Mais de cinco séculos depois da aparição de Maria, continuamos indiferentes aos seus apelos
Hoje é comemorado o dia de Nossa Senhora de Caravaggio. Esse é um dos muitos títulos dados à mãe de Jesus Cristo, Maria. Segundo a tradição católica, a mãe do Filho de Deus apareceu na localidade de Caravaggio, Itália, no ano de 1432.
Naquela época (século XV) a Itália estava mergulhada numa onda de conflitos internos. Divisões políticas, ódio, traições, guerras entre estados. Foi nesse palco de horrores e atrocidades que aconteceu, em 26 de maio de 1432, às 17 horas de uma segunda-feira, a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa.
A história relata que a camponesa se chamava Joaneta Varoli. Uma mulher de 32 anos muito piedosa e sofredora por causa do marido que a maltratava e humilhava.
Joaneta, entre lágrimas e orações, colhia pasto no campo quando avistou uma senhora. Segundo a descrição da camponesa a mulher parecia uma rainha e irradiava bondade. A senhora disse-lhe para não ter medo e pediu que se ajoelhasse pois receberia uma grande mensagem. Joaneta obedeceu à mulher que anunciou-se como “Nossa Senhora” e disse:
“Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”.
Nossa Senhora pediu, ainda, que o povo voltasse a fazer penitência, jejuasse nas sextas-feiras, orasse na igreja aos sábados à tarde - como agradecimento pelos castigos afastados - e erigissem uma capela no local. Como prova da origem divina da aparição e das graças que ali seriam alcançadas, ao lado de onde estavam os pés de Nossa Senhora, brotou uma fonte de água límpida e abundante. Essa fonte existe até os dias atuais e nela já foram curadas muitas enfermidades.
Imbuída da condição de porta-voz da Mãe do Salvador, Joaneta Varoli levou ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria, que pedia, acima de tudo, a paz.
Como prova da veracidade da aparição de Maria, Joaneta sempre levava em suas viagens recipientes com água da fonte sagrada. Essa água proporcionou curas extraordinárias aos que a receberam. Os efeitos da mensagem de paz não tardaram: a paz logo chegou à Itália e até mesmo dentro da própria Igreja.
A devoção à Nossa Senhora de Caravaggio cresceu, saiu da Itália, transpôs barreiras geográficas, atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao Brasil no século XIX, com os imigrantes italianos. Foram eles os responsáveis pela propagação desse culto mariano no nosso país. Eles também construíram santuários dedicados à Nossa Senhora de Caravaggio nas seguintes cidades: Farroupilha (RS), o maior e mais famoso deles; Canela (RS); Paim Filho (RS); Azambuja (SC); Nova Veneza (SC); Matelândia (PR); e Guaraciaba (SC).
As graças concedidas por Maria não se restringiram apenas a questões relacionadas à saúde. O ex-técnico da seleção brasileira de futebol Luiz Felipe Scolari, ganhador do penta-campeonato na copa do mundo de 2002, é devoto da Santa e sempre que pode comparece ao Santuário em Farroupilha para agradecer à Nossa Senhora.
Há exatos 578 anos Maria apareceu em Caravaggio e pediu à humanidade, acima de tudo, paz. Mais de quinhentos anos se passaram e continuamos sofrendo com guerras, discórdias e conflitos. Até quando continuaremos indiferentes aos apelos e sinais divinos?
(A imagem acima foi copiada do link Repórter de Cristo.)