte e mostra que não somos apenas o país do futebol. Valeu meninas!

(A foto que ilustra esse texto foi retirada do link globo.com)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DUAS LUAS

Para os que gostam de astronomia ou simplesmente curtem fenômenos celestiais raros, uma oportunidade única

No dia 27 de agosto de 2009, próxima quinta, a partir da meia noite (horário de Brasília), preste bastante atenção no céu - isso se não estiver nublado ou chovendo, lógico. O planeta Marte será o segundo corpo celeste mais brilhante do firmamento, e será tão grande quanto a Lua cheia. Essa aproximação entre o planeta vermelho e o planeta azul é chamada pelos astrônomos de "oposições periélicas".

Oposição porque o Sol, a Terra e Marte estão em linha reta com a Terra no meio. Periélico significa que Marte está mais próximo do periélio, ou seja, a sua aproximação máxima ao Sol. Marte, como os demais planetas do sistema solar, tem sua órbita em forma de elipse, assim, a distância entre o Sol e ele costuma variar.

O Planetário Internacional de Vancouver, da British Columbia - Canadá, calculou o distanciamento em que o planeta vermelho estará orbitando em relação à Terra: uma distância estimada em 55 milhões de quilômetros.
O curioso dessa história é que ela tinha sido prevista há séculos pelos Maias, povo antigo que habitava a América Central bem antes de os invasores europeus chegarem.
O último acontecimento desse tipo aconteceu há cerca de 59 mil anos e o próximo será no ano de 2287! Portanto, se você não vai viver mais 278 anos, aproveite essa oportunidade.

A foto que ilustra esse texto foi tirada do blog cerveja com sucrilhos.

PUNIÇÃO PARA INGLÊS VER


Turistas inglesas que tentaram forjar roubo são condenadas

As turistas inglesas Rebecca Turner e Shanti Andrews, ambas de 23 anos, foram presas no dia 26 de julho (dia que eu confundi minha mão com um galho e quase a arranco fora!). Elas tentaram forjar um roubo das próprias bagagens com o objetivo de receber o dinheiro do seguro.
As turistas, formadas em Direito, estavam viajando há nove meses por diversos países do mundo e tomaram conhecimento desse tipo de golpe em conversa com outros turistas. O golpe do seguro é praticado por estrangeiros vigaristas e causa um prejuízo anual de R$1,5 bilhão às seguradoras.
As inglesinhas foram condenadas hoje, dia 19-08-09, pelos crimes de falsidade ideológica, falsa comunicação de crime e tentativa de estelionato. Ambas pegariam um ano e quatro meses de reclusão e mais um mês de detenção mas o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ, converteu a pena em prestação de serviços comunitários. Rebecca e Shanti trabalharão por sete horas diárias durante oito meses em serviços cuja natureza ainda será estipulada pela Vara de Execuções Penais do Rio. A dupla terá ainda de pagar uma multa no valor de R$12.090, cada.
O advogado de defesa das inglesas espertinhas achou a pena muito dura. Ele tem razão. Talvez a polícia brasileira devesse agir como a renomada Scotland Yard Britânica que no dia 22 de julho de 2005 executou covardemente o brasileiro Jean Charles de Menezes com oito tiros à queima-roupa no metrô de Londres.
Que o exemplo das jovens turistas inglesas sirva de alerta para outros gringos safados que queiram se aproveitar da hospitalidade de nós brasileiros.

(A foto que ilustra esse texto foi retirada do link Notícias Terra)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (II)

Trecho da carta escrita por Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500), integrante da frota de Pedro Álvares Cabral (1467-68 - 1520), encaminhada ao rei de Portugal D. Manuel I, O Venturoso (1469 - 1521), dando conta do 'achamento' de novas terras.

Pero Vaz de Caminha – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pero Vaz de Caminha lê a carta que será enviada ao rei de Portugal D. Manuel I. O comandante da frota Pedro Álvares Cabral, o Frei Henrique de Coimbra (sentados) e o mestre João o escutam atenciosamente.

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro.

Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor, onde falaram entre si.

E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.

Eram pardos, todos nus, sem coisa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.

Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.

Na noite seguinte, ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus, e especialmente a capitânia. E sexta pela manhã, à oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar âncoras e fazer vela; e fomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos.

Quando fizemos vela, estariam já na praia assentados perto do rio obra de sessenta ou setenta homens que haviam juntado ali poucos e poucos. Fomos de longo, e mandou o Capitão aos navios pequenos que seguissem mais chegados à terra e, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem.

E, velejando nós pela costa, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro, muito bom e seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. As naus arribaram sobre eles; e um pouco antes do Sol posto amainaram também, obra de uma légua do recife, e ancoraram em onze braças.

Fonte: Acervo Digital.

(A foto que ilustra esse texto foi copiada do link Google Images.)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

BOM EXEMPLO


Hoje, 11-08-09, é dia do estudante. Se dermos uma rápida olhada na realidade dos estudantes brasileiros, desde os que frequentam as séries mais elementares até os que estão nas universidades, veremos que torna-se vergonhosa a falta de atenção e compromisso que nossas autoridades (in)competentes têm por aqueles que serão o futuro da nação: os alunos. Mas não estou aqui para falar das precárias condições estruturais e curriculares da educação brasileira.

Falta de material didático, péssimos salários para professores, sucateamento das universidade federais, são assuntos que já estamos de saco cheio de escutar… Por isso hoje gostaria de relembrar as conquistas dos alunos brasileiros na Imagine Cup 2009, realizada no último mês de junho, na cidade do Cairo, capital do Egito.

A Imagine Cup é um evento organizado pela Microsoft e premia aquelas propostas mais criativas de aplicação da tecnologia na resolução de problemas quotidianos.

Os projetos apresentados pelos estudantes brasileiros ganharam prêmios em seis categorias: a equipe LEVV IT obteve o primeiro lugar em desenvolvimento de jogos; a equipe Willburn, o primeiro lugar em desenho; a Virtual Dreams, o terceiro lugar em desenho de software e o terceiro posto no prêmio Windows Mobile; a Proativa Team, o primeiro lugar no prêmio de interoperabilidade; e a IC-UNICAMP ocupou o segundo lugar do prêmio de acessibilidade de Tablet PC.

Das equipes vencedoras, duas são de Pernambuco e compostas por alunos de instituições públicas de ensino: a equipe Proativa, composta pelos alunos Lucas Mello, João Paulo Oliveira, Amirton Chagas e Flávio Almeida, todos do CIn (Centro de Informática) da UFPE, ficou em 1º lugar na categoria Reconhecimento em Interoperalidade; a equipe LEVV IT, que destacou-se levando o 1º lugar na categoria Games Development, tem como um de seus componentes o aluno Vinícius Ottoni, do Cefet-PE.

Precisamos de mais bons exemplos como esse. Mas é uma pena que a conquista dos alunos brasileiros tenha tido tão pouca repercussão nos órgãos de imprensa nacionais. O fato até já caiu no esquecimento…

Nesse Dia do Estudante quero lembrar e parabenizar aqueles jovens discentes que disputando com aproximadamente 300 mil alunos de mais de cem países, mostraram para o mundo que além de bons jogadores de futebol e péssimos políticos, o Brasil também tem excelentes pesquisadores na área da informatica.

sábado, 8 de agosto de 2009

VOLTEI!

Prezados amigos e leitores que acompanham meu blog. Peço desculpas pelos vários dias que fiquei sem postar textos. Eu estava preparando inúmeras notícias e comentários sobre acontecimentos relevantes ou que foram polêmicos e por isso mereciam destaque. Assuntos como os 40 anos da chegada do homem à Lua (tem gente que ainda não acredita), o aniversário de Nelson Mandela, a prisão de Romário por não pagar pensão alimentícia, as acusações contra o Sarney… Enfim, tava tudo guardado no meu computador. Mas viajei para o Ceará - ia passar só cinco dias - mas me cortei de foice e tive que dar um tempo em algumas atividades.

Por causa de um descuido meu enquanto podava uma árvore, acertei a lâmina da foice na minha mão esquerda. Consegui a proeza de cortar a mim mesmo. Rompi três tendões: polegar, dedo indicador e dedo médio. Ao contrário do que estavam dizendo no meu trabalho e em Aracoiaba, não caí da moto tampouco perdi a mão. Estou bem, na medida do possível.

Também escrevo para tranquilizar meus familiares. Como sabem - se não sabem, ficam sabendo agora - moro sozinho em Natal. Quando me cortei estava no Ceará e minha família cuidou de mim. Agora, no RN, estou me virando sozinho. Só com uma mão.

Compras, alimentação, higiene pessoal, assuntos profissionais e acadêmicos, textos para o blog… Estou fazendo só com uma mão. Estou tendo a ajuda, graças a Deus, de muito amigos. Nessas horas a gente sabe realmente quem merece nossa amizade.

Enfim, estou bem. Semana que vem vou tirar os pontos. Estou morrendo de medo. Odeio ir ao hospital quando o paciente sou eu. As aulas da faculdade começam segunda (10-08-09). Estou de atestado no trabalho. Odeio andar de ônibus. Mas depois dessa fiquei com medo de andar de moto.

Peço desculpas àqueles que deixei preocupados ou dei trabalho com minha imprudência. Também peço desculpas aos amigos do trabalho. Como estou de dispensa médica a escala de serviço deve ter ficado apertada.

Tenho meus defeitos mas quem me conhece sabe que eu não sou de faltar ao trabalho ou colocar atestado. Reprovo a atitude de quem inventa doença para não trabalhar. Como um cara temente a Deus, agradeço a Ele todos os dias pela minha família, meus amigos, meu emprego, minha saúde. Estou encarando esse acidente como um aviso, uma forma para eu reavaliar minhas atitudes como um todo. Sei que ainda terei de fazer fisioterapia por um bom tempo, mas agradeço a Deus por não ter me acontecido algo mais grave.

Um forte abraço a todos os familiares, amigos, colegas de trabalho e leitores. Estou de volta.

Foto: Arquivo pessoal.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

COMO CALAR UMA ESTRANGEIRA ARROGANTE

Situação real, digna de registro, que vivenciei na época que fui policial militar.


Fomos colonizados por europeus e até hoje a população daquele continente vê a nós, brasileiros, como um povo ignorante, subdesenvolvido e sem cultura. O caso a seguir é uma história real e mostra que não somos tão alienados como muitos gringos pensam:

Era noite de carnaval num município do litoral norte potiguar, distante 125km de Natal. Na maior praia da cidade tinha sido montado o palco diante do qual o baile carnavalesco acontecia. Equipes com cinco policiais cada, foram dispostas em pontos estratégicos para garantirem aos foliões uma diversão segura.

Já passava da meia-noite. A areia da praia estava repleta de pessoas que brincavam, bebiam, se drogavam, se prostituíam, enfim, faziam coisas típicas de uma festa como o carnaval. As equipes de policiais, também chamadas de patrulhas, perceberam atitudes suspeitas de alguns turistas. Sem mais delongas, os PMs começaram a fazer vistorias em bolsas, sacolas e demais objetos que pudessem esconder drogas ou armas. Muios foliões, a contra-gosto, foram revistados.

Observando a ação dos policiais, e reclamando da atitude dos mesmos, estava um homem de origem portuguesa. Agarrado com uma adolescente nativa e em visível estado de embriaguez, o cidadão de terras lusitanas começou a provocar os policiais. Estes, pacientemente, iniciaram uma conversa com o estrangeiro. Pediram que ele mostrasse a documentação e levantasse a camisa para ser revistado. O português não contou conversa, retirou a camisa e baixou o calção até a altura dos calcanhares, ficando completamente nu.

Os membros da patrulha se entreolharam e deram as boas vindas da PM-RN ao visitante lusitano enxerido: muita porrada!!! Em seguida, colocaram-no na viatura - tendo antes o cuidado de vestir-lhe a roupa - e se dirigiram para a delegacia local.

Chegando lá, um grupo de pessoas já aguardava na entrada da DP. Uns diziam que conheciam o prefeito e iriam expulsar os policiais da cidade, outros gritavam que aquilo era um absurdo e procurariam os Direitos Humanos. Tinha até uma senhora - a mãe do rapaz - dizendo com voz exaltada que o Brasil era um país de bárbaros, ignorantes, prostitutas e corruptos; que o filho dela era inocente, tinha sido agredido covardemente e que se estivessem em Portugal, um país civilizado, nada disso teria acontecido. Os PMs não deram ouvidos para aquela algazarra. Colocaram o português numa cela e chamaram o delegado.

Um policial que estava de plantão na delegacia - puto de raiva porque ainda não havia terminado um trabalho da faculdade - observava todo aquele movimento em silêncio. Procurava se concentrar na apostila que estava lendo. Não conseguiu. A mãe do lusitano entrou e foi esbravejar com ele.

A portuguesa continuou dizendo impropérios sobre os brasileiros, que éramos um povo sem cultura, alienados e subdesenvolvidos. O policial levantou da cadeira, bateu a própria mão com toda a força que pode na escrivaninha, e disse em tom de voz alto, porém sem gritar:

- Escuta aqui dona, quem a senhora pensa que é para falar mau assim do meu país? Saiba que se somos uma nação subdesenvolvida e um povo ignorante é porque fomos colonizados pela porra de vocês, portugueses malditos. Aliás, se aqui a lei fosse cumprida como no seu civilizado Portugal, o viado do seu filho já teria sido extraditado por atentado ao pudor. E cala a boca que eu quero estudar!

Dito isso o policial sentou-se, pegou a apostila e continuou a ler. A mulher portuguesa se calou e saiu da delegacia.

O português enxerido foi solto em seguida, depois de assinar um termo de compromisso. O policial que tentava fazer o trabalho da faculdade não conseguiu e quase foi reprovado na disciplina. Já a portuguesa arrogante, continua no Brasil, mas a partir de agora talvez meça as palavras antes de falar mal do nosso país.

(A caricatura que ilustra o texto acima foi retirada do 3.bp.blogspot.com.)