Quem dera eu achasse um jeito
De fazer tudo perfeito,
Feito a coisa fosse o projeto
E tudo já nascesse satisfeito.
Quem dera eu visse o outro lado,
O lado de lá, lado meio,
Onde o triângulo é quadrado
E o torto parece direito.
Quem dera um ângulo reto.
Já começo a ficar cheio
De não saber quando eu falto,
De ser, mim, indireto sujeito.
Paulo Leminski (1944 - 1989): escritor, poeta, professor e tradutor brasileiro.
(A imagem acima foi copiada do link Entretenimento Uol.)